Capítulo 4 ꧁༒ Sozinha em sua própria companhia

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A lua estava tão linda quanto na noite passada

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A lua estava tão linda quanto na noite passada.

Alaska sentou-se sob os joelhos, ignorando o ralado das pedras e dos pequenos galhos. Conhecia aquele lugar desde os doze anos, quando começara a entender por que suas amigas a haviam trocado por outras e já não andavam mais juntas no bosque.

Certamente, alguns deles deviam conhecer o lugar, absurdamente lindo, com uma areia brilhante no fundo que parecia areia estelar. Os peixes vagavam, pequenos e de diversas cores, e ela prendia seu olhar ali por horas a fio. Às vezes, até podia cochilar enquanto os peixes roçavam em seus pés dentro d'água.

Gostava mais da noite e acreditava que não era apenas porque era uma loba; obviamente, eles são mais noturnos no inverno congelante, mas somente à noite podiam contemplar a presença de sua deusa. Para Alaska, a noite era um poço imenso de escuridão com pontinhos de luz brilhantes.

E a lua. Aquele astro tão brilhante e lindo. E feminino.

Essa era a razão pela qual ela adorava sair durante a noite e voltar tarde para casa; a solitude a banhava feito um cálice transbordando.

Mas ela olhava para o nada e pensava em tudo. A qualquer momento poderiam haver novos gemidos; a lua ainda brilhava cheia lá em cima e, depois da primeira noite de lua cheia, a caça de acasalamento continuaria por uns três ou quatro dias.

Os mais jovens costumavam aproveitar muito; havia fêmeas ômegas e betas que preferiam se revezar para o parceiro; já outras se entregavam na primeira transformação aos dezoito anos e não se importavam em transar na lua cheia, mesmo procurando uma mordida e um parceiro.

Um arbusto mexeu bem atrás dela, e Alaska se virou sem medo, apenas por pura curiosidade, já que ninguém ousava se aproximar quando ela estava ali. Estava numa cidade lupina, e barulhos na mata eram muito comuns.

Ao contrário do que pensou ser apenas um coelho, a irmã do alfa da alcateia Vento Negro caminhou até ela, vestindo uma roupa de dormir espalhafatosa devido à transformação.

Enola abriu um sorriso para ela, enquanto Alaska encolhia os olhos.

— Acho que andei bastante para encontrar essa belezura aqui — Enola disse, sentando-se sob uma das pedras e enfiando os pés dentro da água cristalina. — Isso é irreal.

— Ninguém vem muito a este lugar — Alaska comentou, enquanto Enola mudava de posição e se deitava sob as pedras, deixando o corpo meio curvado enquanto seus seios pesados se esparramavam para os lados. — Por isso gosto daqui.

— Como assim ninguém vem? Eu acho que poderia morar aqui — o exagero fez Alaska engolir uma risada alta. Ela também moraria ali facilmente, diariamente estava ali, tanto quanto no topo da colina.

— Infelizmente, muitos só usam a floresta para transar mesmo. Já eu gosto daqui só para escutar o barulho da água e observar os peixes — Enola disse, encarando um deles brincando com uma alga lá embaixo. A irmã do outro alfa tinha passado o dia anterior inteiro com Sofia; Alaska podia imaginar que Sofia tinha conquistado mais uma pessoa.

UMA PAIXÃO LUPINA INCANDESCENTE • JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora