Capitulo VI

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Estamos iniciando mais um ano. Desejo a todos muitas felicidades e realizações... E desde já peço desculpas pela demora. 😁 Vamos lá, estão curiosos? A nova jornada do jovem padre está apenas começando.

***

Dias depois...

Olhando para a pintura no teto da igreja, Vegeta queria saber se o padre Daishinkan já teria acordado. Ele havia levantado cedo da cama e sem ser intimidado pelo mal tempo que fazia naquela manhã, a primeira coisa que fez foi ir contar logo a novidade sobre a sua decisão, pois havia passado os últimos dias remoendo a ideia até não encontrar nenhuma dúvida.

Desviando o olhar para a estrutura da galeria, Vegeta fechou os olhos e inspirou profundamente, revivendo mentalmente as imagens de Lazúli caída entre as esculturas do altar. A dor recente ainda acelerava seu coração com angústia, até que começou a ouvir o som dos passos ecoando do fundo da igreja.

Padre Daishinkan o avistou de longe, seu olhar surpreso alcançou o rapaz que voltava sua atenção lentamente para ele iniciando uma caminhada hesitante entre os bancos meio empoeirados.

ㅡ Bom dia filho, como você está? ㅡ perguntou o padre segurando um caderno fechado com fitas em uma das mãos.

ㅡ Eu vou indo padre. Preciso conversar com o senhor...

ㅡ Pois não, vamos nos sentar ali. ㅡ disse o sacerdote apontando para um dos bancos próximos ao altar.

O padre mantinha um sorriso tímido nos lábios enquanto olhava Vegeta sentando se de frente para ele com um brilho diferente no olhar, apesar da tristeza nítida que refletia se nele.

ㅡ Eu ia mesmo a sua procura. Achei esse diário na casa da minha irmã onde estavam morando. A mãe da Lazúli veio buscar as coisas dela e acabou esquecendo de levá-lo... ㅡ disse o sacerdote estendendo o caderno encapado com tecido florido.

ㅡ Obrigado, vou guarda-lo comigo.

Vegeta recebeu o diário deslizando o polegar entre as fitas que mantinham o caderno fechado, colocando-o carinhosamente embaixo do braço.

ㅡ Diga filho, parece ansioso.

ㅡ Padre, durante esses dias eu parei pra pensar sério em minha vida. A morte da Lazuli e do meu filho me fizeram ver as coisas de forma diferente...

ㅡ Lamento muito pelo que aconteceu filho, a policia ainda está investigando...

Vegeta abaixou a cabeça, gesticulando os lábios na tentativa de segurar as emoções que veio a tona de repente deixando seus olhos úmidos.

ㅡ E depois dessa reflexão, eu tomei uma decisão...talvez se eu tivesse feito isso antes, muitas coisas poderiam ser evitadas.

ㅡ Sim, as decisões influenciam muito em nossas vidas, por isso temos que ter os pés no chão quando decidimos alguma coisa. E que decisão seria essa filho?

Vegeta olhou novamente para o altar já limpo e arrumado depois do acidente, e logo em seguida desviou sua atenção para o padre ansioso a sua frente. ㅡ Eu quero ser padre.

Surpreso, padre Daishinkan levantou se do banco de olhos arregalados.

ㅡ Mas uma decisão como essa é muito séria filho, tem certeza? Já rezou a Deus? Você sente mesmo esse desejo de verdade, ou só está decidindo isso pelo que aconteceu a sua noiva? Porque não pode agir no calor das emoções filho.

ㅡ Olha padre talvez eu possa estar enganado, minha mãe sempre faz questão em me lembrar, e o senhor também em seus discursos na missa... De que Deus trilhou um caminho pra cada um de nós e que não adianta fugir dele. Minha mãe me disse que só estou vivo por causa de um voto que ela fez, ela foi curada de um câncer anos atrás... ㅡ lançou Vegeta apoiando uma das mãos sobre os joelhos. ㅡ... veja bem padre, ela disse que eu seria um sacerdote e que Deus aceitou esse voto, e quando eu comecei a sair desse propósito tudo em minha vida começou a dar errado, isso aconteceu com meu amigo Bills e agora com a Lazuli, tudo seria diferente se eu tivesse dado ouvidos a isso.

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