Capítulo 1

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Ao encontrar meu caminho de volta para o corredor do armário, percebo que estou cantarolando alguma música estúpida que escutei no meu carro essa manhã. Abaixo minha cabeça enquanto continuo cruzando meu caminho, muito sujo por sinal. As vezes eu sinto como se tivessem vomitado no chão inteiro e ninguém se incomodasse em limpar.

Eu escorrego em um fone de ouvido enquanto tento afastar a música estúpida da minha mente, atingindo meu bolso para pegar meu headphone. Ao fazer, sinto meu corpo colidindo com alguém e caindo no chão, fazendo meu Ipod cair também, rachando a tela levemente. Seus cotovelos bateram na minha cabeça então eu não estou me sentindo muito bem agora.

Eu abri minha boca em choque encarando a tela rachada. -Qual a porra do seu problema?- Pergunto olhando para cima e deparando-me com hipnotizantes olhos dourados. O garoto abaixa seu olhar para mim, cabelos negros com um sorriso de desdém que poderia ser comparado à um milhão de socos na minha cara. Ele estava todo de preto e me olhava como se fosse capaz de enxergar minha alma. Por mais que eu odeie admitir, seu olhar é perfeitamente atraente. Embora, ele ainda parece um cuzão.

Ele continuava me encarando ao que eu me colocava de pé, olhando seu rosto nunca mudar daquele divino sorriso desamparado. Olhei-o dos seus pés a cabeça, agora no seu nível, esperando ele se mover.- Você quer ser desculpar por rachar meu Ipod?!- Exclamo olhando novamente para a tela quebrada.- Merda, mamãe vai me matar.- Estremeço passando meus dedos sobre a tela. Estalo meu pescoço para cima, o vendo me assistir atentamente.

- Olá?- Chamo, acenando com minha mão na frente do seu rosto.- Wow!- Expiro ao notar que ele não moveu um músculo. Eu desisto desse desesperançoso, porém perfeito, caso enquanto retorno para o armário, nem ao menos esperando para entrar em um acordo com esse... esse esquisitão de novo.

Por que ele tem que me encarar tanto? Espero que não tenha nada nos meus dentes. Olhei pelo reflexo e me choquei ao não ver nada. Virei rapidamente sem meus calcanhares e percebi que ele havia desaparecido, como se nunca estivesse lá.- Que esquisitão.-Resmungo caminhando para meu armário, puxando-o para abrir e colocando meu dispositivo ferido dentro dele enquanto tirava os livros para o próximo período com um suspiro.

Eu poderia facilmente juntar dinheiro para consertar a tela se aumentasse meu expediente essa semana. Encolho os ombros e faço meu caminho para a sala, tentando me esquecer sobre este bobo pequeno acidente anterior. Eu nunca vi esse cara antes e disso eu tenho certeza, se eu soubesse o quanto ele é idiota, eu teria feito alguma coisa em relação a ele.

O sinal tocou e todo mundo se amontoou nos armários, correndo em círculos para pegar seus livros. Otários.

Eu fui o primeiro a chega na sala e não me importei com o fato de não ter ninguém comigo nesse momento. Estava apagando aquele garoto da minha memória e é isso. As vezes, eu sou um tremendo bebezão quando acontece esse tipo de coisa.

- Ei cara.- Eu escuto um suspiro iluminado enquanto vejo o brilhante Louis entrar na sala, ainda vestido com aquela blusa ridícula.

Eu levanto a cabeça e sorrio, feliz por ter companhia enquanto espero os outros alunos e a professora.- Adivinha.- Digo, vendo-o sentar ao meu lado.

- Você foi aceito em uma escola à quilômetros de distancia daqui?- Ele chuta sarcasticamente e eu reviro meus olhos.

- Você se acha muito engraçado, não é mesmo?- Zombo.

- Me ajuda a dormir de noite.- Ele encolhe os ombros, pegando uma caneta e a mastigando.

- Enfim, eu esbarrei em um garoto que nunca vi antes e ele esmagou a tela do meu Ipod!- Exclamo batendo com a palma da mão na testa. Eu não poderia nem me importar se já tivesse esquecido da coisa toda.

Anarch- Ziall Horlik// TraduçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora