A clareira da montanha estava silenciosa e nossos convidados aguardavam cheios de expectativa enquanto eu ia até Freen, que me estendeu a mão esquerda, oferecendo-a de um modo diferente do que havia feito na cerimônia. Dessa vez sua palma cortada se virou para frente, de modo que eu visse com clareza o X que ela havia posto ali.
Aceitei sua mão esquerda com a minha direita e ela pôs a outra nas minhas costas, moldando-a de encontro ao meu corpo. Depois pousei minha mão esquerda gentilmente em seu braço direito, bem onde seu bíceps se encontrava.
Enquanto estávamos viradas uma para a outra, preparadas para nos movermos ao som assombroso da Sonata ao luar, de Beethoven, não fiquei preocupada com o fato de eu ainda não saber dançar bem. Apesar de algumas lições de última hora no escritório de Freen, eu não evoluíra muito em relação à primeira vez em que dançamos, no ginásio da Escola Woodrow Wilson, sob luzes piscantes que nunca mais me satisfariam, agora que havia me casado num mar de velas.
Não, eu não sabia dançar, mas era capaz de pôr aquele olhar no rosto de Freen, aquela expressão de adoração, protetora, que vi em minha mulher enquanto ela me segurava.
O pianista começou a tocar e nos movemos ao som das notas delicadas e poderosas que eram uma cascata de luz e mistério, uma expressão musical de como eu me sentia todas as vezes que via Freen depois de termos nos separado ao menos por alguns minutos, como acontecera depois da cerimônia. Era como o jorro incomparável de alegria, calma e empolgação que me dominava sempre que ela entrava num cômodo. E por baixo disso estavam os tons sombrios também...
Nós nos movemos juntas no centro de um círculo formado por todos os convidados. Freen apertou com mais firmeza a mão que estava nas costas do vestido preto – um negativo fotográfico do traje tradicional de casamento – que eu tinha posto depois da cerimônia, porque sua palma cortada havia sujado de sangue o outro vestido quando nos beijamos.
A música era cheia de mudanças de ritmo e complicada de acompanhar, mas ela me guiou pelas partes mais difíceis, meus olhos fixos nos dela para não tropeçar.
Que olhos incríveis tinha minha mulher...
Ela sorriu e, como eu sabia que aconteceria, errei a passada e chutei o pé dela. Então desisti e soltei minha mão da dela, passando os braços em volta de seu pescoço e esquecendo a tentativa de dar alguns passos básicos, porque de súbito só queria abraçá-la enquanto aquela canção linda e pungente tocava. A música, composta havia séculos e ainda tão sugestiva, me fez pensar ainda mais no tempo, um assunto que estivera em minha cabeça durante toda a noite.
Anos, décadas, séculos... eternidade.
Tínhamos a promessa disso, mas, dado quem éramos, governantes, ambas sabíamos que essa promessa era provavelmente falsa. Sabíamos que um dia seríamos tiradas uma da outra, como nossos pais haviam sido separados para sempre. Pessoas amedrontadas iriam se voltar contra nós ou alguém da nossa espécie iria nos trair.
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FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ ✓ • How to Get Rid of a Vampire in Love • Version
Fanfiction08 ✓ • A D A P T A Ç Ã O • ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴀuᴛᴏʀᴀ ➪ Meumelhorvicio ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ @capas-gratis S̾I̾N̾O̾P̾S̾E̾ Becky Armstrong, levava uma vida tranquila no interior da Pensilvânia e esperava ansiosamente pelo início do último ano e...