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OLIVIER LAURENT'S POV

Saímos do elevador tentando agir o mais normal possível. Bom, eu estava tentando agir o mais normal possível. Mas acho que deixei transparecer meu nervosismo pelo assunto falado pelo meu amigo.

Eu e o Tom nos aproximamos muito desde que fizemos as pazes. De alguma forma desconhecida por mim, o garoto me passou uma imagem cem por cento confiável. Por esse motivo falamos de tudo e todos um para o outro. Nossas interações são no mínimo engraçadas. Ou estranhas, não sei ao certo. Mas me sinto bem e segura perto do mais novo. É quase como se toda a minha bateria social fosse devolvida quando ele está por perto. Seu humor malicioso e seu jeito irritante me animam de alguma forma. Mas eu não digo isso romanticamente, nosso lance é mais amizade mesmo.

Colocamos nossas bagagens na traseira da van, nos arrumando nos bancos logo depois. Eu fui no meio, entre Tom e Bill nos bancos do fundo. Georg e Gustav foram nos bancos da frente. E, em alguns minutos, nós já estávamos prontos para partimos.

Os primeiros 30 minutos de viagem foram até que bem barulhentos. Os meninos cantavam alto e só não pulavam dentro do veículo porque não podiam. Eu ria tanto das brincadeiras deles que a minha barriga doía. Eu achava que iria vomitar a qualquer momento. Eles gritavam e cantavam de forma desafinada (até mesmo Bill) a música What Is Love?. Eu até pensei em entrar na onda e cantar junto, mas estava ocupada demais rindo e tentando não passar mal. Era impressionante como eles conseguiam agir dessa maneira até quando era de manhã.

O percurso era longo,
aproximadamente 3 horas e meia sem contar com o trânsito. Depois de um tempo com toda a bagunça no carro, os garotos cansaram e se sentaram. Tom colocou os fones de ouvido e ainda continuava com a energia lá em cima, Georg e Gustav se encostaram na janela com o intuito de dormir. Enquanto Bill e Tom enchiam o saco de Georg, eu puxei um livro para ler e meus fones para ouvir música.

Bill estava bonito hoje. Talvez, até mais bonito do que quando usava maquiagem. Seu cabelo estava sem nenhum tipo de produto e sua franja caia perfeitamente em sua testa e olho direito. Estava vestindo uma jaqueta de couro por cima de uma camiseta de banda preta, usava uma calça jeans um pouco mais larga do que costumava usar e um tênis qualquer nos pés. Seu rosto limpo fazia sua expressão parecer cansada, mas mesmo assim o garoto estava deslumbrante. Ele exalava o aroma de banho recém tomado, junto com um cheiro suave de colônia para bebês. Talvez fosse por causa do sono que me puxava, ou porquê era realmente a minha vontade, mas eu sentia um enorme desejo de afundar o meu rosto em seu pescoço e dormir em seus braços sentindo o seu perfume pelo resto da minha vida.

Eu sentia o sono me alcançar cada vez mais na medida em que o carro ficava mais silencioso. O caminho estava sendo calmo e com pouco trânsito pelo horário. Quase não existia barulho nas ruas além dos pneus dos carros correndo contra o asfalto. As palavras do livro pareciam perder o sentido, e a música que saia através do fone parecia ficar cada vez mais abafada. Meu olhos pesavam e minhas mãos perdiam a força aos pouco. Automaticamente, fechei meu livro e o coloquei de lado, fechando meus olhos e caindo no sono com a música tocando pelo resto do percurso.

BILL KAULITZ'S POV

Estava concentrado no meu celular, mas uma movimentação tirou minha atenção.

Olivier dormiu entre eu e meu irmão e, consequentemente, em uma das curvas acabou escorregando e apoiando a cabeça no ombro de Tom.

O garoto me olhou travesso, e como uma espécie de telepatia eu já sabia o que ele iria fazer.

Antes que eu pudesse protestar contra a sua ação, meu irmão empurrou a garota em minha direção. O empurrão foi leve para não acordá-la, todavia forte o suficiente para fazer seu corpo vir em direção ao meu e se apoiar em mim. Eu olhei para ele em desespero e nervosismo, enquanto o vagabundo tentava abafar seu riso descontrolado.

BAD ROMANCE - Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora