VII: Não há nada que você possa fazer

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Semana II, dia VI.

[...]

Konohamaru fica parado na minha frente, estático e confuso, logo quando me vê.

É uma manhã de pura inspiração. Meus filhos mamaram na medida certa, assim tenho seios grandes e não-doloridos, que não vazam uma gota de leite. Além disso, regularizei o sono dos monstrinhos, o que significa que dormi a noite toda. Meu cabelo acordou de bom humor, e eu consegui tomar café da manhã em paz. Tudo, absolutamente tudo, em ordem de paz.

Tive tempo de me arrumar, até. Estou vestindo uma roupa da minha mãe, e talvez Konohamaru tenha estranhado isso tanto quanto eu. É um vestido longo, até os pés, com um decote reto enfeitado com bordados de linha de prata e alças grossas de amarrar; estava entre as coisas que minha mãe tinha deixado para mim, como herança, e eu nunca pensei que usaria, porque era maternal demais. Irônico, pois agora eu me sentia super confortável: o tecido era grosso e firme, sustentando meus seios, e as alças poderiam ser desamarradas para que eu pudesse amamentar. Era perfeito.

— Aonde você vai? — Finalmente, ele pergunta, me olhando de cima a baixo. Meu cabelo está solto, mas eu usei um laço nas pontas para mantê-lo menos livre, e eu estou usando perfume e batom vermelho. Eu acho que não me arrumo assim a um bom tempo...

— Você não disse que queria que eu passasse menos tempo sozinha? Que ficasse um pouco com Kushina-san?

Ele levanta as sobrancelhas.

— E você me esculachou por sugerir isso, então eu naturalmente pensei que você não fosse aceitar.

— Eu não te esculachei, e eu mudei de ideia. Sou uma nova mulher. — Eu sei que peguei pesado na atuação agora, porque ele continua parado, franzindo as sobrancelhas, e então estreitando os olhos.

— Você 'tá bem? — Konohamaru cruza os braços, me encarando. — Tem alguma coisa errada?

— Claro que não — Bufo, ofendida. — Eu estou ótima. Olha, você me diz o tempo todo que está tentando, não é?

— Aham.

— Então, agora estou tentando também. Pelos bebês.

Ele continua me encarando, crispando os lábios, pensativo e sensual para caralho. Eu jogo os braços para cima.

— Você não acredita em mim!

— Eu acredito em você! Eu só estou estranhando isso tudo do nada, tudo bem?

— Você deveria estar feliz.

— Eu estou — Seu murmúrio me amolece um pouco. Konohamaru não me conhece totalmente, mas sabe o suficiente sobre mim para dizer que estou agindo estranho. Ele está certo, não é nada sobre tentar, sobre acatar um desejo dele; eu só preciso muito investigar o que está acontecendo com Hinata e saber um pouco mais sobre a ruiva desgraçada, e não posso fazer isso sem uma boa desculpa para ninguém saber o que estou fazendo. Portanto, eu sabia que com uma dose de fingimento, ainda que não completamente convincente, eu poderia dar um nó em Konohamaru, e ele com certeza ia agir mais natural que eu, e todos iam comprar a ideia de que estávamos apenas sendo um casal de queridinhos enquanto eu colocava meus planos em ação.

Sou genial.

— Então, sorria. Mas nem tanto. Eu quero ficar com Hinata de manhã, depois do almoço eu vou com você, pode ser? Assim vamos embora juntos. — São essas palavras que parecem convencer ele de que estou sendo verdadeira. Ele balança a cabeça, mas suspira, e solta uma risadinha. Eu não entendo o que isso significa, o que me deixa um pouco irritada.

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