Cap 28

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Um mês depois

Devo ter esquecido de trancar a maldita porta, porque minutos depois, Oliver irrompe e a fecha com força, um incêndio em seus olhos.

-- Precisamos conversar, Winter. Eu deixei você processar por muito tempo. Eu preciso que você fale comigo.

A histeria está me consumindo, e o que ele não consegue? Eu não quero ouvir suas malditas palavras, nem quero dar a ele as minhas. Há muitos deles na minha cabeça, e estou me afogando neles.
Corro para janela me inclinando pensando talvez apenas me jogar por cima do parapeito e acabar com tudo mas seu braço está enrolando em volta da minha cintura e me virando de volta.
No segundo em que meus pés tocam o chão, eu me livro de seu aperto e me viro para encará-lo.

-- Pare com isso. Apenas me deixe em paz, Oliver.

-- Quantas vezes você vai fugir antes de aprender que não pode escapar de mim?" ele rosna, entrando no meu espaço pessoal antes que eu possa respirar.

Dou um passo para trás, recuando de sua intensidade. Ele não me solta, porém, dando um passo para trás em mim até que eu esteja pressionada contra a parede.

-- Quantas vezes leva antes que você perceba que eu não quero ser pego.-- Eu rosno, minha própria raiva aumentando. Eu nem tenho certeza do que estou com raiva, apenas brava que ele é louco

Grita meu nome, querida

-- Eu estou indo bem! -- Eu argumento acaloradamente, ficando na defensiva puramente porque ele está certo.

Eu estou me afogando. E a parte mais assustadora, não sinto necessidade de respirar.

-- Você não está bem. E sabe de uma coisa? Nem eu. -- Sua mão treme quando ele escova uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. O homem que suportou tanta força, um pilar de pedra apesar das tentativas implacáveis feitas para derrubá-lo. Mas a questão é que a pedra ainda desmorona. Ele ainda quebra e lasca e racha. Mesmo quando é deixado de pé, sempre haverá peças faltando.
Aqui ele fica diante de mim, desmoronando enquanto falamos.

-- Eu sonho todos os dias com a forma que os fiz sofrer -- ele sussurra. -- Eu sonho com o sangue deles em minhas mãos, entre meus dentes. Eu mataria cada um deles de novo, por você, ratinha, e me alegraria com isso.

Eu olho para ele, meu lábio tremendo enquanto eu me forço a manter as emoções para baixo. No começo, eu senti tudo enquanto estava preso naquela casa. E então, eu não senti nada.

E agora, fico com uma pilha de pedaços quebrados nas mãos onde deveria estar meu coração, e não sei como consertá-lo sem me cortar mais fundo.

-- Eu não preciso de você, Oliver. Eu não preciso que você faça nada por mim.-- Ele agarra a parte de trás do meu pescoço e me puxa para dentro.

-- Veja, isso é o que não vamos fazer, Winter-- ele diz, mostrando os dentes. -- Nós não vamos agir como se você fosse tão durão a ponto de não precisar mais de mim. Porque você quer saber uma coisa, ratinha? Existem muito poucos homens neste mundo capazes de me matar. E eu preciso de você porra.Você me entende? -- Eu cerro os dentes, me recusando a responder.

-- Você acha que precisar de mim de alguma forma te deixa fraco? Não é? -- Eu estalo.

-- Não, ratinha, isso me faz forte.-- Ele se abaixa, colocando seu rosto diretamente no meu. -- Eu posso possuir cada respiração em seu corpo, mas não se engane, Winter, você possui a minha também. Eu sou seu para comandar. Para dobrar e quebrar. Para moldar e manipular. Você acha que isso me deixa fraco? acho que sou forte o suficiente para admitir que mesmo que meu corpo possa viver fisicamente sem você, eu nunca teria a porra da minha alma de volta?

AprisionadoOnde histórias criam vida. Descubra agora