20 - Cortando laços

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– Rebecca, o que aconteceu com você naquele apartamento? – Perguntou Liz, apertando o meu braço e me puxando quando comecei a subir a escada em direção à sala de química. Seus olhos estavam arregalados, implorando que eu a tranquilizasse e dissesse que tudo estava bem. – Você pode me contar. Sou sua melhor amiga.

                             

– Não aconteceu nada – menti.

                             

Eu queria contar tudo a Elize. Toda aquela história maluca. Estava cansada demais de carregar sozinha um peso tão enorme. Mas não podia. Ela jamais acreditaria. E, se acreditasse, o que pensaria de mim se eu dissesse que bebi sangue? Que queria beber mais sangue? Voltei assubir a escada.

                             

– A gente vai se atrasar pra aula.

                             

Liz manteve a mão no meu braço, ainda me puxando.

                             

– Dane-se a aula. Preciso saber o que está acontecendo com você. Está correndo um papo aí de que você estava com sangue na boca, Bec. Que estava saindo do apartamento da Freen e estava coberta de sangue.

                             

– Essa é a coisa mais idiota que já escutei.

                             

Mentiras se empilhando em mentiras.

                             

Liz deixou a mão escorregar pelo meu braço, segurou a minha mão e apertou.

                             

– É a Freen, Bec? Ela está maltratando você? Pode me contar. A gente consegue ajuda!

                             

Ah, meu Deus... É isso que ela pensa...

                             

– Não, Lize. Eu juro. Se fosse, eu contaria. Juro. Freen nunca encostou a mão em mim. - Não de um modo que eu não quisesse, que não desejasse... – Não é o que você está pensando.

                             

Ela me encarou e me toquei de que havia falado demais.

                             

– Mas é alguma coisa, Bec. Acabou de admitir.

                             

– Não é nada Liz.

                             

Elize soltou minha mão bruscamente, como se eu a tivesse traído. E tinha mesmo. Havia mentido para minha melhor amiga e ela sabia disso.

                             

– Não acredito em você, Bec. Como pode não confiar em mim? – Desabafou ela, com a voz embargada. Liz subiu a escada correndo, para longe.

                             

Deixei-me desabar no meio da escada vazia. Mais solitária do que nunca. Tinha perdido Freen, Scott e, agora, Liz. Até meus pais pareciam estranhos vivendo num mundo mais simples, que eu havia deixado para trás. Meu único amigo era um vampiro velho que gostava de tomar cappuccino.

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ ✓ • How to Get Rid of a Vampire in Love •  Version Onde histórias criam vida. Descubra agora