The Sinner || O Telefone Preto

THANTOPHOBIA

❝ perder alguém que ama. ❞

⋆·˚ ༘ *

"Tá legal." Flossie sorri, falando ao telefone, "Pode ser."

"Sinto sua falta, Flo." Responde Gwen, exalando felicidade ao ouvir a voz da amiga depois de tanto tempo.

"Eu também. Nos vemos mais tarde?"

"Eu e Finney levaremos o baralho."

"Tchau!"

Medea, que corta alguns vegetais na cozinha, sorri de canto ao ver Flossie voltando a se animar. Flossie se senta em uma das banquetas da ilha da cozinha, ela acaricia um dos gatos que mia na bancada.

"Gwen vem aqui hoje?" Questiona Medea.

"Ela e Finney." Responde Flossie.

Medea sorri e joga os vegetais dentro de um pote, "Que bom. Vou deixar dinheiro para você pedir uma pizza, que tal?"

"Seria ótimo."

Ela deposita um pequeno beijo na testa de Flossie, "Te vejo mais tarde."

"Te amo, mãe."

Medea não consegue disfarçar um sorriso, assim que ela fecha a porta de casa, a mulher dá um pequeno gritinho e Flossie escuta. Os dias em que sua mãe vai para floricultura normalmente são solitários, Vance trabalha e Dewsbury tem que se contentar com a companhia de seus fantasmas mais assustadores durante um dia e uma noite inteira.

Flossie anda para um lado e para outro enquanto espera os irmãos Blake chegarem. Ela até ousou pintar um pouco, a primeira vez desde que tudo aconteceu, se distraiu por pelo menos uma hora e voltou a ficar ansiosa pela chegada dos dois. Faltando apenas alguns minutos para eles chegarem, a ruiva decide ligar a televisão para assistir algum filme.

Coincidência ou não, o jornal falava sobre o caso do sequestrador do subúrbio de Denver. Em vez de simplesmente trocar de canal, a garota se pegou prestando atenção na matéria.

O juíz responsável pelo caso do abdutor e sequestrador de crianças, Albert Shaw, também conhecido como o sequestrador, deu um parecer sobre o caso: "É complexo e leva tempo, os crimes horrendos que aquele homem cometeu em vida vão perseguir para sempre a história de Denver, as vidas dos meninos que ele tirou jamais serão recuperadas. O que posso dizer por enquanto sobre esse acontecimento é que,  fazer justiça com um homem morto é quase impossível, se é que me entendem. As investigações ainda continuam, é claro, mas a triste verdade é que não podemos fazer muita coisa a não ser confortar as famílias das vítimas e aumentarmos a segurança do que antes fora uma pacata cidade."

Quando indagamos sobre a percepção do crime, o juíz comentou: "Foi um exceção a regra. A maior das exceções, sendo sincero. Nunca imaginaríamos que algo assim aconteceria e com certeza esse foi nosso maior erro. Conversei com os policiais que ajudaram no caso e ficou óbvio a falta de preparação da equipe em relação a esse lastimável crime. Não podemos garantir que não vai acontecer de novo, existem malucos por toda a parte, mas os órgãos do Estado estão trabalhando juntos para encontrarmos a melhor solução para prevenirmos que casos como esse jamais aconteçam novamente."

Questionamos também o parecer dele em relação as vítimas, o juíz respondeu em nome de outros órgãos do estado: "Estamos dando todo o apoio necessário para as famílias dos meninos mortos, mas cada um lida com o luto da forma que consegue." Nosso jornalista então questionou, "Ficou sabendo que a irmã do Bruce Yamada se suicidou?"