De repente é amor!

Capítulo 12

O copo de capuccino foi deixado de lado em sua mesa enquanto ela organizava seus documentos. Remexeu-se incomodada na cadeira de novo, não havia posição confortável para sentar, afinal, estava mesmo assada e bem dolorida. Céus, se alguém a notasse tão troncha...

Era ridículo, ela sabia. Mas isso não a impediu de aproveitar cada segundinho daquele encontro que havia tido, aliás, se passava muita coisa na mente da pequena Hyuuga, menos arrependimento. Na verdade, naquele exato momento mesmo, ela pensa que se não fosse pela reunião estúpida de Naruto tão cedo, ela estaria naquela cama ainda, e sabe-se lá Deus se ela poderia andar depois disso, o que era uma possibilidade real.

Riscos da montaria.

Sorriu negando, enquanto o rosto incendiava-se mais com isso. Gemeu baixinho, estremecendo, quando aquele desconforto a atingiu em cheio. Bem, isso e Ino debruçando-se em seu ponto de trabalho.

— E então, como foi o super encontro?

— E-encontro? — Tentou desconversar, embora a face denunciava-se, bem como o olhar. — Q-que...

— Oras, senhorita Hinata Hyuuga, não se faça de Santa! Sei tudinho. Foi depilar, comprou calcinhas novas... — listava sem ligar muito para o tom usado, o que atraiu um ou outro olhar da firma. Hinata a puxou para baixo, para a cadeira perto de si.

— Tá, tá... — suspirou — foi a Saky, né? — Ino consentiu — tá... Não foi nada de mais. Como eu disse, foi um filme, jantar e... um vinho. — torceu o bico.

— Hina, minha garotinha, está sentando torto, eu reparei. Quer enganar logo a mim? Quero detalhes, e os sujos e sórdidos.

— Ino... — choramingou tão envergonha, e tudo que a loira fez foi suspirar profundamente, enquanto jogava seu franjão mais para o lado.

— Tá... pelo menos me diz se você se divertiu e... tirou o atraso, né?

Ainda de cabeça baixa, e tão vermelha quanto um tomate, Hinata balançou a cabeça assentindo aquilo, o que fez a loira berrar e depois tampar imediatamente a boca. — desculpa... ainnnn eu tô tão feliz por você, sério! — suspirou — Talvez um dia possa levá-lo para sair com a gente. Alguns amigos dele não seria nada mal. Ele não teria um irmão?

— É casado... — balbuciou.

— É claro que é. Droga, os melhores são! — riu com certa cumplicidade para a Hyuuga. — Então, é tudo papelada para a reunião chata do Naruto?

Hinata olhou para aquilo e suspirou aborrecida. Definitivamente ela preferia estar nos braços do Uchiha naquele momento.

— É sim, e pelo visto, ele está bem enérgico essa manhã. Não parava de falar quando levei seu café.

— Deveria ter colocado um laxante dentro, ou um sonífero.

— Ino, que malvado! — os olhos claros arregalaram-se, mas logo depois o rubor adorável a tomou.

Gargalharam juntas, algo que a loira notou. Porque se fosse a algumas (várias) semanas atrás, Hinata jamais suportaria a ideia sequer de alguém fazer qualquer comentário ruim sobre o Uzumaki. O que significava que de alguma forma boa, ela estava mesmo se desintoxicando daquilo.

...

Enquanto o diretor de fotografia falava, Naruto mirou seu olhar para a sua assistente pela quinta vez naquela manhã. Minucioso, observada as roupas mais fechadas, mais... longas. Ok, não entenda errado, não era como se ele reparasse tão bem em Hinata, mas algo do qual ele sempre fora acostumado era justamente a sobriedade da vestimenta da mulher de um e sessenta. Vendo ela agora um pouco fora da casinha, com golas altas e mangas longas em um dia mais quente, era no mínimo... intrigante.