Capítulo XXII

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Assim que um pouco de lucidez voltou, Nara desviou os olhos para o corredor a sua frente, percebendo que havia uma câmera de monitoramento num ponto alto da parede próximo a entrada do quarto.

"Merda!" ㅡ pensou ela rapidamente, antes de começar a fazer uma de suas melhores encenações.

ㅡ Socorro!! Alguém! Alguém ajuda aqui! Um senhor está caído aqui no quarto! Ajudem!

Logo os pedidos de socorro atingiram os ouvidos dos funcionários, e dos profissionais da saúde que trabalhavam no centro de recuperação. As outras pessoas também aproximavam-se curiosas, lotando o corredor chocadas com os rumores do que tinham acabado de acontecer.

ㅡ O senhor Kaioshin está morto. ㅡ atestou um enfermeiro, após deixar o corpo do velho caído e imóvel no chão. ㅡ Não sei dizer precisamente, mas parece ter sido um infarto!

ㅡ Pobre homem. ㅡ lamentou Nara ainda dentro do quarto. ㅡ Eu cheguei aqui e o vi caído no chão, não sabia o que fazer, a minha voz demorou a sair ... ㅡ completou a beata sendo amparada pelo padre Kibito.

ㅡ Acalme-se, fique calma Nara, você não teve culpa... Infelizmente chegou a hora de Deus recolher a alma dele.

ㅡ Nunca presenciei uma morte tão triste assim... ㅡ disse a mulher enxugando as lágrimas falsas dos olhos.

ㅡ Temos que chamar o serviço de saúde. Eles vão atestar oficialmente a morte do senhor Kaioshin, e descobrir qual foi a causa... ㅡ disse tristemente o enfermeiro para o padre, contraindo o rosto ao notar um pequeno pedaço de bolo caído no chão perto do corpo. ㅡ Vamos! Saiam do quarto, temos que deixar o local e esperar os médicos chegarem.

ㅡ Eu, eu não me sinto bem padre. ㅡ resmungou Nara erguendo as mãos para o alto da testa. ㅡ Preciso ir pra casa, isso foi demais para mim...

ㅡ Sim, sim vamos. Irei deixa-la em sua casa não se preocupe.

Nara suavizou o rosto, adotando posteriormente um semblante perverso quando viu finalmente o enfermeiro estender um lençol branco, e cobrir cuidadosamente o corpo do velho Kaioshin.

(...)

Na manhã seguinte, Yamcha batalhava para não rememorar os eventos vergonhosos da noite anterior. Em vez disso, procurava desesperadamente por uma solução que pudesse preservar sua estabilidade emocional. No entanto, parecia que nada surtia efeito. Mesmo mantendo os olhos fechados, não conseguia conter uma nova enxurrada de lágrimas ao pensar em Bulma.

Ele estava com dificuldade até mesmo para ficar em pé. Seus músculos doíam com o menor movimento, perdeu a conta de quantas doses de uísque havia bebido em um bar noturno no subúrbio da cidade. Depois de ter reunido o pouco de energia que restava em seu corpo, se ergueu da cama cambaleando pelos móveis até chegar a janela do quarto, onde ficou a contemplar a manhã ensolarada de domingo.

ㅡ Bulma meu amor... ㅡ disse ele examinando as próprias emoções, ficando surpreso ao ver que, mais do que a tristeza que estava sentindo, também achou dentro de si uma raiva abrasadora. ㅡ Eu ainda vou descobrir quem é esse homem, Bulma. ㅡ completou desviando os olhos para a carteira jogada no chão perto da cama, onde agachou-se com dificuldade para pegá-la.

Em um curto espaço de tempo, ele contou as poucas notas de dinheiro que havia nela, e juntou com as outras amassadas que retirou de um dos bolsos da calça, pensando no que iria fazer naquela manhã para chamar atenção da ex namorada.

ㅡ Bulma, eu vou fazer você me notar agora, quer ver?... ㅡ disse ele levantando-se do chão, recolhendo a jaqueta de cima da cama direcionando os passos vacilantes para fora do quarto dele.

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora