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BILL KAULITZ'S POV

Quando o avião pousou, eram seis horas da manhã em ponto. Eu havia dormido o voo inteiro, já que estava com sono por ter acordado de madrugada. Eu já começava a sentir falta dos braços de Olivier ao redor da minha cintura neste momento.

Eu e o resto do grupo esperávamos nossas bagagens despachadas na sala das esteiras. Olivier provavelmente voltou a dormir quando eu saí, e tinha grandes chances da garota ainda estar dormindo, já que era cedo demais para ela acordar.

Estava sentado ao lado de meu irmão na borda de uma das esteiras, sentindo meus olhos pesarem e lutarem para se manterem abertos, tentando combater o sono que aos poucos tentava me rodear. Se eu tivesse no apartamento, eu com certeza ainda estaria dormindo; os braços de Olivier ao redor da minha cintura e sua cabeça em meu peito. Ou o contrario. Talvez uma conchinha, com ela sendo a menor porque sente muito frio de noite e eu gosto de mantê-la aquecida. Minha boca se abriu em um bocejo e algumas lágrimas se formaram no meu olho, indicando o quão cansado estava naquele momento. Eu agradecia que a banda ainda terias pelo menos uma semana sem fazer nada, já que a equipe precisava de um tempo para montar e arrumar os locais dos shows, que também seria onde ensaiariamos, mas ainda sim lamentava pelo fato de que a Laurent não estaria comigo nesse meio tempo. Se ela estivesse aqui, eu poderia levá-la para conhecer a cidade nesse meio tempo. Ela adora caminhar por lugares novos e arejados, como parques ecológicos, adora passar em uma cafeteria depois de uma longa caminhada para se sentar e descansar enquanto bebe um café e apenas observa o movimento das pessoas no lado externo do estabelecimento. Ela adora passar em sebos, e nunca sai de um sem um livro nas mãos. Adora se sentar em um banco de uma praça qualquer e admirar as árvores balançarem com a brisa e os pássaros se alimentarem enquanto o sol se põe. Ela adora romantizar a vida. E se ela estivesse comigo, eu adoraria ajudá-la e aprender um pouco mais com ela de como fazer isso.

As nossas malas foram uma das últimas a aparecer. Quando finalmente elas vieram com a esteira, nós as agarramos e checamos para ver se havíamos pegado tudo antes de sairmos do aeroporto.

O hotel que ficaríamos ficava a quase uma hora de distância do aeroporto, então chegaríamos lá quase sete horas da manhã e famintos. E, por mais que iríamos ficar alguns dias quase que cem por cento livres, teríamos algumas reuniões para participar e algumas coisas para resolver antes dos shows e dos ensaios começarem.

O dia ainda estava um pouco escuro pelo horário. A mesclagem de cores claras que coloriam o céu com a junção de poucas nuvens formavam uma bela vista. E, por algum motivo, isso me lembrava a Olivier. A van já estava nos esperando no estacionamento quando saímos. Colocamos nossas bagagens dentro do porta-malas, e então entramos no veículo, prontos para ir para o hotel. Tínhamos uma reunião às 13:30, entao teríamos algum tempo para descansar os nervos da viagem. Quando a porta da van fechou, eu peguei meu celular. Procurei o contato de Olivier e mandei mensagem, avisando que já tínhamos chegado.

- 'Tá falando com a Olivier? - Tom questinou ao me ver teclando.

- É. Ela me pediu pra avisar quando chegássemos. - Respondi enquanto terminava de digitar.

- Fala pra ela que nós estamos mandando um abraço. - Georg se enfiou na conversa.

- Isso! - Gustav concordo com a fala de Georg.

- Vocês tem o número dela. Por que vocês mesmo não mandam? - Questionei confuso.

- Sei lá. Mas avisa aí! Você já 'tá com o celular na mão mesmo. - Gustav respondeu por todos, encerrando o assunto.

Revirei meus olhos, rindo inalado do pequeno diálogo. Enviei mais uma mensagem, dizendo que eles estavam mandando um abraço para ela. Desliguei o celular e voltei ele para o meu bolso, começando a prestar atenção na conversa sem sentido sobre sexo que Tom e Georg passaram a ter. A conversa dizia algo sobre transar tendo bebido alguma bebida alcoólica. Tom achava que aumentava a sensibilidade, e fazia o sexo ficar mais gostoso. Georg retrucava e dizia que era tudo a mesma merda, e que não mudava nada. A conversa puxou mais outros assuntos, e foi assim até que chegássemos finalmente no hotel.

BAD ROMANCE - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora