Contrato de Alto Preço

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Capítulo 17

Contrato de Alto Preço


Akash entrou no carro e passou o endereço para Sáfira, o lugar para onde estava indo era a casa da família Atelister. Ela estacionou na frente do portão negro, o deixou e foi embora. Ele caminhou até o interfone que ficava no canto, tocou e ouviu uma voz feminina vindo do outro lado:

— Quem gostaria?

— Sou eu, Miguel — respondeu de forma calma.

Após ela ouvir o nome, o portão se abriu quase que no mesmo segundo. A chuva já havia parado, o ar estava frio e o chão úmido, enquanto caminhava em direção a mansão, sentiu o cheiro forte de grama molhada, mas ignorou. Quando se aproximou dos degraus, viu Felicia no topo, o esperando.

— Miguel...

Ele a ignorou e passou direto, deixando-a frustrada. Ao adentrar a casa, notou que Julian estava sentado no sofá, ele não disse nada, apenas observou o jovem de cabelos brancos que subia as escadas e virou à esquerda em direção ao quarto de hóspedes, onde Mia tinha sido deixada quando Miguel saiu da última vez.

Ao adentrar dentro do quarto, percebeu que Leto estava sentado ao lado da cama. Akash não perdeu a oportunidade e disse:

— Tá fazendo o que, velhote? — perguntou enquanto se aproximava.

— Miguel... — falou se levantando e mostrando nervosismo. — Você já voltou?

— Você não descobriu uma forma, não é? — indagou cara a cara com um riso malicioso no rosto.

— Eu sinto muito, mas não descobri, se eu ficasse mais tempo pesquisando no livro negro eu morreria — explicou rapidamente.

— Tanto faz, vou trazê-la de volta — afastou o velho e sentou no banco ao lado direito da cama, próximo do corpo de Mia.

Akash fez o mesmo procedimento, levou seu dedo polegar e indicador para a parte de baixo de seus olhos e começou a enxergar as linhas de energia do corpo. Diferente do garoto de antes, as cores circulavam normalmente, sem nenhuma falha em espaços específicos, mas havia uma ligeira diferença, os tons estavam fracos, quase que apagados, eles oscilavam entre forte e fraco como se a qualquer momento fossem se apagar.

Um shinger morrer por falta de vitalidade? Isso soa tão patético.

Pensou, olhando com desprezo, porém, decidiu focar em resolver a situação. Estendeu sua mão e colocou sobre a testa dela, fechou os olhos e falou:

— A morte é um sopro, a vida é uma passagem, dentro do ciclo dos mortais, o mundo é uma paisagem. — O braço do Akash começou a brilhar em tom branco, o mesmo acontecia sobre a cabeça da Mia. — Linhas do destino, ouçam meu chamado, restaure a vida desse ser danificado.

Transferência parcial de vida.

Pensou ao abrir seus olhos, parou durante alguns segundos e observou o funcionamento do corpo. As linhas com cores vivas começaram a subir seus tons, à medida que faziam isso, a pele pálida de Mia voltava a seu estado natural. Após alguns minutos de espera depois da transferência parcial de vida, ela despertou e seus olhos azuis se abriram devagar, a mulher virou a cabeça para o lado, depois falou de forma gentil e doce:

— Miguel... — sorriu ao vê-lo.

Após analisar que a vitalidade do corpo foi aumentada e a transferência foi um sucesso. Akash se desligou e desmaiou na cama, o que fez ele despertar no espaço vazio.

— Voltei! — disse com um sorriso de deboche ao ver Miguel.

— E então, curou ela? — perguntou preocupado.

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