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Hadassa Garcia — predestinados

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Hadassa Garcia
predestinados


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   Meu coração conseguia quase se desprender de meu peito e pular em seu colo, pois lá ele se sentiria mais confortável.

    O vidro, tão transparente ao ponto de observar cada detalhe de um olhar exuberante, um olhar castanho. Um castanho, na qual não cansava em dizer e ressaltar a beleza de um único olhar. 

  Braços cruzados, enquanto permanecia sentado em um banco de madeira, nada confortável, mas parecia de alguma forma entretido em alguém da sala a frente. 

  Por alguma razão, eu estava na sala da frente, na sala totalmente vítreo, o que dava uma visão geral de tudo que ocorria, dentro e fora do local. 

  Entre todas as vistas, desde as árvores meio balançadas pelo forte vento, até os passos de dança totalmente sincronizados e repetitivos que ocorriam no lado de dentro da sala, algo parecia me chamar mais atenção, assim como também parecia focado em mim.  

  Dessa vez, seu olhar, que era um pouco menor por conta do sorriso em seu rosto, era repleto por singelas e incompreensíveis lágrimas.

Sim, lágrimas… porém, as mesmas seguida por um sorriso.

A coreografia, que era seguida por mais quatro meninas, também brasileiras. Mas ele só conseguia manter seus olhos, poucos molhados, em mim, justamente em um cabelo cacheado bagunçado amarrado em um coque frouxo e uma roupa levemente larga.

— Tudo bem, meninas – A mais velha, professora, inicia — Por hoje, só! Descansem, porque amanhã tem mais! — Ela diz com as mãos na cintura e eu apenas balanço a cabeça de forma positiva enquanto eu apenas conseguia me hidratar de forma instantânea depois de uma aula longa. 

Não demora muito para sair da sala pouco pequena e me encontrar com o homem da poltrona. Ele me esperava. 

Na mesma hora, ele se levanta, mas continua com os braços cruzados e olhos exposto com lágrimas,  o sorriso ainda irradia seu rosto e o pôr do sol, conseguia o deixar mais bonito, mesmo que eu não o diga em voz alta. 

O fato dele estar ali, desde que o treino começou até agora, quando ele terminou, faz meu coração além de querer  sair pela boca, se esquentar completo, como se o tal ato, me deixasse com o coração nas mãos dele. Não que não fosse secretamente. 

— Oi, Vi! Tudo bem? — o novo e curto apelido sai de forma tão natural de minha boca que quase nem percebo a existência recente do novo nome íntimo. 

ENROLADINHOS - VINI JROnde histórias criam vida. Descubra agora