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Capítulo 08: ENROLADINHOS - VINI JR
"Eu o ensinei "
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Leiam o aviso no final, por favor!
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HADASSA GARCIA

Apelido, na boca errada vira arma, causa dor, atormenta o ser, é um filme de horror, superar? Superou

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Apelido, na boca errada vira arma, causa dor, atormenta o ser, é um filme de horror, superar? Superou. Perdoar? Não perdoou.
Mas na boca certa se faz amor, é carinho em doses homeopáticas, recomenda-se usar várias vezes ao dia, é intimidade de meses numa palavra. Quando vem a pessoa certa, é o beijo na alma, é como eu pus seu nome na agenda do celular, às vezes tem emojis.

Enroladinhos, era como ele meio sem jeito resolveu me chamar em meio a uma primeira- Talvez - e última, aula de dança. Soa tão bom quando ele fala, sai como algo doce e generoso, uma melodia que nunca pude escutar uma vez na vida, pagaria para ouvir mais e mais todo dia, toda hora e cada instante sua voz soando esse apelido majestoso e confortante, era bom ver seus lábios pronunciando essa grande palavra, me pergunto se acharia o mesmo se outros pudessem me apelidar da mesma forma que ele fez.

A palavra “enroladinhos” tal qual ele ousou em me chamar. Na segunda vez dita, emitiu em um tom tão provocante que ao escutar, fez que eu repetisse novamente em minha cabeça, eu queria sentir a modulação se suas cordas vocais e ver o que se passava em sua mente quando pensou em criar um nome tão pessoal e íntimo para uma menina que pouco conhecia, o que ele estava insinuando apenas com isso?

Os pequenos momentos são enormes, e aquele momento simples com Vinicius Junior, me fez sentir em casa, em uma casa onde eu era acolhida e me sentia segura, - o que eu até poderia achar estranho, pelo fato de nos conhecermos a pouco tempo -  eu me sentia viva, viva de arte, de samba e dele, viva por estar com ele e aqui.

Casa, é se sentir bem vindo, é uma parte do que sou, uma extensão da minha alma que posso compartilhar com boas visitas. É onde a gente se sente confortável, onde as coisas fazem sentido e o mundo fica do lado de fora. é um porto-seguro com portas, janelas, camas e tapete. É um refúgio contra o cansaço, é um respiro no meio da cidade, é um abraço, um nome, uma voz, um reflexo, e uma memória especial.

Eu me sentia em casa quando estava lá, finalmente em casa.

Considero o jogador dono da camisa 20 da seleção brasileira, uma grande pessoa e poderia até vê-lo como um amigo. Amigos, são aqueles que te fazem rir na pior situação possível, te colocam pra’ cima e conseguem achar perfeitas palavras para servir de conforto.

Amizade é quando somos abrigo, somos conforto, irmãos, quando estendemos a mão e doamos nosso coração. Não é sobre quem veio antes e quem veio depois, é sobre quem veio e nunca foi embora.

Quando ele, o garoto que ensinei a sambar, estendeu a mão em um gesto totalmente livre e de paz, para que eu pudesse entrar em uma sala, onde existia uma grande paixão sobre mim, algo dentro de mim gritou e clamou que ele seria a pessoa certa para estar comigo, um amigo. Ele sabia disso, ele trouxe isso de volta para mim. Diversas risadas, palavras e apelidos foram tirados de sua boca, todos eles me fizeram sorrir e ri, e ele parecia gostar disso tanto quanto eu

ENROLADINHOS - VINI JROnde histórias criam vida. Descubra agora