ℕ𝕠𝕤𝕤𝕒 𝕡𝕖𝕣𝕗𝕖𝕚𝕥𝕒 𝕞𝕖𝕝𝕠𝕕𝕚𝕒

capítulo 17

Pov's Marília.

Quando Murilo foi embora, Luiza ficou encostada na porta  com os braços cruzados me encarando totalmente calada, eu suspirei e sentei no chão com a Bel que estava segurando algumas peças do quebra cabeça.
Luiza: eu não digo é nada.
Marília: você nem viu nada, nem escutou nada.
Luiza: não mesmo,o que eu vi foi muito mais que palavras.
Marília: eu só tava ajudando ele, estava mal.
Luiza: ajudando com a boca, faz todo sentido.
Marília: que ajudando com a boca o que... nem chegou perto direito.
Luiza: claro, claro.
Marília: ele tá mal por causa da mulher que largou a menina.
Luiza: e veio ser consolado pelos braços da princesa Marília.
Marília: ele veio falar da Bel. -sorri e lhe ajudei a encaixar a pecinha  - você tá com dor Bel? Na cabeça?
Bel: Meilou.  -ela me olhou- quando te vi.
Marília: que amor. -sorri encantada e passei a mão em seu rosto- agora não te dói mais nada?
Bel: não. -ela levantou pegando a pecinha que estava  longe- esse aqui, é lá.  -ela me entregou a pecinha e eu a ajudei colocar, ela sentou no meu colo já que eu estava com pernas de índio e pegou a chupeta-
Marília: vamos lá buscar os amiguinhos?
Bel: vamos. -fomos andando no corredor e mãos dadas e avistei Igor,  que era um pé no saco, ele estava a alguns dias insistindo em sair  comigo e eu apenas dando desculpas,  minha preocupação é que ele é dono do colégio e eu com certeza não quero mágoa-lo para não ficar sem emprego -

Igor: Marília,vem aqui um pouquinho. -ele me chamou e eu andei até ele segurando a Bel - o pai da menina estava querendo alguma coisa em específico?
Marília: não, só me alertou sobre ela estar doente hoje.
Igor: me pareceu uma pessoa mais íntima, algo assim.
Marília: não.  -fui clara e lhe encarei- e se fosse também não me importo.
Igor: você sabe que é complicado ter amizade com pais.
Marília: você sabe que se tivesse não seria exatamente da conta do diretor, não atrapalhando o trabalho de ninguém, é o que importa. -sorri sinica e continuei andando, dessa vez peguei Bel no colo para ir mais rápido, fiz a fila com meus alunos e fomos para a sala, confesso que aquela manhã em específico estava  sendo muito difícil, eu queria prestar atenção na Bel o tempo todo mas os outros alunos estavam fazendo muita bagunça na minha aula e acabando com meus acessórios de dança. - Paulinha meu anjo, larga o fio, quer tomar um choque? Imagina só,ficar com os cabelos pra cima.
Paulinha: tia, tá em atrapalhando.
Marília: só um minuto.  -fui até ela tirando o fio e o colocando na parede  -agora vamos sentar, todos.
Paulinha: A Isabel não tá sentada, então eu também não sento.
Marília: Querida, senta por favor. -lhe encarei e voltei olhar Isabel - Belzinha, senta aqui com a Prô.
Bel: Dodoi, titia. -ela disse colocando a mão na barriga.
Marília: Paula senta,  espera um minuto que eu vou chamar a tia Lu pra me ajudar.  -levantei e fui até a porta vendo se ela estava por ali,até que escutei um choro alto e quando virei era da Bel, e Paula estava em cima dela puxando seus cabelos - EII, NADA DISSO. -Corri até elas para separar e quando vi os pais estavam entrando para buscar seus filhos, para ajudar Paula estava com fúria puxando o cabelo dela-
Xxx: o que aconteceu aqui? Porque minha filha está em cima da amiguinha?
Marília: calma, Paulinha meu amor solta a Belzinha.
Murilo: O que foi? -ele ajoelhou e tentou puxar a Bel que estava chorando e eu comecei me desesperar-
Marília: A Bel disse que está com dor na barriga, fui até porta chamar a Luiza pra né ajudar e elas se pegaram.
Paula: Feiosa, ela não quis sentar.
Xxx: Que tipo de professora é essa? Que deixa os alunos se pegarem assim? Vou reclamar na coordenação.  - ela puxou a filha com tudo e eu levantei entendo na frente dela-
Marília: eu não tive culpa, fui pedir ajuda, uma das crianças estavam passando ma. -eu falei e lhe encarei- você não pode reclamar disso, eles tem câmera, eu me dedic..
Xxx: sai da minha frente.  -ela me empurrou forte e saiu andando,meus olhos se encheram de lágrimas com medo de perder meu emprego-
Murilo: Marília, tudo bem. -ele levantou do chão segurando a Bel e ela tinha machucado a testa que estava inclusive sangrando - posso conversar com o diretor e falar realmente aconteceu isso e que você só queria ajuda.
Marília: a testa dela.
Murilo: vou levar ela no hospital.  -ele suspirou- além da dorzinha, tem esse hematoma agora.
Marília: eu juro que não vi, me desculpa.
Murilo: são muitas crianças, você não tem que desculpar.
Marília: eu só queria ajuda pra não deixar eles sozinhos.
Murilo: calma, vai ficar tudo bem.
Marília: você quer ajudar com algo? Se quiser sei lá posso acompanhar a Bel no hospital.
Bel: Bel quer.  -ela disse doce e pediu meu colo, eu a peguei devagar e beijei seu rosto- Bel dodoi.
Marília: Bel vai ficar bem.
Murilo: olha, quero sim, eu não sou muito bem nesse papel ainda.
Marília: não que eu seja,eu não tenho filhos.
Murilo: mas será bem vinda sua ajuda.
-assenti e depois que todos os alunos saíram eu fui com Murilo até o estacionamento, ele colocou Bel na cadeirinha do carro e  eu sentei na frente com ele, quando fechou o carro o telefone dele tocou - Ah não, é a Bruna.
Marília: atende. -ele atendeu e eu apenas  escutava sua voz furiosa do outro lado e ele mudo desse lado-
Murilo: mas eu não pedi nada, Bruna...Bruna, sua obrigação não é essa na minha visão e sim ser mãe.
BRUNA para com esse show..não, não quero,olha vou desligar a Bel caiu na escola e vou levar ela ao médico, não é da sua conta, não é mesmo,você nem vem ver sua filha. Que se exploda, converse com seu advogado então.
Bel: mamãe, telo mamãe, mamãe!
-ela disse do banco de trás e eu olhei devagar pra ela, seus olhos estavam cheios de lagrimas e eu passei a mão em sua perninha, sorri e ela ficou me encarando-
Marília: tudo bem pequena,não sou a mamãe mas estou aqui.
Murilo: essa mulher é um inferno. -ele desligou o celular e bateu a mão no volante  - eu odeio ela,pior pessoa que fui arrumar na minha vida. -ele socou o volante bravo e eu lhe encarei assustada- maldita.
Marília: Murilo, a Bel.
Murilo: não aguento mais ela.