⁰⁰⁶

1K 135 88
                                    

!!ALERTA GATILHO!!
‐ menção à suicídio (leve)
menção à automutilaçao (médio)
- crises
- discussão
‐ menção à abuso/assédio (leve)



BILL KAULITZ'S POV

A sala de espera parecia silenciosa e
barulhenta ao mesmo tempo. Estava silenciosa o bastante para ouvirmos a respiração um dos outros, junto com o barulho do ar-condicionado e movimentos sutis.

Fazia 30 minutos que estávamos lá e
ainda não tínhamos nenhuma notícia da Laurent. Eu já estava esperando o pior quando uma enfermeira finalmente chegou na sala.

- Vocês tem algum vínculo com... Olivier Laurent? - A mulher perguntou olhando a prancheta que segurava.

- Eu sou o namorado. - Disse me
levantando rapidamente de meu assento assim que seu nome foi citado.

- A senhorita Laurent sofreu perda total pelo excesso de álcool. Além da própria substância, o estômago vazio dela ajudou a bebida a ter efeito com mais rapidez, o que resultou nisso. - Sua voz era firme, mas a moça parecia cansada. - Pelos exames e revistas, ela não foi violada e nem drogada. O culpado da situação foi especialmente a falta de comida e álcool. - Ela de alguma forma parecia aliviada por completar a última frase.

- Então ninguém tocou nela, certo? Ela está bem? - Tentei esconder o máximo que pude meu desespero enquanto questionava a adulta.

- Estômago vazio? - Foi a vez de Georg levantar de sua cadeira. - Isso quer dizer que ela não comeu nada o dia todo? - O garoto ao meu lado parecia em choque com a informação tanto quanto eu.

- Não, ninguém tocou nela, ela está
se recuperando e está de observação por 12 horas. E sim, ela passou o dia sem comer. - A mulher parecia um pouco tensa ao responder.

Nós quatro nos olhamos em surpresa e preocupação pela garota.

- Vocês podem visitar ela. Ela ainda
está dormindo, mas acho que vocês estão preocupados com a garota e ver ela vai afastar um pouco do sentimento. Venham comigo, por favor. - Ela andou na nossa frente, fazendo-nos segui-la até o elevador e sermos levados até o quarto da garota cacheada.

Assim que entramos no quarto, era
possível ouvir o bip de sua frequência cardíaca. Estava lenta. A garota estava meia sentada na cama olhando pras suas mãos, parecia confusa e ainda mais cabisbaixa do que quando saímos da emissora. Sua roupa estava dobrada na pequena mesa ao lado da cama, e seus calçados estavam no chão. Em seu braço existia um acesso que estava conectado à uma bolsa de soro ao lado de sua cama. Um medidor de saturação estava preso em seu dedo, e ela parecia encarar ele especificamente.

Cara... como isso doeu.

- Que bom que acordou, querida. - A
de jaleco a nossa frente disse, fazendo a garota levantar seu olhar. - São seus amigos, certo? - Nós entendíamos a desconfiança que eles estavam sentindo sobre nós, então não reclamamos.

Deve ser uma puta situação, eu imagino. Não é normal quatro caras chegarem com uma menina no colo e falarem que são amigos e namorado dela, sendo que nem com ela estavam quando ela teve um coma alcoólico.

- Isso. São meus amigos e meu... - seu olhar caiu sobre mim como uma dúvida. Concordei discretamente com a cabeça. - E meu namorado. - Deu um sorriso falsamente apaixonado, junto com um suspiro exagerado. Perfeitamente cínica.

BAD ROMANCE - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora