Capítulo 29

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Bea

— Força, mãezinha. Mais um pouco de força — a voz da médica me deixava com os nervos a flor da pele

Estava me sentindo como em um filme de época parindo em um castelo. Moro em um, apesar da modernidade me sinto refém de um parto doloroso que está dilacerando-me.

Se o bebê está na posição certa, porque está levando tanto tempo para ele nascer?

__ Eu não consigo. Aaaaaah _ o grito carrega consigo uma dor profunda, imensa

Neste momento tudo o que eu mais queria era que a cabeça do bebê saísse logo pelo meu canal vaginal. Não podia descrever a dor, além de toda região diretamente afetada, a sensação que tenho é que estou sendo rompida ao meio.

Vamos bebê saia de uma vez por todas.

_ Um pouco mais de força minha querida - a mão da minha mãe acariciava minha face molhada de suor

Não me resta forças. Ninguém nunca me disse que seria tão difícil, vagaroso.

__ Mamãe...eu não consigo -- berro aos prantos

__ Consegue sim, meu amor _ seu tom de voz era de quem estava me dando uma ordem __ Você vai parir este bebê agora, o bebe precisa sair, ele quer conhecer a mae dele, força Bea, você é forte, e em questão de minutos você terá seu bebê em seus braços, agora para isso acontecer. Força menina __ gritou

Depois de uma ordem explícita carregada de disciplina, fechei os olhos, fiz a força máxima que podia ter, minha dilação é ideal, dez centímetros. O bebê está na posição certa de nascer, um pouco mais de força e agonia e terei um pequeno anjo em meus braços.

Gritei alto, forte, doloroso, esperançoso.

Um grito que transparecia minha alma, todo o meu desejo de conhecer o meu bebê, menino ou menina, o amor da minha vida, está vindo.

Só mais um pouco.

Só que ninguém me disse que este amor viria com tanta dor, como se todos os ossos do meu corpo estivesse quebrando-se.

Minha garganta está seca, a falta de saliva me deixa com a garganta arranhando.

Mais uma vez...

Isto garota...

Força...

Na última tentativa é como se todas as minhas energias tivesse sido absorvidas de uma única vez. Sentia que a cada contração minha, ficava mais fraca.

O choro do bebê ecoou no quarto. Era o choro mais perfeito que já escutei em toda a minha vida. Era uma canção para os meus ouvidos.

— Meu bebê... aonde está? Alguém me dar o meu bebê — minha respiração está ofegante após colocar toda a minha força para fora

Buscava restaura minhas energias, me via totalmente entregue ao cansaço. Meus olhos em alguns momentos se fecharam, a movimentação no quarto era barulhenta, as vozes das enfermeiras elogiavam o bebê, porém não conseguia entender se eles se referia a ele, ou a ela.

Apesar do parto um pouco difícil, e ainda ter que parar minha placenta, como aquele meme. Depois de tudo ainda lembro que tenho que parir a placenta, como se não bastasse um bebê ter saído de dentro de mim, ainda tinha mais.

A ansiedade me domina, busquei a mão da minha mãe.

— Meu bebê é?

O sorriso nos lábios da minha mãe encheu meu o meu coração de alegria, quando a enfermeira trouxe o pequeno pacotinho de amor coberto em uma manta de seda, aquecendo o bebê com calor necessário para evitar que o frio tomasse de conta do seu corpo. Foi uma demora sem fim até limpar o bebê e trazerem para mim.

Presa Ao Don da Máfia ( Homens frios-03)Onde histórias criam vida. Descubra agora