TODAS AS CARTAS DE AMOR - [ Simone x Soraya ]

IV. Demorou pra ser

Acordei mais uma vez antes da Simone, parecia ser o próprio despertador dela, e ela dorme profundamente, como uma pedra.

Levantei-me novamente e fui tomar banho. Gosto da sensação de estar em sua casa, no seu quarto, no seu banheiro... é algo muito íntimo, e parece que estamos nos conectando cada vez mais. Apesar da minha resistência, meu corpo parece não me obedecer; ele já conhece os seus toques, carinhos, o seu cheiro, o seu hálito... e está se tornando cada vez mais difícil resistir. Gostaria de esperar até ser algo especial, na data que escolhi," mas Céus, ontem eu tive um orgasmo delicioso em cima dela, por muito menos, imagina quando formos de fato? Não sei se dou conta daquele monumento todo.

Bem, eu estou parecendo aquelas adolescentes apaixonadas, precoce, meu Deus Soraya, sossega esses pensamentos...

Fechei os olhos e deixei a água descer por meus fios tomando conta de toda a extensão do meu corpo, me sentia feliz naquela amanhã, como ontem...

Sentir braços me rodearem a cintura, um corpo encostar em minhas costas, um hálito quente por meu pescoço...

Simone.

Não sei se abro os olhos, se respiro fundo e abro os olhos, se me desespero, porra, que golpe baixo dessa mulher.
Meu corpo me entregava, levava pequenos choques, arrepios gelados me corriam a espinha.

Sinto ela depositar um beijo em meu ombro e logo sua voz rouca me penetra o ouvido da forma mais deliciosa que existia.

- Bom dia, linda.

- Bom dia, Si...- minha voz falhou - ... Hoje você acordou cedo.- tentei disfarçar meu nervosismo.

- Muita sorte eu diria e principalmente por te encontrar aqui. - sua voz cada vez mais rouca, me acelerou o coração.

- Você não deveria, Simone, droga. Sabe que me deixa toda desconcertada.

- Sei, por isso não se virou ainda para olhar-me.

- Eu não posso...

- Porquê não? - suas mãos alisaram-me na barriga me causando um rubor inacreditável.

- Por...por...porq..porque você me deixa nervosa.

- Quer que eu saia? Posso deixar você sozinha...talvez eu tenha sido invasiva mesmo. - seu corpo se afastou, em um rápido movimento girei em meus calcanhares e a puxei pelo pulso chocando nossos corpos.

- Não..eu..quero que fique.

- Tem certeza? Eu não quero..- a interrompi selando nossos lábios...

Eu adorava sentir aqueles lábios nos meus, eram tão macios e saborosos. Não era uma obrigação, principalmente por ela ser paciente, mas eu não estava conseguindo mais me manter silente perto dela, a cada dia que passamos juntas estamos cada vez mais próximas, descobrindo muito em comum, dormindo juntas e já tivemos um orgasmo sem ao menos chegar aos finalmente... meu corpo pedia por ela incessantemente, não conseguia mais recusar, estava no meu limite, apesar de já ter preparado absolutamente tudo, até o lugar... ah Deus o que eu faço? resisto? Mesmo com o meu corpo todo incendiando a ponto de queimar-me.