Seis

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Naruto
Acordo com a maior ressaca, eu não deveria tá misturando álcool com droga, mas na hora toda aquela onda é muito boa, porém, no outro dia eu amanheço bolado, e já querendo matar alguém. Pois é esse sou eu, esse é o Raposão e eu sou o chefe da porra toda, e posso afirmar com Todas as letras, este é o meu lar, o meu império absoluto. Todos os dias eu acordo de manhã bem cedo para cuidar dos meus afazeres e afirmo, é muita coisa para o chefão resolver. Contudo, nem todas as coisas eu consigo resolver sozinho, preciso de ajuda afinal de contas, ninguém é de ferro, não é mesmo?
Subo na minha motoca e vou fazer uma ronda pelo Morro, embora isso não seja a minha obrigação, eu sinto que preciso disto para começar melhor o meu dia. Por onde eu passo com a minha envenenada, os moradores param para ficarem me olhando, principalmente as putas do Morro, mas eu não dou muita bola não, elas são apenas para a minha diversão e nada mais.
— Fala chefe Raposão! — um maluco me grita.
— Grande Raposão! — outro retorna, me sinto realmente como o senhor do Monte Olimpo e ele se chama Vidigal.
Nada respondo, apenas dou uma buzinada para mostrar que tenho apreço pela minha gente, gente que é constantemente marginalizada, mas aqui... aqui eu posso lhes oferecer segurança e um pouco de dignidade. Para quem merece, é claro.
Estaciono minha moto em frente ao galpão onde fica o meu quartel general, meus vapores e também o Sasuke, meu sub, já estão me aguardando para passar as ordens do dia. Acredito que não terei muito trabalho, bom, isso é o que eu acredito.
— Fala chefão! — Sasuke vem em minha direção, ele parece animado.
— Falou, irmão! Como foi a noite? — pergunto, noite passada eu estava meio ocupado nos braços de uma morena.
— Lembra do lance que teria na Barra? Pois é, cara, o fio da puta denunciou a gente e os cana veio.
— Como é que é? — indago sem querer acreditar. — Que porra é essa que tu tá dizendo, Sasuke?
— Isso mesmo, Raposão. O problema agora é que a gente não sabe como que esse arrombado teve a coragem de fazer uma coisa dessas! — prontamente, ele responde.
— E tu já sabe quem é esse infeliz?
— Ainda não, mas tenho as minhas suspeitas!
— Pois assim que você souber e ter a certeza de quem se trata, não faça nada, apenas traga o desgraçado para mim! — dou a ordem. — Geral vai aprender que com o chefe Raposão, ou anda na linha, ou se fode completamente!
Essa notícia literalmente acabou com o meu dia. Fiz inúmeros planos, mas depois de saber que um dos meus pode ter me denunciado, isso me deixou péssimo. Fui falar com os demais gerentes e o Sasuke sempre fica do meu lado. Como eu já revia, aquele dia seria daqueles.
— O que vocês têm pra mim? — vou logo perguntando.
— Comigo, a mesma reclamação de sempre! — respondeu um dos meus gerentes. — Dona Chyo está reclamando que os moleques insistem fazer barulho perto da casa dela!
— E o que isso tem a ver? — pergunto.
— A Dona Chyo é a mãe do garoto com esclerose. Às vezes ele fica estressa por conta do barulho. É muito triste a situação do moleque! — ele conclui.
Realmente essa é uma situação complicada e parece que de boca não resolveu.
— Faz o seguinte... veja o que fazer com aqueles moleques e cuide para que não atormente mais ninguém. Eu deixo com você isso daí!
Não estou afim de ficar me envolvendo com brigas de vizinhos. Tenho coisas bem mais importantes pra fazer.
— E quanto os recebimentos? Quero saber como anda a contabilidade!
— Bom, tem algumas pessoas aí que andam meio murchas. Sempre com a mesma conversinha de que ainda não têm grana, que vão arrumar amanhã... o problema é que amanhã nunca chega! — respondeu Sasuke. — Preciso saber de você como vamos resolver esse caso. Principalmente a Kayoko, aquela vagabunda!
Esse é mais um dos muitos problemas que me aparecem. Esses noiados se viciam para depois ficarem me dando prejuízo? Eles entraram nessa porque quiseram, agora vão ter que pagar e uma forma, ou de outra.
— Bom, se não têm dinheiro, o jeito é usá-los como exemplo. Podem levar pra dar uma lição... aproveita e livra eles do vício, bando de noiados inúteis!
Uma coisa que os meus vapores e gerentes sabem é lidar com esse tipo de situação, aprenderam bem com o papai aqui. Faço questão de ir junto só para presenciar o espetáculo.
***
Depois das sessões de cinema eu volto pra casa. Me enfio debaixo do chuveiro enquanto aquela água vermelha tinge o piso branco. A Água quente se mistura a algo que ninguém jamais viu. Lembro-me da minha mãe, acho que a minha tia tem razão, a minha mãe não iria ficar feliz com o rumo que a minha vida tomou. Mas esse agora sou eu. Eu Não posso e nem devo mais penar nela, vou tentar reconstruir a minha vida. Vou fazer isso e seguir com a minha fama, Raposão, o homem mais temido do Vidigal.
Saio do banho e pego uma toalha para me secar, quando o telefone toca. A tela mostra ser o Sasuke e a notícia que ele me dá não é nada boa.
— Fala, irmão. O que tem pra mim?
— Uma confusão envolvendo o Deidara!"
— Como assim, Sasuke? Que desgraça é essa?
— "Parece que ele andou humilhando um morador do Morro!"
— Quem foi a pessoa?
— "O seu Manoel da barraca de caldo de cana. Melhor você mesmo ouvir o relato!"
— Tô indo aí agora mesmo!
***
Cheguei o mais depressa que pude e o seu Manoel relatou-me pessoalmente o que o desgraçado do Deidara havia feito. Além de humilhar o pobre velho dentro dos meus domínios, ainda estava cobrando propina. Eu não posso admitir algo desse tipo na minha quebrada.
— Eu vou matar aquele infeliz! — exclamo e dou vários disparos para cima. — Eu quero que vocês procurem em cada buraco, mas encontrem aquele arrombado!
Meus vapores e gerentes logo saíram à caçada, certamente o Deidara já deve estar sabendo que a batata dele está assando e a mil graus. Vou despedaçar aquele infeliz sem dó e nem piedade.
Demorou algumas horas, mas depois eu recebo uma ligação reconfortante.
— "Achamos ele, chefe!" — disse um dos meus vapores. — "Ele já estava querendo fugir!"
— Agora somos ele e eu! — respondo.
Montei na moto e saí com o meu comboio. À essa altura todos no Vidigal já estava sabendo que o fim do Deidara estava próximo, o que ele fez foi imperdoável, a regra aqui é clara, nenhum vapor deve atormentar ninguém dessa comunidade.
Os cria leva ele pra casinha e lá a sentença do Deidara é executada.
Não posso dizer que fiquei feliz ou, satisfeito com o que fiz. Eu tinha muitas expectativas quanto ao mesmo, de ele se tornar um gerente meu, mas o imbecil fez tudo errado. Deu droga as minhas custas em troca de foda e estava bancando o espertinho pro lado dos moradores.
Deixei o pessoal limpando a bagunça e retornei para a minha casa. Era hora de deixar o passado para trás, focar mais nos meus objetivos e fazer meu império crescer. O futuro é um mistério que só pode ser desvendado quando estamos frente a frente com ele.
Eu acendo um Back e pego um copo de wiske e começo a beber, hoje realmente foi um dia cheio, um dia daqueles no qual eu mandei muita alma pro inferno, porém. Começo a relaxa e a ficar de boa, arrependimento, essa palavra não existe pra mim, eu não tenho coração, eu não tenho alma. Eu sou um ser sem salvação.
Deito no sofá e fico ali imaginando o rumo que a minha vida tem tomado, agora que eu tô aqui não tem mais volta, nem eu me vejo mais vivendo aquela vida, o Naruto morreu no dia em que a minha mãe morreu também. E pra morte não tem mais volta.

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