Capítulo Sete - Olivia e Norton

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Capítulo Sete

Olivia Gardner's POV

– Oli, vai com calma – Miranda tenta, sem sucesso, me fazer pensar direito.

Mas eu não quero, eu não posso pensar direito. A única coisa que eu quero agora é agarrar o pescoço do Norton e apertar até ele ficar roxo.

Eu sabia que era uma má ideia. Quando pensei em pedir a ajuda dele, juro que minha consciência tentou me avisar. Depois, quando tomei coragem e finalmente o procurei, senti como se estivesse fazendo um acordo com o próprio diabo, mas ignorei todas as red flags e continuei indo em frente.

E claro que eu me fodi do jeito mais bonito possível.

Depois de ter feito minha saída estratégica essa manhã – lê-se fugido vergonhosamente – pensei que as coisas iam voltar a um normal. Claro que eu ainda teria que conversar com o Norton, talvez pedir desculpas por ter fugido e depois exigir meu dinheiro, a única e principal razão para tudo isso ter acontecido, mas nada muito caótico.

Pensamento positivo! Tudo daria certo. Flores, dias de sol e arco-íris.

Mas qual a minha surpresa quando, na hora do almoço, descubro que Norton Denner, capitão do time de hóquei e o maior babaca do país, praticamente baixou uma lei em todo o campus da UC Berkeley dizendo que "quem se aproximar de Olivia Gardner, minha namorada, vai receber um tratamento VIP e pelo menos um braço quebrado".

Número um: eu definitivamente não sou a namorada dele.

Número dois: eu vou matar ele assim que eu o encontrar.

Sei que ele tinha treino essa tarde porque Miranda me contou. Ela ficou com Brian por alguns meses, então sabe mais ou menos a rotina do time, mas o melhor: ela sabe exatamente onde Norton Denner mora.

E é para lá que eu estou indo nesse momento.

Chamei um uber e Miranda pulou atrás de mim, afinal, ela precisa me impedir de cometer um assassinato – palavras dela, não minhas. Não demorou muito para sairmos do campus e chegarmos à casa de dois andares que Norton divide com os amigos. É uma casa bonita, devo admitir, cores gelo e cinza se intercalando numa fachada harmônica, mas não tive muito tempo para analisar a arquitetura. Saltei do carro como um touro em fuga e logo fui socando a campainha.

– Não me pede pra ficar calma, Miranda – rosno em resposta a ela, tocando outra vez a campainha.

Eu sei que eles estão em casa. Segundo Miranda, o treino no gelo deve ter acabado há quase uma hora.

Se Norton acha que ele vai fugir de mim, ele está bem enganado.

Após um minuto inteiro tocando a campainha, perco minha pouca paciência e logo começo a bater na porta, meus dedos doendo com a força com que bato na madeira.

Ao meu lado, Miranda se encolhe, olhando para os lados, provavelmente conferindo se nenhum vizinho está propenso a chamar a polícia.

Chamem a polícia! Estou a um fio de cabelo de cometer um assassinado a sangue frio.

A porta finalmente se abre. Fiz tanta força que estou até meio ofegante.

Mas não é Norton que aparece. É Brian, o que só serve para aumentar ainda mais minha raiva.

O moreno me encara e eu me surpreendo ao ver sua cara um pouco amassada, a pele geralmente bronzeada roxa em alguns lugares.

Ele andou brigando?

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