ATENÇÃO: Esse capítulo contém descrição de cenas e situações que podem ser desconfortáveis ou até mesmo servir de gatilho para alguns traumas. Então, por favor, leia com atenção e calma. Qualquer coisa, pule as partes em itálico!
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Capítulo Catorze
Olivia Gardner POV's
Quando me mudei de Ohio para a Califórnia, realmente achei que tinha deixado meu passado para trás. Tudo o que aconteceu, cada maldito dia daquele inferno... Achei que tudo estava morto e enterrado.
Mas é claro que eu estava errada.
Às vezes, a vida pode ser uma vadia. O destino brincando com nossas vidas e nossos sentimentos como se fôssemos nada mais do que peões em tabuleiros. Eu demorei para me abrir, demorei para confiar em alguém outra vez, demorei para me sentir digna de amar e ser amada, e justo agora, quando penso que encontrei alguém especial, corro risco de perder tudo outra vez.
Eu não aguento mais isso.
Desde que saímos da casa do Norton, da festa da vitória que ele deveria estar aproveitando, não trocamos nenhuma palavra. Eu estou presa em meus próprios pensamentos, afundando com todos os "e se" que rodam na minha cabeça, enquanto Norton está silencioso como a morte. Está dirigindo mais concentrado do que nunca, os olhos fixos na estrada, a testa vincada e os ombros tensos.
Eu sei exatamente o que é isso.
No calor do momento, ele nem sequer pensou em desconfiar de mim. Na verdade, ele não processou direito a bomba que Savannah jogou em seu colo, a informação sobre eu ser uma assassina. Ele simplesmente reagiu como sempre reage, indo contra tudo e todos e a favor de mim, mas agora que o tumulto passou, agora que estamos sozinhos, ele está começando a entender, está começando a pensar racionalmente e está chegando à conclusão mais óbvia de todas: não devia ter saído sozinho comigo antes de entender a verdade.
Tudo bem, já estou acostumada a isso. Toda a desconfiança e pré-julgamento. Vivo essa realidade desde que minha vida virou de cabeça para baixo, mas realmente pensei que tinha deixado tudo para trás, que poderia seguir em frente.
Belo engano. Vai começar tudo outra vez, com a diferença de que, desta vez, vai doer mil vezes mais.
A rejeição de Norton vai ser insuportavelmente dolorida porque estou apaixonada por ele.
É isso aí. A temida palavra, aquela coisa que eu estava tentando esconder, disfarçar, ocultar. Aquele sentimento que eu estava dizendo para mim mesma que não era real.
Estou apaixonada por Norton Denner. Perdidamente apaixonada por um jogador. E agora isso vai me quebrar.
Norton dirige por pouco mais de meia hora, nos conduzindo ao centro da cidade, até que entra no estacionamento subterrâneo de um hotel. Já passa da meia noite, então não sei se vamos realmente conseguir um quarto, mas não o questiono sobre isso.
Assim que o carro para, Norton sai. Eu o sigo em silêncio para o elevador, cabeça baixa para tentar conter a onda de raiva e frustração que tenta me consumir, para disfarçar o medo que estou sentindo.
Não quero que ele me rejeite. Não quero que ele me deixe.
Eu percebo seu olhar furtivo sobre mim de vez enquanto. Parece que ele me observa, dividido entre dizer alguma coisa ou não, mas por fim opta por permanecer em silêncio.
Entramos no elevador e ele seleciona o vigésimo quarto andar.
– Não vamos passar na recepção? – é o que eu pergunto, a voz rouca pela força que faço para não desabar.
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Romance[CONCLUÍDA] Quando Olivia entrou para a UC Berkeley, jamais imaginou que atrairia tanta atenção. Sendo conhecida como "a caloura gata do curso de fisioterapia", está cansada das investidas frequentes e do assédio que é forçada a suportar em seu empr...