cachos vermelhos

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    O velho e o garoto me levaram a casa deles. Era um lugarzinho bem simples. Apenas 3 cômodos:  uma  salinha e  dois quartos. E logo atrás da casa havia uma varanda. Já o banheiro ficava fora da casa.

  Eu olhei aquele lugar tão simples e apertado e me questionei se não iria apenas ocupar o pouco de espaço que havia ali. Mais já não tinha o que fazer, afinal eu não tinha outro lugar para ficar.

Enquanto eu continuava observando, o velho que não parava de me encarar disse:

-- Garoto, você não lembra de nada mesmo ?

-- o senhor não acredita em mim ?

Ele não respondeu

-- tu te lembra do teu nome ? -- o menino perguntou

-- Não lembro de nada.

  Dessa vez o menino que me encarou
Ele ficou me olhando e me olhando. E comecei a ficar constrangido.

-- ah é !-- Ele disse -- Agente nem se apresentou!  O meu nome é Lucas e o dele ( apontou para o velho ) É Inácio. Vulgo : meu vô.

  eu apenas ri nessa hora

    Com o passar das horas o sr. Inácio e o Lucas passaram a se " acostumar com a minha presença " e logo que anoiteceu
O velho foi dormi e me deichou na sala com o menino

  Minha cabeça não parava de doer, junto da dor várias cenas confusas viam em minha mente todas de uma vez parecia que eu ia explodir. Pensei que não conseguiria dormir mas o Lucas viu minha agonia

  -- o quê que tu tem ?

  --  minha cabeça não para de doer

  -- Eu tenho uns remédio no meu quarto vem comigo ! 

   Ele pegou a minha mão e saiu correndo pro quarto dele. Acho que esse garoto deve ter algum  tipo de problema mental, não há outra explicação! 
   
   Ele começou a revirar uma cômoda que havia em seu quarto. O lugar era uma zona. Havia uma rede armada e um colchão no chão que não estava lá essas coisas.
  
    O que ganhava no quesito bagunça, era a própria cômoda que por alguma razão tinha uma gaveta só para remédios.

  -- Aqui -- ele disse enquanto me dava o remédio -- Agora para de curiar minhas coisas e toma logo !

-- Tem certeza que não tá vencido? 

-- Deixa de friscura! Claro que num tá!  Toma logo !

-- ok, calma.

    Mesmo com receio eu tomei o remédio, depois fomos dormir. Ele na rede e eu no colchão.
   Aos poucos minha cabeça foi melhorando e eu fui pegando no sono. Porém não consegui dormir direito, pois assim que cochilei eu tive um pesadelo. Sim um bem agonizante.

 

    Sonhei que eu estava dentro de uma sala escura, de frente para uma escada grande, que devia dar ao segundo andar

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    Sonhei que eu estava dentro de uma sala escura, de frente para uma escada grande, que devia dar ao segundo andar. Em cima da escada havia uma garota, e abriu-se um feche de luz sobre ela. Não consegui ver seu rosto pois estava de costas. Mais ela tinha cabelos cacheados ( cachos vermelhos lindos ).

    Queria subir ao seu encontro, mas uma mão agarrou meu pé. Sacudi para fazê-la soltar. E  surgiu mais uma e agarrou o outro. Eu cai no chão e elas começaram a me puxar, enquanto mais apareciam e faziam o mesmo. Eu comecei a gritar e me debater, desesperado!
  
    No mesmo instante eu acordei, estava suado, e meu corpo tremia. O coração palpitava rápido. E eu mal conseguia respirar.
  
    Fiquei sentado no colchão, tentado puxar o máximo de ar possível para o meu corpo. Aos poucos fui me acalmando. Me deitei novamente, mas não consegui dormir. A figura daquela garota não saia da minha mente. Mesmo estando de costas e não ter visto o seu rosto sinto que a conheço.

    " Odeio isso ! Não lembrar de nada é uma tortura ! Não sei quem sou, se tenho família!  Se eles estão preocupados comigo "

     Esses pensamentos apertam o meu peito, e continuo sentido aquelas mãos me segurando... eu não consigo aguentar... essa angústia.
Meus lábios trêmem. Meu peito dói. Me esforço para não deixar as lágrimas caírem mais é inevitável.

     O menino me escutou chorar

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     O menino me escutou chorar. Mesmo eu tentando não fazer barulho.

    - tá chorando?  O que foi ? - ele perguntou.

   Não consegui responder, parecia que tinha um nó na minha garganta. Perdi a voz.

  - Ei não chora...

Me virei para o lado, cruzei os braços e respirei fundo. Mas as lágrimas não parava de cair. Enquanto eu tentava me conter, um braço segurou em volta da minha cintura. Me assustei, depois percebo que era o Lucas. Acho que estava tentando me consolar.

   Me sentei novamente no colchão e ele também. Sequei as lágrimas, e tentei me acalmar.

- pensei que gente grande não chorava.- ele disse -  Meu vô disse que era  sinal de fraqueza.

- Na verdade... não. Chorar não é sinal de fraqueza. É só uma forma do nosso corpo poder jogar para fora a dor que sentimos. Não devemos reprimir o choro.

- você fala esquisito.. mais a frase é massa ! Quem te disse ela ?

- Não faço ideia.
- beleza. Então finge que fui eu !

Eu comecei a rir. E ele ficou confuso.

   Então foi isso. Tive um pesadelo horrível e fui confortado por uma criança, que no final conseguiu me fazer rir.
Espero que amanhã eu me lembre de alguma coisa

Rubra (Revisando) Onde histórias criam vida. Descubra agora