Capítulo XIV

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Panchy deslizava suavemente os dedos sobre o rosto da filha, agora adormecida na cama. Enquanto contemplava a menina dormindo pacificamente, sua mente começou a vagar por lembranças do passado, especialmente de Bulma quando ainda era criança. Recordou-se de uma ocasião em que a menina afirmava ter avistado a avó, já falecida, parada diante do portão de casa.

Mas isso havia acontecido há muito anos, e não levou muito a sério quando ela disse. Bulma viveu uma infância normal, não era de ter medo de nada, pelo contrário, fazia coisas que até mesmo Deus duvidava. E agora, o que esta acontecendo com ela afinal? Será que ela estava sendo possuída? Ou ... ㅡ Panchy se perguntava ainda olhando para a filha.

ㅡ Vamos deixar a Bulma descansar um pouco... ㅡ a voz de Linus tirou a mulher de seus devaneios.

ㅡ Eu não queria deixá-la sozinha. Aquilo que sugeriu, foi sério? A de chamar o padre Vegeta pra vir aqui?

ㅡ Mas é claro que é sério. Alguma coisa deve estar fazendo isso com ela... Estava pensando aqui comigo; e se isso anda acontecendo com a Bulma já algum tempo? E ela foi procurar ajuda indo assistir a missa em Gingertonw e não quis falar. ㅡsugeriu Linus olhando para a filha adormecida.

ㅡ Eu não sei o que pensar, a Bulma nunca teve uma reação assim, apesar de que acabei de lembrar que ela na idade de seis anos, me disse que estava vendo a avó, a sua mãe já falecida parada em frente ao portão de casa.

ㅡSeja lá o que for, isso me deixou preocupado. ㅡretrucou Linus olhando brevemente as horas em seu relógio de pulso.

ㅡ Você já pensou na possibilidade dessas coisas realmente existirem? Espíritos vagando por aí em busca de paz para a alma...

ㅡ Quer mesmo saber? Depois do que presenciei aqui, eu acho que tem alguma coisa querendo possuir a nossa filha.

ㅡCrê em Deus pai! Vire essa boca pra lá. ㅡ repreendeu a loira fazendo o sinal da cruz na própria testa.

ㅡVamos rezar por ela, pra que isso não aconteça mais... ㅡ disse Linus estendendo uma das mãos para a esposa, antes de saírem juntos do quarto.

(...)

O domingo amanheceu chuvoso em Central City, o começo do outono já despontava com suas nuvens acinzentadas cada vez mais frequentes. Linus dava o último gole do que sobrou em sua xícara, antes de avistar Bulma descendo as escadas ainda vestida de pijama.

ㅡ Filha, como se sente? ㅡ perguntou ele depositando a base da xícara em cima da mesa.

ㅡ Eu tô legal.

ㅡ Oi minha querida, venha tomar café comigo, seu pai já está de saída. ㅡ disse Panchy vindo da cozinha segurando uma bandeja com bolo de fubá.

ㅡ Está bem.

Bulma sentou se a mesa recebendo um beijo de despedida do pai. O homem lançou lhe um olhar preocupado, antes de virar as costas e sair rapidamente ao encontro do irmão que havia ligado minutos antes para uma reunião particular. Depois de um longo suspiro, a garota voltou os olhos para a mesa, e sorriu ao ver o bolo preferido sendo cortado para ela.

ㅡ Gostou? Acabou de sair do forno, queria que tivesse um bom café da manhã, depois da noite agitada que teve. Bulma, filha o que tá acontecendo com você?

ㅡ Mãe, eu não queria falar disso agora...

ㅡ Eu gostaria de te ouvir assim que estiver pronta pra falar disso, não gostaria que escondesse nada de mim, senão, não consigo ajudar...

Bulma agora suspirou desanimada se deixando cair sobre o encosto da cadeira almofadada. Não ia mentir para si mesma de que estava com medo que todos pensassem que esta ficando louca, aquilo era um assunto bem delicado, ela de fato começou a ver coisas e não sabia explicar o porquê...

Desejo ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora