Pov's Murilo.
Acordei no dia seguinte às cinco horas da manhã com o choro da Bel, na verdade eu quase cai da cama com o susto que tomei, sai correndo em direção ao seu quarto e ela estava sentada na cama chorando e com a mãozinha na cabeça.
Muirlo: Filha? O que aconteceu? Papai tá aqui.
Bel: dodoi, ati, dói.
Murilo: ta doendo a cabeça? -ela assentiu triste e eu abaixei ficando do tamanho dela e passei a mão em seu rosto devagar -tudo bem, vamos se acalmar e tomar um remedinho. - a peguei em meus braços e desci até a cozinha, Bel odiava tomar remédio e sempre era totalmente obrigada, coloquei lá dentro de sua garganta e espirrei, ela chacoalhou a cabeça brava e me abraçou chorando - tudo bem,passou, esse é para melhorar.
Bel: papai, eu telo a mamãe, pufavô. -ela começou chorar alto e eu a abracei forte, não disse nada apenas a aconcheguei em meu colo -Bel quer a mamãe. -ela disse soluçando - liga a ela?
Murilo: Filha, é muito cedo, sua mamãe está provavelmente dormindo agora.
Bel: pufavô
Murilo: neném, vamos tirar um cochilo e aí quando acordar você liga. - a peguei em meus braços e deitei em meu colo, a ninei ali na sala e ela chorava baixinho com dor e eu com coração em pedaços, principalmente sabendo que eu não tinha outra opção, ela precisaria ir a escola mesmo não se sentindo bem, suspirei e fiquei pensando em que tipo de pai eu era, queria fazer tudo pela minha filha e ao mesmo tempo não fazia nada além de fazer ela sofrer tirando de sua mãe, era uma sensação de impotência e parecia que ela não gostava de mim como gostava da mãe
e isso me destruía por dentro.
Aos poucos ela foi se acalmando e eu a balançava devagar, meus olhos estavam cansados e eu sentia que ia cair a qualquer momento, era muito difícil toda essa rotina e além dessa que já ocupa toda minha vida eu ainda fico me preocupando com uma pessoa que me machucou, chutou o balde e me deixou para trás sem se preocupar em como eu ficaria, porque eu sou tão besta em querer me aproximar? Eu fui largado,como um pedaço qualquer, e agora ver ela simplesmente me deixa sem ação, confuso e feliz em vez de me deixar puto.
Estava me arrumando era seis e meia para deixar a Bel na escola, ela estava melhor porém ainda meio caidinha, conversei com Luana e ela disse que se precisasse ela levaria Bel no médico para mim, o que me deixou bem mais tranquilo já que além dela só posso contar com a minha mãe, ela não quis comer,não quis beber nada então arrumei a lancheira e seguir em direção a escolinha, estacionei e entrei com ela para conversar com a professora, avistei Marília de longe e ela estava conversando com o diretor da escola enquanto bebia café ou qualquer coisa quente que estava naquele copo.
Murilo: Bom dia.
Igor: Bom dia Sr Huff, olá Bel. -ela estava no meu colo super amoada e apenas suspirou-
Marília: Bom dia. -ela sorriu meio envergonhada provavelmente por ontem, que saiu e me deixou totalmente sem entender, virou e encarou a Bel- o que foi?
Murilo: quem vai dar aula pra ela hoje?
Marília: sou eu.
Murilo: graças a Deus . -o diretor arqueou a sobrancelha e Marília raspou devagar a garganta sem graça -digo, que bom ver alguma professora dela logo de início, posso falar com você em particular?
Igor: algum problema com a senhorita Marília? Quer conversar com a coordenação?
Murilo: não, pelo contrário, é a professora que a Isabel mais gosta. -sorri e Marília me acompanhou até a sala que ainda estava vazia-
Marília: cuidado com os foras, Igor é muito bom em pescar qualquer coisa no ar.
Murilo: Marília, a Bel não está muito bem hoje . -ela olhou a Bel e abaixou em sua frente olhando pra ela -e eu não tenho como deixar ela em casa, preciso que ela fique na escola.
Marília: Mas e se ela tiver febre, eles vão te ligar.
Murilo: liga pra Luana se tiver febre, o número ta na agenda e você também tem, só me avisa por mensagem, ela não quer comer e nem beber nada, acordou reclamando de dor de cabeça e está com os olhos fundos de cansaço.
Marília: é eu tô vendo, está dodoi meu amor?
Bel: é, eh quelo a mamãe.
Murilo: e eu tô com medo disso ser psicólogico.
Marília: psicólogico? Porque?
Murilo: ela nunca mais viu a Bruna, simplesmente a mãe desapareceu, e o que me deixa triste é que a pouco meses Bel era apegada nela, e de repente esse vínculo foi cortado, pelas medicações e problemas fortes da mãe.
Marília: poxa. -ela acariciou o rostinho da Bel e suspirou- que difícil, queria te ajudar.
Murilo: não tem como, você tem razão também. -soltei a mão da Bel e ela sentou no tapete pegando um dos brinquedos- a culpa toda foi minha.
Marília: você ama a sua filha Murilo.
Murilo: eu tirei ela da mãe por que a queria perto, e não tô dando conta.
Marília: ei, não se maltrate assim.
Murilo: eu só queria ser um bom pai.
Marília: e você é. -ela sorriu- você é corajoso, você quis cuidar dela, ter a guarda dela e tentou de tudo para que a mãe fosse presente, mas infelizmente ela não quis.
Você não a tirou da mãe, a mãe se afastou porque quis.
Murilo: eu tô apavorado, desesperado, eu não sei o que fazer mais pela minha filha.
Eu tenho que trabalhar, tenho que cuidar dela, tenho que estar presente.
Marília: Murilo se acalma, você nunca foi desse desespero todo. - ela me abraçou e eu a abracei de volta apertando em meus braços, fechei os olhos e fui sentindo meu corpo inteiro entrar em colapso, fui me acalmando conforme sentia o cheiro forte do seu shampoo em seu cabelo, e afastei devagar e nossos rostos ficaram tão perto, ela pegou nas minhas mãos que estavam geladas e sorriu me passando força- você vai dar um jeito,só está um pouco com a cabeça bagunçada, tenho certeza que se sentar para pensar vai conseguir dar um jeito nisso, achar um tempo pra ela, trabalhar menos.
Murilo: obrigado. -eu disse e suspirei- eu precisava realmente desse abraço.
Marília: não tem de que. -sorri e fiquei encarando ela um tempo, aqueles olhos ,que sempre me lembrava paz,Deus, era isso que sempre me lembrava e me acalmava, cheguei perto do seu rosto e nosso lábios estavam mais próximos que tudo, eu sentir meu coração acelerar e parecia um tambor de tanto que batia,ela me encarava na mesma intensidade e quando senti que estávamos quase nos beijando....
Xxx: Lila, seus Alunos estão esperando na fila . -ela pulou para trás com a mão no coração e eu olhei para a porta-
Marília: Lu,que susto.
Luiza: eu que o diga né.
Marília: eu já estou indo. - ela disse confusa e abaixou com a Bel- vem querida com a tia, vamos lá buscar os seus amiguinhos.
Murilo: eu... -ela me encarou sem graça-
Estou indo trabalhar.
Marília: eu te aviso qualquer coisa. -ela soltou um sorriso tímido- mas vou ficar,é prestando atenção nela.
Murilo: agradeço.
Saí dali da sala sentindo meu estômago até revirar, isso por que eu já beijei essa boca muitas vezes na vida, mas só de chegar perto, tantos anos perdidos de um amor que foi tão grande, tantos sonhos,sorrisos, olhares, gargalhadas, momentos só nossos que eu bem sei se algum momento vai voltar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ℕ𝕠𝕤𝕤𝕒 𝕡𝕖𝕣𝕗𝕖𝕚𝕥𝕒 𝕞𝕖𝕝𝕠𝕕𝕚𝕒
FanfictionATENÇÃO ESSA HISTÓRIA É UMA ADAPTAÇÃO ⚠️ Os direitos autorais é todos da autora original. Sinopse: Murilo se envolveu em um amor que achava ser eterno mas acabou sendo passageiro, desse casamento onde saiu super mal veio Isabel, para os mais próximo...