IV - Mocha

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Tudo poderia acontecer naquela festa. Mas o que eu mais queria certamente não iria acontecer se eu não desse pelo menos meio passo.

Eu e Amber éramos melhores amigas, todos me conheciam como "a amiga da Amber". Mas depois que minha irmã se mudou de cidade, depois que tudo começou a dar errado, nós nos afastamos pois tivemos uma briga na época em que eu já estava instável o suficiente.

Foi uma péssima época para todos. Mas talvez, só talvez, agora seja diferente.

Então, eu irei tentar.

Amber's pov

Ja eram 03:45 daquela madrugada de sábado para domingo, eu já havia tomado todas que eu podia e agora estava no sofá com dois desconhecidos rindo de um filme de terror totalmente anos 90 que passava na TV. Era idiota como todo protagonista é igual ! Essa história tinha tudo para ser diferente e revolucionária.

Há pessoa que não entendem nada sobre filmes de terror.

Eu me levantei ao sentir um desconforto no estômago. Com um mal pressentimento, me levantei pensando apenas que fosse os mil tipos de bebidas alcoólicas que eu ingeri ali. E eu estava totalmente certa, fui correndo para o banheiro esbarrando em muita gente suada e com a maquiagem derretendo.

Entrei no banheiro com luzes escuras que ficavam falhando e fechei a porta ouvindo a música desconhecida e abafada ao lado de fora.

Me abaixei em frente a privada e vomitei o que eu nem tinha comido antes. Eca... Era tudo álcool.

Apertei a descarga e ouvi um ruído vindo de dentro do box onde ficava a banheira. Já estava ruim o suficiente para mim, mas eu não ligaria em puxar aquela porta de vidro.

E assim fiz, puxei.

- Que ? Tara ...? O que está fazendo ?

- Eu... Ham.. que barulho é esse ? O que está acontecendo.... Cadê minha irmã ?

- Merda. - Quando vi o estado da garota a primeira coisa que me veio em mente foi: "acho que preciso ir embora, e levar ela pra casa."

Mas antes, eu teria que achar a Samantha.

- Tara, fica aqui. Vou tentar achar a Sam.

- Não precisa ! Eu 'to bem.. juro.

- Só.. fica aí!

Saí do banheiro apressada em busca de uma morena alta com uma fantasia de Wednesday Adams. Não combinava nada com ela.

Mas achei a última jogada em uma poltrona aos roncos no quintal. Acho que ela consegue ficar inteira, a Tara ainda é meio fraquinha. Que eu me lembre ela tem asma... Nem deveria estar bebendo num lugar tão fechado assim !

Voltei ao banheiro e segurei a garota mole e desacordada em meus braços. Levei ela para fora e com muita dificuldade achei meu carro, não tão meu, da minha mãe na verdade... Mas como ela nunca estava em casa e esse carro vivia parado na garagem, eu usava ele mais vezes.

Coloquei Tara deitada no banco de trás e entrei no banco do motorista lutando para ficar pelo menos um pouco mais sóbria.

- Vamos Amber, se você bater esse carro você morre, a Tara morre, o carro morre, e sua mãe te mata de novo. Droga.

Comecei a dirigir, eu não sabia bem o endereço de Tara, então simplesmente a levei para minha casa. Eu não sabia se teria um inalador como ela sempre costumava a guardar na bolsa... E a única farmácia aberta nessa cidade agora ficava bem longe daqui.

Assim que coloquei o carro na garagem de casa e destranquei as portas antigas e barulhentas, peguei a garota novamente e a coloquei no sofá.

Mal sabendo se eu deveria acorda-la eu deixá-la dormindo. Pensei bastante até pegar ela de novo e colocar na cama do meu quarto.

Earth Color Eyes - Scream • Tamber AUOnde histórias criam vida. Descubra agora