~. Capítulo 10 .~

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"Em determinados momentos, a raiva é totalmente indispensável.

Lucas Rigozzi.".

GUSTAVO

"O gemido que soltei ecoou por todo o quarto.

— Olhe para mim.

Não foi um pedido, foi uma ordem. Sem parar de mexer os lábios e a língua, obedeci.

— Isso, Gus, chupa bem gostoso a minha boceta — gemendo baixinho, Clara mordeu com força o lábio inferior e fincou os dedos em meu cabelo. — Você vai me fazer gozar na sua boca, vai?".

Em algum lugar do cérebro, eu ouvia as vozes animadas de Lucas e Alexandre. Incomodado com o barulho, virei para o lado oposto e abracei o travesseiro, onde esfreguei a ereção por alguns segundos. Por que eles falavam coisas ininteligíveis? E aonde teria ido a minha Clara?

"— Mete!

Perdi o fôlego. Eu não tinha dúvidas de que o meu coração sairia pela boca a qualquer momento.

— Mete logo, caralho! — duas pernas fortes e apressadas circundaram o meu quadril. — Tá com medo de me comer? Fode o meu cu, Gustavo!

— Lucas... — ofegante, senti a entrada dele tocar a cabeça do meu pau. — Você tem certeza?

— A única certeza que eu tenho... é que você vai me matar de tesão se não enfiar esse caralho em mim, Gustavo Pimentel — atrevido, Lucas deu um tapa na minha cara. — Vai, me come! Mostra que você é macho, caralho!".

Quase desmoronei da cama ao escutar o toque estridente do celular. Ofegante, suado e com o corpo pulsando, eu lutava para distinguir a linha tênue entre o sonho e a realidade enquanto a minha mente e o meu coração buscavam pelo autocontrole. Não, eu não estava transando loucamente com ninguém, mas o calor abrasador e o líquido viscoso na cueca deixaram claro que meu cérebro havia vivido cada segundo daquilo de forma vívida e intensa. A preocupação foi iminente, afinal de contas, eu não tinha idade para ter poluções noturnas.

Trêmulo e inseguro, deslizei a mão por baixo do travesseiro e atendi o celular sem ao menos observar o identificador. O grunhido áspero que soltei certamente denunciou a minha afobação, contudo não fiquei preocupado com o que poderiam pensar de mim. Era minha mãe do outro lado da ligação, e a julgar pela entonação alegre e divertida da voz de Dona Vera, as notícias que ela tinha deveriam ser maravilhosas. Não deu outra, porém preciso admitir que demorei a acreditar nas novidades que ela me contou.

— Eu liguei em um horário inapropriado, filho?

— Não, que nada — sentindo o pênis latejar, passei os dedos pelo couro cabeludo. — É que eu me assustei com o toque do celular, só isso.

— Desculpe tê-lo acordado, querido.

— Relaxa, mãe — engolindo em seco, desci a mão até o cós da cueca e inseri a ponta do indicador no tecido de algodão. Eu não queria acreditar que havia gozado durante o sono. — Por que você ligou às nove e tantas da madrugada? Aconteceu alguma coisa?

Dona Vera soltou uma pequena risadinha histérica.

— O que foi, Dona Vera? — a curiosidade começou a dar sinais de vida. — Vocês estão bem, mãe? É alguma coisa com o papai ou a minha irmã?

— Todos maravilhosamente bem, não precisa se preocupar — garantiu ela. — Eu tenho uma bomba para te contar, Gustavo!

— Eu sei, você nunca me liga antes do meio-dia.

Marcas do Passado: Incertezas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora