19 - Morango Julius

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– Rebecca, a gente vai se atrasar para a aula de cálculo – disse Liz, praticamente me arrastando pelo corredor.

                     

Fiz força no sentido contrário.

                     

– Acho que vou matar aula.

                     

– De novo? – Havia preocupação na voz da minha melhor amiga. – Bec, você nunca matava aula. Agora quase não assiste. E é matemática, Bec. Sua aula favorita!

                     

– Não estou a fim Liz.

                     

– Qual é a sua Rebecca? É a Freen? Porque vocês duas mudaram. E ela estava toda machucada... O que está acontecendo na sua casa?

                     

– Nada, Elize. Eu juro.

                     

– Você está matando aula, Scott já era, Freen parece sempre prestes a cometer um assassinato e não está acontecendo nada?

                     

Fui em direção ao banheiro.

                     

– Pode ir pra aula, tá? Vou ficar por aqui até os corredores esvaziarem pra eu dar o fora.

                     

– Estou preocupada com você, Bec – disse Liz, segurando os livros contra o peito. – Preocupada de verdade.

                     

– Não é nada – garanti. Nada além de um coração partido, um pacto desfeito e uma guerra que se aproxima. Como eu poderia me concentrar em livros didáticos chatos, deveres de casa sem sentido e aulas maçantes quando tudo estava desmoronando? Quando vidas estavam em jogo? – Te ligo mais tarde.

                     

Elize ainda estava ali, com cara de assustada, quando entrei no banheiro e me tranquei numa das cabines. Mas o sofrimento não me deixava em paz nem no banheiro. Enquanto estava ali, sentada, esperando o sinal tocar, Kate Stuart entrou com sua amiga Victoria Clay. Pela fresta entre a parede e a porta da cabine vi as duas assumindo os lugares diante do altar do espelho, prontas para a auto adoração.

                     

– E aí? Como vão as coisas entre você e a Freen Luxuriante? – perguntou Victoria, remexendo a bolsa e pegando um brilho labial. Passou uma camada gosmenta na boca. – E quem deixou a garota com aquele olho roxo?

                     

– Ela não quer dizer. – Kate deu de ombros, escovando o cabelo. – Você conhece a Freen. É cheia de segredos. Mas desde que isso aconteceu ela ficou, tipo, totalmente doida.

                     

Victoria passou um pouco de blush cremoso nas bochechas.

                     

– Doida boa ou doida ruim?

                     

– Doida por mim – reclamou Kate, revirando os olhos. – Tipo, não me deixa sozinha. Quer me dar uns amassos o tempo todo. E é uma coisa intensa demais.

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ ✓ • How to Get Rid of a Vampire in Love •  Version Onde histórias criam vida. Descubra agora