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Alyssa Cupello
Sábado 20:02

Hoje era o aniversário da pessoa que eu realmente tenho orgulho de chamar de pai, ele quem me criou, que foi nas minhas apresentações do colégio, que me ensinou andar de bicicleta, que arrancou meu primeiro dente, me levou no meu primeiro jogo do Corinthians, me deu o meu primeiro conselho quando eu quebrei a cara no amor.

Henry, o pai do Henrique. Ele é um exemplo de pai e de homem, era melhor amigo do meu Olavo, até ele presenciar a cena onde ele me espancou pela primeira vez. Foi ele quem me salvou, desde antes disso, o Henry sempre foi presente nas apresentações do colégio, aniversários. Acho que ele sabia que eram o amigo dele, mas não sabia tanto assim.

— Feliz aniversário, meu amor! — corro até os braços do Henry — Muito obrigado por tudo, meu paizão!

— Oi, minha futura advogada! — ele bagunça meus cabelos — Que bom que você veio. Te amo demais minha filha!

— Você acha que eu ia perder a festa do meu corinthiano favorito? — coloco as mãos na cintura — Está tudo tão lindo! Escolheu o tema perfeito. — Sorrio

O tema era Corinthians, tudo decorado em preto e branco, até a planta da Scarlet, mãe do Henrique foi tirada dali, já que era verde.

O mais velho colocou no seu convite que era proibido vir de verde, com mínimo detalhe de verde se quer.

Mas, o seu filho imbecil, desceu as escadas com uma camisa do Palmeiras

— Palmeirense não entra! — fecho o vidro da área externa impossibilitando a entrada do loiro — Pai — Sim, eu o chamava de pai — Me explica, como você pode ter um filho palmeirense?

— Acho que eu errei na dose, filha. — ele ri — Como pode, vir com a camisa do palmeiras onde é proibido verde?

— Deixa eu passar logo, Alyssa — ele cruza os braços — Vou tirar sua camisa do Corinthians a força garota. — ele diz olhando pra minha camisa nova, que ele mesmo havia me dado. Em homenagem ao mundial de 2012

— Se liga, aqui é Corinthians, panaca. — abro a porta pra ele e o loiro me recebe com um abraço apertado

— Como passou a semana? Fiquei corrido com as coisas da empresa e da faculdade e nem te liguei, desculpa!

— Tá tudo bem, loirinho! — sorrio pra ele — Foi bem, sem nenhuma complicação. Só tô estudando pra caralho! Logo mais tenho o tcc pra apresentar, então imagine, noites sem dormir. — me sento na cadeira ao lado dele

— E a psicóloga? Foi essa semana?

— Não, não fui. Tô bem, não senti necessidade. — falo e vejo o loiro mudar totalmente sua expressão

— Ok, mas vai mesmo assim. Se não quer ir por você, faça por mim, pelo nosso pai. — a forma em que ele me inclui como realmente irmã dele, mexe comigo. — Promete que semana que vem vai os três dias? — ele me fecha a mão deixando só o dedinho — Promessa de dedinho não pode ser descumprida.

— Tudo bem! Eu prometo. — sorrio pra ele

Eu entendo a preocupação dele com a minha saúde mental, aliás ninguém fica bem depois de tantas coisas que passaram na vida.

— Filho, o veiga disse que viria com um amigo dele. Vê se eles estão chegando, por favor! — o henry se aproxima de nós dizendo. O veiga é muito amigo do Henrique e virou amigo nosso também, apesar de eu xingar muito ele dentro de campo, não tem como odiar ele fora de campo. Ele é muito gente boa!

[...]

— Filha, atende a porta pro pai, por favor! — o Henry pede quando a companhia foi tocada

Caminho pela extensa casa até chegar a porta, onde havia dois homens com uma sacola nas mãos.

— Marrentinha! — o Veiga me abraça

— Oi chato! — sorrio pra ele

O Veiga estava acompanhado do Piquerez, quando é que foi que ele ficou tão atraente? Estava todo de preto, com uma correntinha dando destaque em seu pescoço. Que gostoso, ops, quis dizer seboso.

— Ally, você é Corinthiana? — ele faz uma cara de dúvida e me abraça

— Você não sabia? — o veiga pergunta — Essa garota mata e morre pelo o Corinthians

— Uau, ela me enganou — ele ri — Então quer dizer que semana passada você estava de penetra no Allianz?

— É claro! — dou risada — Entrem! Meu pai tá na área externa, você já sabe onde é, não vou te levar lá — faço uma cara de nojo pro veiga, nós éramos assim, um implicando o outro.

— Tô até agora sem acreditar que você é Corinthiana! — o piquerez se aproxima de mim falando baixinho — e eu ainda te chamei pra ir quarta

— Não quis falar nada — solto uma risada nasal — Mas, eu odeio o palmeiras e tudo que envolva ele.

— Oxi, eu me envolvo no palmeiras, tu me odeia?

— Bem provável que sim. — rio — Te xinguei muito sábado, mas depois você salvou a minha vida. Então tá perdoado — passo a mão no ombro dele

[...]

O aniversário estava incrível, ficar com a família do Henrique é algo tão bom. Eles me tratam como se eu realmente fosse da família, me tratam tão bem, melhor do que a minha!

Eu estava um pouquinho mais feliz do que o normal, devido que bebi.

— Você é filha do Henry? — o moreno se senta ao meu lado — Vi ele te chamando de filha.

— Não sou filha de sangue, mas de coração sim. — sorrio

Nós dois ficamos sentados em silêncio, ele havia me olhado a noite inteira, mas não tinha vindo falar comigo, ainda.

— Você é muito linda, sabia? — ele sorri vergonhoso

— Obrigada! Você também é. — sorrio pra ele

— Segunda foi muito bom almoçar contigo, amanhã podemos repetir a dose? Sua companhia é legal.

— Minha companhia é incrível — dou risada — Mas eu topo sim!

𝑴𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒓𝒊𝒗𝒂𝒍 - 𝑱𝒐𝒂𝒒𝒖𝒊𝒏 𝑷𝒊𝒒𝒖𝒆𝒓𝒆𝒛Onde histórias criam vida. Descubra agora