Capítulo 12
Passeio
A noite foi recheada de novidades. Após o ocorrido, a organização finalizou a festa e dispensou as duas famílias presentes. O dia amanheceu e o sol começava a entrar pela janela, o despertador de Miguel tocava sem descanso em cima de sua escrivaninha, o único barulho extra foi o dele, resmungando por causa do toque irritante do aparelho.
— CALA A BOCA! SEU MALDITO! — falou jogando o despertador na parede e puxando a coberta para voltar a dormir — Me deixa dormir…
Quando estava quase pegando no sono novamente, seu celular tocou, o irritando profundamente, com todo ódio em seu coração, atendeu seu celular e disse:
— O que você quer, inferno? São dez da manhã, você não tem o que fazer da vida não? — reclamou sem hesitar.
— Mig, é a Helô, você está bem? — Ela falou em tom gentil.
— Vai encher o saco de outro, tô afim de falar com ninguém não — Miguel havia acordado estranhamente irritado.
— Mig…
— Tchau! — disse ao desligar a chamada.
Merda! Perdi meu sono…
Miguel levantou da cama e saiu do quarto, lembrou que havia deixado o quadro no chão, então encaixou o suporte de volta e pendurou na parede novamente.
Quem diria que eles deixariam aquele caderno dentro desse quadro. Maldição…
Ao deixar de observar o quadro, caminhou até o banheiro e parou na frente do box espelhado, ficou se apreciando por alguns segundos sem camiseta e depois tomou um banho de quase uma hora e meia. Ele voltou para seu quarto e pegou um estilo de roupa que não costuma vestir com frequência. Escolheu uma camiseta branca larga, uma calça preta e um tênis branco, penteou seus cabelos lisos e brancos como a neve.
Passou na cozinha, fez um típico miojo e comeu, descansou por trinta minutos, escovou os dentes e quando veio sair de casa já era uma hora da tarde. Enquanto andava pela rua, atraía bastante olhares de pessoas estranhando e admirando ao mesmo tempo, sua beleza fora do padrão.
— Você viu que gato — comentou uma garota com sua amiga.
— Apesar de usar lentes brancas, ele fica bem com elas — respondeu a outra garota de cabelos loiros e olhos azuis.
O que ele está fazendo aqui?
Miguel continuou caminhando, não parecia perceber as pessoas o observando na rua, ele estava imerso em pensamentos.
Desde que a Mia praticamente trocou de lugar comigo, não sinto mais fome e também meu corpo parece estar mais forte do que antes, preciso pensar em um jeito de ajudá-la. Enquanto não penso em nada vou me divertir um pouco.
Pensou, ao avistar um fliperama onde também servia bebidas aos jogadores. O lugar tinha diversos tipos de jogos, desde caça níqueis até tabuleiros de xadrez, ao fundo era possível ouvir um toque melódico que se repetia como som ambiente. Miguel entrou, pediu uma cerveja e uma ficha de sinuca, pegou um taco e se aproximou da mesa, enquanto organizava as bolas de cores azuis e amarelas para iniciar o jogo, um rapaz se aproximou da mesa e pediu para jogar junto, aparentava ter um idade similar a de Miguel.
— Com licença, senhor, posso jogar com você? — O homem usava óculos e tinha um cabelo longo e liso, batia em seus ombros.
— Claro, vamos jogar! — Ele respondeu com um sorriso no rosto — Não precisa me chamar de “senhor”, meu nome é Miguel, e qual é o seu?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Shingers
Viễn tưởngEm uma noite aparentemente comum, o mundo de Miguel é abruptamente virado de cabeça para baixo quando sua casa é invadida por uma força sinistra. Ele se vê arrastado para um submundo obscuro, onde os Shingers, seres que se alimentam da vitalidade hu...