YONDERLY

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❝ Mentalmente e emocionalmente distante.❞

⋆·˚ ༘ *

[...]

Passaram horas escavando e depois cobriram o buraco com um dos tapetes que havia no local.

Flossie deitou por um tempo enquanto Finney vigiava a porta. Ela não conseguia ver, mas o seu corte na mão piorara depois da escavação.

A terra que entrou na abertura causou uma infecção ainda pior. Ela se remexia na cama com dor, não conseguiu dormir.

Quando ela desiste de dormir e finalmente abre os olhos, Griffin a encara. Ela toma um pequeno susto com o sorriso sangrento que ele carrega no rosto.

Às vezes, ela acha que Griffin já se perdeu, sabe, do outro lado. Não sabe como é estar morta mas imagina que seja dolorido e até justificável esse não saber quem é ou foi.

O outro lado deve ser confuso e fácil de se corromper, é por isso que ela pede tanto para lua guia-los para o lugar bom. Ela se levanta e se abaixa em um canto perto da parede.

Seus dedos percorrem por uma sequência de números escrita na parede. O que eles significam? Ela se pergunta isso desde que os notou cravados naquela parede no primeiro dia.

"Quatro dias." Diz Flossie, riscando a parede com a ponta de seu brinco, "Sabia que, normalmente, eles matam nas primeiras 24 horas, considerando que estamos aqui faz quatro dias, estamos mortos fazem três dias, a polícia nos esqueceu."

"Quem disse que esqueceram?" Pergunta Finney.

"E eles lembraram do Robin uma semana depois que desapareceu?" Rebate Flossie, "Ou do Bruce, Billy e Griffin?"

Finney balança a cabeça e se senta na cama, "Você tá certa."

Flossie encosta na parede e encara o telefone ao seu lado.

"Como você conseguiu ouvi-los?" Pergunta ela.

"Não sei, como você vê eles?" Questiona Finney.

"Não sei, só vejo, nós somos médiuns, mas...eu acho que tipos diferentes."

"Sendo sincero, nunca acreditei nessa bobagem. Nunca duvidei de você e da Gwen mas...mas sei lá, eu ignorava...sabe? Quando acontecia..."

"Tipo ver gente morta?"

"É. Acho que ignorei tanto que algo deve ter acontecido..."

"Você só parou de prestar atenção, eles sempre estiveram te perseguindo." Flossie olha de novo para o telefone, "Consegue ver quem tá com o telefone na mão?"

"Não. Não vejo nada."

A porta é aberta e os dois se assustam com o barulho, o sequestrador, com uma máscara diferente, os encara.

"Eu fiz café da manhã." Diz ele

"O que que você botou aí?" Pergunta Finney.

"Sal e pimenta." Ele ri, "Comam ou não comam, vocês já estão aqui mesmo. Para que iria drogar vocês?"

"É, por que iria nos drogar?" Pergunta Flossie, ironicamente.

"Eu já pedi desculpa, criança. Não fui eu. Não foi."

"E quem foi?" Ela fala firmemente.

Ele se abaixa, coloca a bandeja no chão e não responde. Dá uma pequena risada e deixa Finney e Flossie sozinhos novamente.

Os dois se entreolham, não escutaram o som da fechadura.

Finney se aproxima, pega na maçaneta e consegue abrir a porta. Ele pensa em subir mas o toque irritante do telefone espalha pelo cômodo.

The Sinner || O Telefone PretoOnde histórias criam vida. Descubra agora