Como conquistar Victor Summer / Vol. 3

Capítulo 25: Ele é meio psicopata.

Eu não conseguia me concentrar no livro, porque era difícil desviar os olhos de Millie jogando LoL no meu quarto. Ela parecia combinar perfeitamente com o ambiente, com sua atenção totalmente voltada para o jogo enquanto fazia de tudo para vencer. Era engraçado ver o quanto ele ficava frustrada e soltava um palavrão baixinho sempre que alguém a matava.

Mordi o lábio, pegando meu celular quando ele vibrou. Haviam alguns e-mails de alguns dos caras que haviam respondido sobre a foto, dizendo que não eram quem eu estava procurando. Era um pouco frustrante, já que aquilo ainda não havia dado em nada.

—Victor, nós combinamos sem jogos por... —Meu pai entrou no quarto, parando subitamente quando viu Millie sentada na minha cadeira. Ela se levantou na mesma hora, parecendo ter sido pega fazendo alguma coisa de errado.

—Oi, pai, não ouvi você chegar. —Falei, saindo da cama para ficar ao lado de Millie. —Essa é a Millie, uma amiga do colégio. —Millie abriu um sorriso tímido, parecendo um pouco sem graça. —Millie, meu pai.

—É um prazer conhece-lo, sr. Summer. —Millie afirmou, enquanto meu pai olhava pra ela e depois pra mim, provavelmente surpreso por ter uma garota ali, já que eu nunca havia trazido uma garota pra casa antes.

—O prazer é meu, Millie. Desculpa chegar desse jeito, achei que o Victor estava sozinho. Não queria atrapalhar os dois. —Ele abriu um sorriso simpático, que fez as bochechas de Millie corarem. Aquilo era uma coisa que eu havia me acostumado, já que todo mundo parecia derreter com os sorrisos do meu pai.

—Não atrapalhou nada. Millie estava jogando e eu estava lendo. —Meu pai ergueu uma das sobrancelhas pra mim, me fazendo dar de ombros, porque não havia como ser menos estranho eu estar lendo. Minha mãe apareceu atrás do meu pai, junto com Ella. Me encolhi ao ver o brilho nos olhos da minha irmã quando viu que eu estava acompanhado.

—Ah, eu não sabia que tínhamos visita. —Minha mãe abriu um sorriso enorme para Millie, entrando no meu quarto, enquanto Ella se colocava ao lado do meu pai com um sorrisinho maroto voltado pra mim. —Tudo bem, querida? Sou a Nora, mãe do Victor.

—Millie. É um prazer. —Millie sorriu pra minha mãe, que parecia prestes a explodir fogos de artificio.

—Eu não sabia que ele iria trazer você hoje, se não tinha voltado mais cedo. Você vai ficar para o jantar, certo? —Minha mãe indagou. —Hoje é a noite da pizza, seria perfeito se você ficasse.

—Ah, não. Eu não posso. Preciso voltar pra casa. Não posso chegar tarde. —Millie falou na mesma hora, fazendo minha mãe balançar a casa. —Mas obrigada pelo convite.

—Ok, podemos marcar pra outro dia então. —Minha mãe piscou para Millie, antes de sair do quarto com meu pai logo atrás. Ella ainda estava parada na porta, o que me fez lançar a ela um olhar de alerta.

—Millie, eu sou a Ella, irmã do Victor. —Ella entrou no quarto, se aproximando para dar um abraço em Millie. —Eu ouvi tanto falar de você no último ano.

—Ele me falou de você também. —Millie afirmou, enquanto me olhava de relance, provavelmente por conta da última frase da minha irmã. —Só coisas boas.

—Jura? —Ella soltou uma risada, olhando pra mim quando fiz uma careta pra ela. —Não sei o que fez, Millie, mas deixou meu irmão completamente encantado. Por algum milagre ele resolveu falar com você, porque achei que ele não faria isso nunca.

—É, eu descobri isso hoje. Ele costuma invadir o estúdio de dança pra me ver praticando balé. —Millie falou, me fazendo fechar os olhos com força quando o queixo da minha irmã caiu de surpresa.

—E você não correu dele ainda? Corajosa. Ele é meio psicopata. —Minha irmã se inclinou para falar a última parte, como se eu não fosse ouvir.

—Valeu pela exposição gratuita. —Resmunguei, escutando a risada de Millie. Porque era óbvio que aquelas duas iam se dar bem. Era óbvio que Millie com sua carinha de anjo iria se juntar com a minha irmã para falar sobre mim como se eu não estivesse ali.

—Apenas fatos, maninho. —Ella deu umas batidinhas no meu ombro, antes de sair do quarto, terminando com chave de ouro. —Você passou um ano stalkeando ela, todo mundo sabe disso.

Olhei para Millie, percebendo que ela estava mordendo o lábio para não rir. Ela olhou pra mim e sorriu daquele jeito doce, enquanto eu negava com a cabeça. Millie podia parecer um anjinho com aquelas saias que usava, a franja, o óculos e a maneira tímida de agir. Mas eu já havia percebido que ela era uma diabinha por dentro.

[...]

Entrei na sala, encontrando o noivo da minha irmã sentado no sofá exibindo uma careta para a notícia que passava no jornal. Ella não estava a vista, o que me fez suspirar aliviado, porque teria alguns segundos de paz antes de Millie ir embora e Ella cair matando em cima de mim.

—Ei, Nic? —Me aproximei de Nicholas, que ergueu a cabeça e abriu um sorriso na mesma hora quando viu que era eu.

—E aí, cara, tudo bem? —Ele se levantou e me deu um abraço apertado. —Ouvi dizer que você está com uma garota aí. É ela?

—Sim. —Soltei uma risada nervosa quando ele se afastou de mim, com a cabeça inclinada pro lado ao me observar. —Estava ensinando ela a jogar LoL.

—Ta falando sério? —Nicholas pareceu surpreso, soltando um muxoxo quando eu balancei a cabeça que sim. —Eu tentei ensinar a Ella várias vezes, mas ela nunca quis.

—Eu nunca quis o que? —Ella parou apareceu do nada, parando ao meu lado. —E aí, já conheceu os pais dela?

—Cuida da sua vida. —Soltei, vendo Ella me mostrar a língua, antes de Nicholas a puxar pela cintura para perto dele, enquanto o mesmo ria.

Olhei para o corredor quando Millie apareceu, ajeitando as alças a mochila enquanto se aproximava de nós três. Soltei um suspiro, porque Millie também era absurdamente atraente. Principalmente quando estava usando aquelas saias e agia como se fosse a pessoa mais inocente do planeta.

—Millie, Nicholas. Nicholas, Millie. —Apresentei os dois, gesticulando de um para o outro. Nicholas ergueu a mão e acenou de leve para Millie, enquanto ela murmurava um oi pra ele. —Mãe, vou levar a Millie pra casa!

Minha mãe não demorou um segundo para aparecer, se aproximando e dando um abraço em Millie como se a conhecesse a séculos. Ela repetiu o mesmo convite para marcar um jantar, enquanto eu observava a interação das duas com um sorriso nos lábios.

—Fecha a boca pra não babar. —Ella passou por mim, cutucando minha bochecha e soltando uma risada quando lancei um olhar furioso pra ela.

—Deixa ela na porta de casa, está bem? —Minha mãe afirmou, quando acenei pra ela e caminhei até a porta. —Cuidado na rua a essa hora. Qualquer coisa liguem.

—Victor? —Abri a porta, deixando Millie sair primeiro, antes de me virar para Nicholas e estender as mãos para agarrar as chaves que ele jogou pra mim. —Não bate meu carro, ou faço o Steven vir aqui te dar uma surra.

—Por que Ella é minha irmã e não você? —Comentei, ouvindo minha irmã me xingar no exato momento que fechei a porta, o que arrancou uma risada minha. Me virei para Millie, vendo ela me observar com um brilho de diversão nos olhos, antes de eu erguer a chave do carro e mostrar pra ela. —Vou ser seu motorista particular essa noite, srta. Benson.

—Vai me levar pra onde eu quiser? —Ela ergueu as sobrancelhas em um tom sugestivo que fez meu coração dar um solavanco no peito. Aquela garota ainda ia me matar.

Continua...