De repente é amor!

Capítulo 2

Ela ajeitou a combinação que havia escolhido para usar aquela noite. Cores claras e pastéis. O salto não era muito alto, o que o tornava confortável. Reforçou o gloss rosado suavemente sobre os lábios para depois borrifar um pouco mais de perfume em si. Nas orelhas, dois brincos pequenos, delicados e clean, no pescoço, uma gargantilha quase tão discreta quanto todo o resto. Acontece que enquanto fazia isso, concluía sua arrumação, Hinata pensava nas coisas que suas amigas estavam dizendo todo o tempo: encontros.

O amor não deveria ser banal, não é mesmo?

— Miau... — ela olhou para o gato que estava tão gordo de tantos cuidados excessivos dela que praticamente se arrastava pelo seu pequeno apartamento. Preguiçoso, manhoso, gordo... tedioso. — miauuu

— Oh, está com fome, querido? Aposto que sim — com uma voz manhosa, ela tomou o gato gordo no colo, ignorando mais uma das recomendações do seu veterinário que a disse: ele precisa de dieta. Sim, ele precisava, mas Hinata tinha tanto, tanto amor para dar e a forma que ela encontrava de fazer isso, era alimentando e escovando aquela bolota de pelos. — quem vai comer atum? eu comprei atum para você! — e ela realmente o fez. Em porções separadas de comida para ela e para o gato, etiquetada, organizada... ela aqueceu e uniu a ração cara que ela comprava para ele, porque haviam a recomendando para gatos castrados. E lá estava, antes dela sair, uma tigela grande, cheia e um gato se afogando em comida porque ele jamais negaria atum mesmo que seu coração gordo parasse. É... Rikudou a amava, e isso era o tipo de amor que não se traia ou perdia, o amor de uma mulher por seu gato de estimação.

Talvez Hinata fosse solitária demais para se tocar, ou talvez acostumou-se tanto a horas incontáveis de trabalhos extras, cursos extras, uma dedicação fiel a tudo, menos ela, que quendo tinha tempo, dava ao seu gato e a sua coleção de Blu-ray e DVD'S antigos. Embora filmes e série também estivessem em seu amplo portfólio de diversão. Às vezes ela também cozinhava, ou tinha surtos de limpeza, porque ela acreditava que ao limpar e organizar algo, isso se fazia em sua mente inquieta. Ela disfarçava tão bem que mal tina tempo para olhar no espelho e perceber como envelhecia, tediosa, quieta e solitária, e o mais triste, era que não nota que era por tola opção.

Ela sorriu satisfeita com Rikudou comendo. Pegou seus óculos os colocando para finalmente pegar a chave do seu carro, afinal, era a festa de nomeação na empresa que trabalhava, e ela, como uma viciada em trabalho, não poderia perder, não é? Por mais antissocial que fosse. E enquanto ela se afastava para porta, ela podia ver seus quadros, suas amadas fotos, fossem de família, amigos, momentos... como ela pequena andando de cavalo com seu primo Neji, e não, não era ele o cavalo. Haviam pequenos bibelôs espalhados de fadas, duendes e bruxinhas, porque ela adorava dos contos, não os de fada para valer, mas dos grossos livros de fantasia que sempre lia quando criança. E isso era outro ponto, Hinata era viciada em compras pelo Ebay.

Quando ela chegou ao salão de eventos da empresa, esse estava cheio, animado e com conversas espalhando-se por todos os lados, não foi difícil achar seus amigos que gostavam tanto de coisas como aquela.

— Então — Sakura disse fazendo-a dar uma voltinha, o que foi constrangedor — uau... animada para beber?

— E-eu não gosto de beber na frente das pessoas, sabe disso. Perdemos o controle quando bebemos.

— mas essa é a graça! A gente sorri mais fácil, conversa com carinhas mais facilmente

— E as pernas abrem mais fácil — Ino completou a constrangendo.

— Gosto das minhas pernas bem fechadas — Hinata ajeitou os óculos fazendo as amigas rirem — a propósito, já viram a...

— Karui? Não, ela ainda não chegou, mas... — Sakura mal terminou de falar e lá estava o celular de Hinata tocando com uma mensagem de Naruto, o que a fez sorrir.