Bring me back to life

Domínio

 Eu sei, eu sei! Eu prometi voltar muitas vezes e falhei miseravelmente em todas elas. Foram tantos comentários e mensagens que não consegui responder a todos e peço perdão, mas amei ler todos eles desde pedidos para continuar até preocupações sobre meu estado, se eu estaria bem ou não, e eu realmente não estava. Por isso novamente peço perdão e digo logo CORRAM PRA LER MEUS AMORES!!!!

-----------------------------------------------------------

Empatia e culpa, ansiedade e medo não é algo que um piscicopata sente ou muito menos irá sentir. No olhar daquele ser direcionado a Hanu e no seu sorriso sarcástico transmitia claramente o ódio que estava sentindo, um ódio que uma criança tão pequena quanto Hanu não seria capaz de sentir ou muito menos suportar.

Mesmo que estivessem se olhando apenas por segundos o pequeno era puro demais pra tanto ódio. Quanto mais o sorriso a frente aumentava mais a pressão arterial de Hanu caia, e menos oxigênio chegava até seu cérebro.

Hanu lembrou de tudo aquilo que guardava a sete chaves em uma parte de sua cabecinha que não queria mais lembrar. Em poucos segundos Hanu lembrou de todas as vezes que ouviu seu pai Taehyung chorar durante a noite achando que o filhote estava dormindo. Hanu lembrou de todos os gritos alterados que ouvia de Bogum pela casa, Hanu lembrou principalmente dos momentos que se escondia e via pela brecha da porta seu pai apanhar tantas vezes, as vezes que seu pai era obrigado a fazer coisas que não queria, coisas que Hanu jamais poderia ver, mas que viu e sentiu toda a dor que seu pai sentia. Apenas olhando aquele ser no muro em poucos segundos Hanu recordou tudo o que sua mente escondia mas que agora revivia como se estivesse acontecendo exatamente naquele momento.

A mesma sensação e dor...

O sofrimento de reviver todas aquelas lembranças escondidas fez com quem a pressão do pequeno caísse tanto que o oxigênio no cérebro já não era o suficiente fazendo o pequeno desmaiar no gramado.

{Jungkook}

Se eu olhasse por poucos segundos no espelho, por mais poucos segundos que fosse meus olhos mudariam para o vermelho sangue e eu poderia vê-lo. A razão pela qual evito olhar meu reflexo é exatamente por ele se fazer presente, por me mostrar que dentro de mim vive um monstro pronto para me dominar.

Lutar com meu monstro interior é perder.

Naquele momento eu sabia que no meio de toda a tormenta dentro de mim eu poderia jurar que Kim Taehyung era a minha esperança, que ele me tiraria do meio de toda minha escuridão e que no lugar do meu lobo apenas ele passaria a me dominar. Mas mesmo os seus lábios tão quentes sobre os meus, os seus dedos que se perdiam em meu cabelo fazendo carícias, nossos sorrisos bobos entre os beijos enquanto estávamos deitados naquela cama, nada daquele momento precioso que estávamos tendo foram capazes de impedir o monstro dentro de mim de sair.

Apenas uma pontada no meu coração e eu poderia jurar pelo olhar espantado de Taehyung que meus olhos ficaram negros por inteiro. Pude perceber que acontecia algo com Hanu, pude sentir em questão de segundos que a única coisa mais importante que Taehyung naquele momento era o meu filho.

Eu sentia cheiro de perigo, eu respirava o cheiro daquele mesmo dia que meu primeiro e tão pequeno filho se foi... não poderia acontecer o mesmo com Hanu, não o meu Hanu.

Em apenas segundos de todo aquele cheiro de morte sabendo o quanto Hanu precisava de mim eu me deixei levar e ele sem pensar duas vezes me empurrou pro abismo dentro de mim tomando o meu lugar... eu me perdi outra vez...

{Taehyung}

Eu nunca tinha sentido tamanho medo na vida, nem mesmo todas as vezes que Bogum fazia coisas horríveis comigo, mesmo que eu já tivesse olhado dentro de seu olhos negros na primeira vez que nos encontramos, agora era diferente. Estávamos nos beijando e conversando sobre coisas bobas quando simplesmente seus olhos tão lindos se perderam na escuridão de seu alfa tomando uma negritude assustadora e seu rosto tão angelical parecia pálido. De um homem sorridente e divertido em segundos parecia uma fera da qual eu pensei que iria me devorar, da qual eu não esperava sentir tanto medo como senti.