The Sinner || O Telefone Preto

LITOST

❝ estado de agonia. ❞

⋆·˚ ༘ *

Flossie abre os olhos novamente. Os seus olhos nem precisam se acostumar com a claridade porque ela está em um lugar escuro. Escuro demais.

"Você tá viva."

Ela se vira para trás, temendo ver o dono da voz. Desejou muito que nunca tivesse que escuta-ló morto. Ou ver ele.

Ele a abraça e a garota fica confusa. Desde de quando mortos conseguem tocar em vivos?

A garota para de encarar o chão e se volta para Billy. Seu rosto está coberto de sangue mas não parece morto.

Seu cabelo está maior e ele perdeu um pouco a cara de criança. Há quanto tempo não o via? Quase um ano.

"Você tá vivo?" Ela pergunta, ainda perplexa.

"Vivo." Responde Billy.

"Sério mesmo?"

Ele balança um sim com a cabeça. Flossie se aproxima devagar e quando finalmente acredita que é real, o abraça forte.

Abraço que pensou que nunca mais iria sentir. O toque só se torna importante quando você o perde. Ela sorri em meios as lágrimas.

"Eu- eu pensei que nunca mais iria te ver." Diz Billy.

"Digo o mesmo." Responde Flossie.

"Como está o Rusty? Sua mãe? Meus pais? Você."

"Eles estão bem. Quer dizer, no contexto que estamos inseridos, eles estão bem."

Billy ri, "Foi uma pergunta ridícula."

Ela ri, "Foi mesmo."

Ela mexe no cabelo dele de forma curiosa, está diferente. Ele está diferente. Por pelo menos 20 segundos, não parecia tão ruim ter sido sequestrada porque ela conseguiu ver Billy vivo novamente.

Flossie balança sua cabeça voltando a realidade, "Falei com os outros garotos."

"Outros?"

"Tem outros mas...estão mortos."

"Quantos mais?"

"Três mortos e um vivo."

"Quem são? Só sei do Griffin Stagg."

"Bruce Yamada." Ela olha para o chão, "Robin Arellano e Finney Blake."

"Blake e Arellano?" Billy parece chateado, "Eles também?"

"Mas o lado bom é que Finn ainda está vivo."

"Ele está no porão da outra casa, certo?"

"Eu estava lá junto com ele, não faço ideia de quando o sequestrador me trouxe para cá mas eu estava lá."

"5 dias atrás. Eu contei."

"5 dias?! 5 dias desacordada?"

"Não sei como não morreu."

"Agora que a serotonina passou. Me sinto uma merda como se eu estivesse morrendo."

"É." Ele sorri, "A gente tá na merda."

"Eu- eu falei com os meninos mortos. Eles disseram para eu me fingir de morta e tentar escapar pela porta da frente."

"Não. Não vai fazer isso."

"Por que não?"

"O cara é maluco, Flossie. Sabe o que ele vai fazer se te pegar mentindo?"

"Vai me matar? Grande coisa, Billy, eu tô pensando na morte desde que fui colocada a força naquela van preta. Acho que vale a pena arriscar."