Capítulo 6

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"Você me prendeu onde estou sentado. Olhando pros seus olhos. E eu sei, sou tão patético, eu não moveria nem para salvar minha vida."
- The Front Bottoms
Lonely Eyes

Ele já gastou tanta saliva para reclamar do jantar de ontem a noite que tem medo da sua boca secar. Pandora escuta tudo atentamente, tomando uma taça de sorvete misturado com algum líquido espumante.

— Você tem noção disso? — Resmunga, o rosto franzido em revolta — Disse que não me chamaria para sair dessa forma.

— Ele disse isso? — Pandora ergue as sobrancelhas, surpresa — Não posso acreditar.

— Disse! — Esbraveja — Como se eu, Regulus Black fosse algum dia aceitar sair com James Potter. Nunca na vida.

— Okay, você está exagerando — Pandora deixa a colher dentro da sua taça, se remexendo no sofá elegante dos Malfoy's — Eu sei que ouvir isso do seu crush de anos dói, mas nós dois sabemos que se o James te chamar para sair você vai ao som de K.O.

Regulus fica levemente confuso com a fala da amiga. Ao som do quê? Mas seu cérebro foca na outra sentença proferida.

— O Potter não é meu crush de anos!

De onde Pandora tirou essa? Ainda bem que Draco saiu para merlin sabe onde com os amigos, não vai ficar escutando a loira falar essas insanidades.

— Ah, qual é Regulus?! Achei que você já tinha superado a fase da negação.

— Pandora, que fase da negação se eu nunca gostei do Potter?!

Sua amiga olha para o teto, parecendo perdida, a unha pintada de amarelo vai até o queixo.

— Hum, tem razão, gostar não é bem a palavra. Apaixonado enquadra mais.

Merlin, é impossível ter uma conversa decente com sua amiga, ele deveria ter escrito para Evan ou Barty. Qualquer um que não jogasse verdades profundas na sua cara. Porque sim, mesmo negando, sempre suspeitou dos seus sentimentos para aquele idiota.

— De qualquer forma, não acho que James tenha dito isso na maldade, ele sempre foi muito ruim com palavras.

— Ele é um idiota. Declara, jogando-se no outro sofá

Pandora sorri, compartilhando de algum pensamento maluco que só faz sentido para ela mesmo. Seus olhos mostram o quão avoada ela está no momento. É por isso que Regulus normalmente prefere falar com ela, apesar de jogar seus sentimentos na sua cara, o obrigando a reconhecê-los, a mulher nunca está totalmente conectada no assunto. Tem sempre um ar fantasioso, misterioso que deixa as coisas menos reais, ou mais mágicas do que realmente são.

— Mas, então, tirando a parte desastrosa do jantar...

— Então tem que tirar todas as partes.

— Como foi rever Sirius? Pergunta ignorando a sua alfinetada

Regulus leva a cabeça para trás, encarando o teto.

— Foi difícil, não sei explicar. Uma parte minha queria me jogar em seus braços, a outra queria o azarar.

— E qual você seguiu?

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