Dentro de Óregon os legionários estavam pasmados, apreensivos e confusos: "Por que Keiro nos traiu? Quem os ajudou? Quantos são os traidores entre nós?" Muitas são as perguntas que levam sempre ao mesmo lugar: medo e desconfiança. Seria possível uma ordem tão sólida ruir? Fora do planeta uma perseguição de naves se inicia. O general Zirde com os seus homens estão atrás de Keiro e Zira.
Sentada ao lado de Keiro, Zira reclama gesticulando com as mãos: "Caramba, Keiro! Você disse ter tudo muito bem-planejado!" Calmamente Keiro responde: "E tenho! Não duvide de mim. Sou muito mais hábil do que você possa imaginar" enquanto aperta vários botões e segura firme o manche. Uma voz eletrônica anuncia: "Escudo energético ativado. Nave inimiga a dez huans* de distância e se aproximando."
"Dez huans?!" Zira pula da cadeira com uma expressão apavorada e grita: "Mas isso é muito perto! Faça alguma coisa!"
Todo o alvoroço de Zira não afeta em nada a calmaria do grande piloto Keiro, que se mantém concentrado: "Se você ainda não percebeu, eu estou fazendo alguma coisa, estou pilotando a nave. Será que você poderia fazer a gentileza de se sentar e afivelar o cinto?" Em seguida sorri sarcasticamente "Vamos ter uma leve turbulência". Irritada, Zira se afivela ao assento, cruza os braços com ódio e medo. Keiro transmite o ar de quem tem tudo absolutamente sob controle, mesmo em uma situação estressante como essa. Isso a deixa confusa, numa mistura de raiva e curiosidade: "Como pode?!"
Na nave inimiga o general Zirde estica o braço e com uma voz forte e imperativa ordena: "Disparem os lasers! Força máxima!"
Um legionário com a aparência de réptil efetua os disparos. Uma forte rajada de lasers na cor laranja atinge o escudo energético da nave de Keiro causando grande agitação. Zira fecha os olhos e morde os lábios inferiores. O escudo energético absorve a maior parte do impacto, mesmo assim, o escudo não seria capaz de suportar mais do que alguns minutos. Keiro puxa o manche para trás fazendo a nave se erguer dois níveis acima.
O canal de comunicação começa a piscar e Keiro o ativa. Em uma tela ao lado aparece a imagem nítida do general Zirde. Seu olhar ardente transmite toda a energia de uma tempestade: "Keiro, este foi um disparo de alerta. Pare esta nave imediatamente! E abra a escotilha!"
Keiro sorri e docilmente responde: "E o que te faz pensar que eu vou fazer isso?" depois encara o general com um olhar desafiador. Zirde trava os dentes de fúria ao ver a petulância do traidor, rosnando ele ameaça: "Eu só fiz isso porque é de praxe, por mim, eu já tinha acabado com você!" Keiro gargalha: "General... sempre com essa sinceridade cáustica. Essa é a única característica que admiro em você. As outras características, bom, as considero medianas." e continua rindo como se estivesse numa conversa de bar com os amigos.
A fúria de Zirde formiga em suas costas e sobe ardendo até as orelhas. Com a mão aberta, atinge forte o painel de controle, despejando toda a sua raiva. O general é bem conhecido entre os legionários por sua paciência curta, apelidado "carinhosamente" de general pavio curto. Claro que ninguém tem coragem de dizer isso na cara dele, mas rola umas conversinhas aqui e ali.
Enquanto os dois trocavam insultos, Zira observa em outro painel uma barra de loading mostrando que algo estava carregando, com isso ela relaxa um pouco e sorri: "Cara malandro esse Keiro, sempre na jogada de ganhar tempo para executar o Gran finale." O carregamento atinge cem por cento, e Zira sabe que chegou a hora de vazar.
Na nave de Zirde, uma legionária de pele amarela chama a atenção do general: "Senhor, a nave do traidor está carregando um tipo de hyperdrive. Mas... Tem um problema" Zirde a encara com espanto enquanto ela termina a frase: "Não existe registro deste tipo de hyperdrive em toda Ordem dos Sete!"
"Como isso é possível?" O general fica aturdido com um olhar perdido, mas rapidamente se recompõe e ordena: "Carreguem o canhão de plasma imediatamente! Vamos explodir essa nave juntamente com essa escória!"
Uma legionária com aparência de peixe, puxa uma alavanca e digita algumas senhas no painel de controle: "Carregamento do canhão de plasma iniciado, senhor!" o som sai por um dispositivo em seu corpo metálico. Zirde fecha os olhos e suspira profundamente magoado: "Eu pensava que todos nós fossemos irmãos, legionários leais a Óregon e uns aos outros, mas... agora vejo que não é assim."
Nem toda certeza é uma verdade. Crenças podem se desmanchar diante de fatos. Existe apenas um planeta que possui permissão para criar naves e acessórios de navegação espacial. Este planeta passa por diversas vistorias e todos os acessórios criados são registrados no banco de dados de Óregon, justamente para evitar a criação de algo que dificultaria o trabalho dos legionários. A notícia de um hyperdrive não registrado, que não pode ser rastreado e que provavelmente tem uma velocidade maior do que a de um hyperdrive comum, deixa todos os legionários presentes ali apreensivos. Uma família tão aparentemente unida e organizada começa a apresentar as rachaduras outrora escondidas.
A legionária com aparência de peixe exclama: "Canhão carregado, senhor!" Zirde abre os olhos e com a mão em forma de arma esticada para frente ordena: "ATIREM!" Uma grande bola de energia branca com partículas magenta e azul é disparada. O seu poder de destruição é capaz de queimar e explodir mais de doze naves naquela distância. Ao atingir a nave de Keiro ela causa um grande choque que empurra a nave dos legionários para trás.
Na atmosfera de Óregon, tanto o General Zirde como todos os outros legionários ficaram surpresos, pois a nave de Keiro havia sumido. Apenas alguns estilhaços ficaram espalhados mostrando que houve sim algum dano na nave inimiga, mas era óbvio que Keiro e Zira tinham escapado ilesos. Zirde dá um forte rugido misturando raiva e frustração. Ele golpeia a mesa de controle e em seguida esconde a cabeça entre os braços, derrotado. Agora só lhe resta voltar para Óregon de mãos vazias e esperar que a legionária Keinara tenha mais sucesso do que eles. (10 huans é equivalente a 2km)
Fimdo prólogo.
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Uma Noite Fatal (Light Novel Rebelião) Livro um - Ficção Cientifica e Politica
Science FictionLivro um: Uma jovem de cabelos azuis sente-se angustiada. Ela está deitada na cama com seus olhos fixos no teto, ansiosa por respostas: "O que é isso que estou sentido? Por que não consigo dormir? Estaria algo terrível prestes a acontecer?" Não demo...