Uma Igreja

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Muitas coisas aconteceram no decorrer dos anos, há um tempo, eu havia me apegado a alguém, senti coisas que nunca achei que sentiria outras vezes, mas coisas aconteceram e o meu único amor se tornou o trabalho, meu amor a polícia, ela não dormiria comigo e não diria que me ama, mas me daria prazer melhor que ninguém.

O prazer de poder salvar alguém, o poder de mandar insetos para o encontro do próprio inseticida.

Houve momentos em que eu me perguntava se aqueles, o qual aqueles que eu havia prendido eram inocentes, isso me moldou então foi aí que entendi sobre a dor, o quanto ela machuca, o quanto ela nos molda e o quanto nos transforma, o quanto diz a nos se somos fracos ou fortes, o quanto aguentamos, o quanto suportaremos sorrindo o que nossos corações sabem, a dor da perda sempre será a pior, não sabemos quando ela virá, nem sabemos quando partirá.

Ela nos mostra quem somos, revela que a dor vem para aprendermos. "Me desculpe, perdoe-me, eu me lamento tanto, por arranjar desculpas, por chorar sempre, por ser fraca."

Eu havia me dito isso tantas vezes, o trabalho te transforma querendo isso ou não, agradeço por Rols ser uma cidade pequena, nunca tive que fazer coisas preocupantes, prendi muitas pessoas, alguns soltos no dia seguinte, mas ninguém de barra muito pesada. Alguns alcoólatras, outros eram apenas arruaceiros.

No meu primeiro ano como uma polícia fiz minha primeira tatuagem um pentagrama no ombro, geralmente coberta pela farda, ninguém sabia sobre a tatuagem, para não usar a palavra ninguém, aqueles que revisaram o físico dos policiais e apenas.

Já deve saber o quanto as pessoas de cidade pequena querem saber mais da sua vida do que você mesmo, agora pense o seguinte, eu era órfã desde meus 15 anos, possuía os cabelos brancos, morava sozinha e não tinha namorado, era claramente um combo ambulante da necessidade de vizinhos fofoqueiros.

Depois que me juntei a polícia isso piorou, para eles eu era alguém que um dia poderia tomar uma faca e ninguém saberia, pois... Bem... Era só eu.

Meus dias na polícia era os mesmo de sempre, viver em uma cidade pequena tinha seus prós e contras.

Todos os dias aparecia Dona Edina, mãe de Eraclito, um dos polícias, deveria estar na casa dos 35 anos, seus cabelos eram relativamente curtos e lisos, usava uma blusa azul-escuro quase puxando para o preto, era um uniforme padrão como todos os outros também possuía uma calça.

Ele era uma pessoa sociável como a maioria dos moradores da cidade. As exatamente 9 horas era costume Edina aparecer, em vez disso, Eraclito recebeu um telefonema.

Song of my endOnde histórias criam vida. Descubra agora