DRAPETOMANIA

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Correr.

⋆·˚ ༘ *

[...]

"Seu pai tá aqui?" Indaga Flossie, entre o beijo.

"Sim." Responde Vance.

Flossie empurra ele, "Então por que está me beijando?! Eu não quero ser queimada, não hoje."

"Ele não liga." Vance tenta beija-la novamente.

Flossie desvia, "Ele me chama de bruxa toda vez que me vê, é claro que liga."

"Foda-se ele, Flossie."

"Diga por você." Ela desce da mesa, "Não quero confusão, sabia que ele já me jogou água benta? Eu juro!"

Vance ri, "Sério?"

"Juro mesmo! Eu estava esperando o Billy sair da igreja e aí do nada, ele me jogou água benta, disse que foi sem querer, eu duvido muito!"

"Ele faz isso, já fez comigo, diz que é para tirar o demônio do corpo." Vance sorri, "Cristãos, certo?"

"Claro, igual Jesus faria." Flossie pega o passarinho, "Vou para casa, preciso ajudar ele."

"Espera um pouco, eu vou com você."

"Mas está trabalhando."

"É, mas como eu já disse, foda-se meu pai, é sábado, ele deveria estar aqui e não eu."

"Tem certeza?"

"Absoluta." Vance se volta para bicicleta, "Agora me fala, quer que eu troque o pneu ou emende?"

"Qual é o mais barato?"

"Vou trocar o pneu."

"E quanto fica?"

"10,000." Vance sorri, "Ou um beijo."

"Isso é prostituição."

Vance sorri e começa a tirar o pneu da bicicleta.

"É sério, quanto fica?" Diz Flossie.

"Nada." Responde Vance, "Faço de graça."

"Um pneu de graça?"

"Aham, o dinheiro é do meu pai mesmo e ele é tão idiota que nem vai notar que o pneu sumiu."

"Se ele vier me jogar água benta-"

"Eu corto as bolas dele fora."

"Não é para tanto." Ela sorri, "Mas obrigada."

Ele termina de arrumar a bicicleta e eles vão para casa da Flossie, porém, no caminho, ela resolve devolver o dinheiro do irmão do cara da casa do salgueiro.

Vance espera na rua enquanto Flossie bate na porta da casa. Alguém abre e não é o Max.

Não é ninguém na verdade, a porta simplesmente abriu sozinha.

Ela fica confusa, olha para trás e espera que Vance esboce uma reação. Flossie olha para mesa de centro da casa, tem um bloco de notas, caneta e cocaína.

Ela pisa dentro da casa. Isso com certeza é invasão domiciliar, mas Max entenderia. Automaticamente ela sente um vento gelado e pesado, tão presente naquele ambiente que uma sensação horrível invade seu corpo.

Enquanto escreve no bilhete, um suspiro em seu ouvido a arrepia.

"Flo."

Ela olha para os dois lados, sente alguém puxando seu cabelo e automaticamente sabe quem é ou o quem era.

The Sinner || O Telefone PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora