Cap 25

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Meus olhos não estão nele, quando o homem se vira. Está nela. Na menina que um dia me enlouqueceu. Ela me encara de um jeito tão assustado que é como se estivesse à beira da morte.

--Ora, ora — ele diz e, só então, ergo os olhos para encará-lo. -- Você veio

-- Solta ela Alex -- Dou dois passos a frente

-- Se chegar perto, eu quebro o pescoço dela -- Winter me olhava perdida

-- Solta ela, isso é entre você e eu  -- Tento me aproximar

-- Saí daqui -- Alex diz para a Winter que corre

Sou jogado para trás quando ele salta sobre mim. O peso de seu corpo sobre o meu, a força com que sou empurrado e o chão irregular machuca minhas costas. Perco o ar por um segundo, o suficiente para ele me acertar um soco. Revido de imediato, tirando-o de cima de mim. Levanto-me, sentindo o ombro latejar.

-- Como é ser feito de trouxa? -- O desgraçado abre a boca -- Me aproveitei muito da sua inocência, não tem mais nada ali que consiga salvar, você demorou demais

Totalmente cego pelo ódio, eu sequer respondo. Parto para cima dele, segurando-o pelo pescoço, ignorando o braço machucado, a camisa colada no corpo, o cheiro de sangue que toma conta do local. A dor é recebida como uma velha amiga. Posso sentir os músculos tremendo e a adrenalina correndo por minhas veias, como um bicho vivo percorrendo por baixo de minha pele.

— Você a estragou, desgraçado — Digo segurando em seu pescoço . — Arruinou a pureza dela — Vira os olhos, tentando puxar o ar para o pulmão quando o aperto dos meus dedos fica muito forte.
Alex segura meu braço machucado e eu o solto, sentindo-se vencedor. Então me apoio em seu braço, para firmar o pé no chão e chuto seu joelho de apoio, ouvindo o som que precede o grito que ele dá.

À minha direita, vejo uma furadeira elétrica. Alguém a utilizou, deixando-a ligada na tomada. Apanho a ferramenta, apreciando a broca longa e aperto o botão.

— Quem você ia foder, mesmo? — questiono, aproximando-me com a furadeira ligada.

— Filho da putaaaaaaaaaaaaaa — grita quando eu perfuro sua virilha. Seu sangue espirra, sujando-me todo. Sequer me importo.

— É uma pena que não ficará vivo para andar eunuco por aí. — Puxo a furadeira ainda ligada e ele estremece inteiro, perdendo os sentidos.

Passo as costas da mão sobre o rosto quando o líquido vermelho, que sequer sei dizer se é meu ou dele, me impede de enxergar direito. Localizo um balde pequeno e o encho com água. Jogo no rosto de Alex, que desperta assustado.

— Você não respondeu — digo, ligando a furadeira mais uma vez. — Quem você vai foder?

Não dou a ele chance de responder. Enfio e retiro, repetidas vezes, a furadeira em sua barriga. Minha vista fica turva e o braço começa a ficar pesado. Pisco, forçando os olhos a focar no que estou fazendo e sinto-me gelado. Irritado por ter o serviço encurtado pela condição do meu corpo, levo a furadeira até sua orelha e, enfiando a broca no canal do ouvido, pressiono até a ponta da ferramenta encostar na pele.

-- Eu promete te matar Alex e você não me levou a sério -- Perfuro mais uma vez fazendo ele gritar -- Eu te avisei, você me criou e ao menos acreditou nas minhas palavras -- Perfuro de novo -- Como você mesmo disse, sou um monstro, você nunca mais vai encostar em minha mulher.

Alex gorgoleja e cospe sangue antes de parar de se debater. Dou um passo para trás, apoiando-me na prateleira ao lado e inspiro fundo. Estou lavado de sangue, de volta ao corredor sigo em passos largos, falta mais dois e não vou sequer deixar saírem vivos daqui. Seguindo em frente me bato com outro homem.

-- Não, não me mata -- Ele tenta recuar mas seguro pela sua camisa

-- Vamos da uma volta -- Levo ele até o antigo quarto onde era usado para tortura --Vamos conversar. Qual seu nome?

-- Não me mata Oliver, por favor -- O homem súplica

-- Oliver é só para os mais íntimos -- Para você é Satanael, não ganhei esse nome atoa, qual é o seu nome? -- Soco seu rosto

-- Benjamim -- Ele diz cuspindo sangue -- Meu nome é Benjamin

Caminho até a mesa, observando tudo o que há sobre ela. Cutelo, alicate, faca, até mesmo um maçarico de fresco, surrupiado de algum bar ou restaurante. Apanho o saco plástico, dobrado com um cuidado até irônico e o chacoalho no ar, fazendo com que se abra.

-- Qual a sua participação nisso? -- Digo enfiando o saco em sua cabeça

-- Nenhuma, eu não fiz nada -- Se desespera e retiro o saco plástico

-- Resposta errada -- Caminho até a mesa e pego uma faca afiada -- Algumas dessas tatuagens não me agradou muito -- Enfio a ponta da faca na altura do seu ombro, ele resmunga tentando engolir a dor

Deslizo a lâmina, sentindo-a escorregar entre a pele e a carne, enganchando na elasticidade da camada epidérmica. Benjamim engole o ar, mantendo-se o mais parado possível, controlando a dor enquanto contorno a estrela, satisfeito por ainda conseguir tirar pouco sangue. Escalpelar sempre foi um dom. Removo o restante de pele puxando-a de propósito como se fosse um adesivo. A carne vermelha desponta por baixo, assim como o filete de sangue que escorre pelo corpo.

— Fale-me sobre esta daqui — digo, contornando o perfil de uma mulher, tatuado em seu torso. — É alguém que conhecemos?

-- Minha irmã -- Benjamim geme de dor

-- O que sentiria se sua irmã estivesse no lugar da Winter? -- Seu olho, o que ainda abre, foca em meu rosto. Sem humor algum, acompanho sua reação enquanto eu deslizo a faca, arrancando a pele, sem o mesmo cuidado de antes. É alguém importante. A tatuagem mostra uma mulher de cabelos escuros e encaracolados. -- Andou trepando com sua irmã?

-- Lave sua boca antes de falar dela, desgraçado -- Removo a tatuagem, sem tanto cuidado desta vez e jogo sua pele em seu rosto

-- Puta. Vagabunda -- digo pausadamente cada palavra, a centímetros de seu rosto. Podendo sentir o cheiro de sangue e suor que exala do seu corpo. — E sabe o que mais? Vou arrancar o seu pau e amarrar na boca dela, quando a tiver aqui mesmo nesta sala. -- Vamos colar essa porra na testa da vagabunda  da sua irmã quando eu a encontrá-la, antes de arrancar a cabeça dela. -- Me refiro a tatuagem

-- Não faz nada com ela, por favor -- E eu não iria fazer, mas ver seu pânico instalado em seu rosto me divertia

-- E você? Deixou de fazer alguma coisa com a minha mulher?  -- Uso a lâmina para o calar, atingindo seu rosto de um lado a outro. O gesto causa um corte, que se abre feito uma risada. Tentando controlar toda a raiva que começa a querer explodir, apanho o saco e enfio em sua cabeça outra vez. Sangrando muito por conta do corte no rosto, ele se debate e um som esganado sai da garganta enquanto aperto e solto o plástico, controlando assim o quanto ele respira e quando o faz.

— DESGRAÇADOOOOO!

— Era o que eu deveria ter feito quando a tocou — O sangue espirra, pingando em meu rosto e ele tenta se levantar, um gesto quase automático.-- Eu poderia ficar aqui até amanhã, mas tenho que pegar o que é meu -- Enfio a lâmina da faca em seu peito, e o esfaqueio repetidas vezes







Mais um capítulo que me dá um puta gatilho e me deixa mal 🥲 nem parece que leio dark 💔

AprisionadoOnde histórias criam vida. Descubra agora