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Capítulo Dois
Norton Denner's POV
Eu sentia meu corpo inteiro tenso conforme acompanhava o relógio se arrastar.
Minha perna sacudia sozinha por baixo da mesa e eu batia meu lápis incessantemente contra o tampo da mesa que eu ocupava na sala de aula.
Quatro horas. Quatro fodidas horas e o professor não para de falar nunca. Sentado aqui, minha bunda já dormente, me sinto como um animal enjaulado.
Mais dois minutos e eu saio dessa aula sem ligar para as consequências.
Ao meu lado, Brian não parece muito melhor do que eu e, de alguma forma, isso é um consolo, considerando que meu melhor amigo não fica de saco cheio quase nunca. É sério, ele tem uma personalidade calma como se estivesse 24/7 chapado. Foram pouquíssimas vezes que eu o vi saindo do prumo, revelando ser um cara assustador pra caralho quando provocado.
Ele parecer tão puto quanto eu com esse professor-torturador é quase um atenuante para o meu mau humor.
Nosso querido professor finalmente faz suas considerações finais e, quando ele finalmente nos libera, os murmúrios de alívio são gerais. Fico de pé no mesmo instante, sentindo a necessidade gritante de esticar minhas pernas.
– Caralho, achei que não ia acabar nunca mais – Brian reclama, massageando seus olhos.
Bufei, esfregando minha bunda, tentando fazer a dormência passar.
– Nem me fala, cara.
Vendo que ainda demoraria bons minutos para a sensibilidade na minha bunda ser restabelecida, juntei minha mochila com frustração e passei a descer os degraus, pronto para deixar essa sala e não voltar nunca mais.
Pelo menos não essa semana.
– Pegar o St. Antony na semana que vem vai ser pedreira – Brian resmungou conforme caminhávamos lado a lado, os olhos castanhos vermelhos e caídos de sono.
Se eu não o conhecesse, realmente pensaria que ele tinha fumado antes da aula. Sei que ele gosta, mas também sei que ele sabe muito bem quando deve ou não usar essas porcarias, afinal, se o treinador surge um com antidoping surpresa, precisamos estar todos limpos.
– Sim, mas estamos prontos para eles – respondi quando finalmente atravessamos o batente da porta.
– Aquele goleiro é uma montanha. Precisamos dizer ao Taylor para jogar mais rápido pela direita, ou talvez o Colin possa...
Eu sei que o Brian continuou falando. Eu podia ouvi-lo, na verdade, mas deixei de realmente prestar atenção quando percebi quem estava parada enquanto parecia esperar por alguém do lado de fora da sala de aula.
Olivia estava ali, linda numa calça jeans apertada e uma blusa de mangas longas vermelha, um leve decote deixando suas clavículas expostas, contrastando com a pele clara. O cabelo castanho-claro estava úmido, como se recém lavado, sem as ondas que geralmente tem quando seco. Assim que seus olhos verde-musgo caíram sobre mim, ela imediatamente veio na minha direção, atraindo olhares conforme desfilava pelo corredor com aquela bunda fenomenal que eu sei que ela tem.
Já conferi algumas vezes, confesso.
Fiquei parado no meio do corredor, uma das sobrancelhas erguidas conforme ela se aproximava. Simplesmente não consegui me mover, meus pés plantados no chão até que ela me alcançou, as bochechas coradas ou pelo frio, ou pela vergonha.
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Romance[CONCLUÍDA] Quando Olivia entrou para a UC Berkeley, jamais imaginou que atrairia tanta atenção. Sendo conhecida como "a caloura gata do curso de fisioterapia", está cansada das investidas frequentes e do assédio que é forçada a suportar em seu empr...