FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ ✓ • How to Get Rid of a Vampire in Love • Version

O casamento - Ritual .

Rebecca

Fiquei de costas para o espelho enquanto colocava o vestido de noiva.

                     

Não sei se o motivo disso era um desejo de me surpreender quando visse o efeito de tudo junto, vestido, maquiagem e cabelo – o coque intricado com a tiara delicada reluzindo contra meus cachos brilhantes e escuros – ou se eu estava com medo de olhar o reflexo e não me achar tão bonita quanto esperava.

                     

– Tem certeza de que não quer ajuda? – gritou Liz pela porta que ligava os dois quartos da suíte que Freen reservara na propriedade para que eu me arrumasse. – Sou sua dama de honra!

                     

– Não, tudo bem. Já vou terminar.

                     

Queria estar sozinha quando me visse pela primeira vez como Lauren iria me ver...

                     

Puxando a seda pesada e branca em volta do corpo – das minhas curvas – apertei o vestido contra a barriga com a mão esquerda, mantendo-o no lugar enquanto levava a direita às costas para puxar o zíper o máximo que pudesse.

                     

Quando minha mão parou, incapaz de ir mais longe, comecei a sorrir, lembrando-me de como minha noiva tinha me surpreendido fechando um vestido semelhante, numa loja do condado de Lebanon.

                     

Esta noite Liz ou mamãe iriam me ajudar. No futuro, porém, fechar aqueles últimos centímetros seria sempre trabalho de Freen. Eu sentiria seus dedos frios roçarem minhas costas, como ela havia feito da primeira vez. Só que não tentaria lutar contra o arrepio, como tinha feito na ocasião.

                     

– Mila, estamos morrendo de ansiedade aqui fora! – Gritou Liz. – Anda logo!

                     

– Estou indo – prometi, rindo do seu entusiasmo.

                     

Mas ainda me demorei alisando o tecido, sentindo a maciez da seda e a aspereza da renda e das contas – um contraste que me lembrava a própria Freen – antes de finalmente me virar para olhar no espelho.

                     

E a pessoa que vi refletida ali...

                     

Uau!

                     

– Uau! – Liz falou em voz alta o que estava no meu pensamento, praticamente derrapando depois de passar correndo pela porta.

                     

Ela parou e olhou para mim. Depois chegou mais perto, andando devagar, como se tomada por um espanto reverente pelo vestido. Ou talvez um espanto reverente por mim. Talvez, pela primeira vez, me visse realmente como uma princesa; porque era assim que eu me sentia, era isso o que minha postura anunciava.

                     

– Uau! – repetiu ela, se aproximando, de modo que nós duas víssemos meu reflexo no espelho.