Meu caminho para felicidade

01

Todos que estavam naquela sala foram surpreendidos ao verem quem era a pessoa que interrompeu a reunião do Lorde das Trevas.

Cada um deles tinha perguntas não respondidas, mas acima de tudo, eles estavam preocupados com o tanto de sangue que o garoto tinha pelo seu corpo, vestes e cabelo, era realmente incrível que ele ainda estivesse consciente e segurando uma varinha.

— E…Eu, por favor, me ajudem. – pediu antes que sua consciência resolvesse que finalmente era seguro deixá-lo.

Fenrir conseguiu se mover rápido por conta de seu lobo e assim que segurou o garoto nos braços ele sabia que havia reivindicado seu filhote, e o lobisomem não estava nada feliz em sentir os cheiros que estava sentindo.

— Fenrir. – Narcisa chamou calmamente, não querendo um lobisomem nervoso na mesma sala que a si mesma. – Se o colocar no sofá, eu poderei curá-lo. – ofereceu e o lobo considerou uma boa opção.

— Severus, achei que o garoto era bem cuidado pela Ordem. – o Lorde das Trevas finalmente se pronunciou.

— Tenho certeza de que Dumbledore me disse que o garoto era como um príncipe mimado, meu senhor. – o Mestre de poções não estava entendendo o que estava acontecendo.

— Ele não estará nessa guerra. – Greyback rosnou enquanto olhava desafiadoramente para Marvolo.

Depois do fiasco que havia sido o ritual do cemitério a alguns anos atrás, o Lorde das Trevas procurou uma forma de voltar com sua sanidade e aparência – ele era bem vaidoso, obrigado –, ele reconheceu que durante o final da primeira guerra eles se perderam no caminho dos verdadeiros ideais deles e era por conta disso que estavam tentando mudar tudo.

Marvolo não pretendia continuar com as diversas mortes e tinha a ideia de lutar apenas de forma política, ele nunca quis que tivessem tantas mortes – o sangue bruxo nunca deveria ser perdido –, o homem nunca desejou lutar com uma criança para começo de conversa.

— M…Meu senhor. – a voz de Narcisa estava meio trêmula quando o chamou. – Sei que meu senhor não saiu do castelo Slytherin e que muito menos se deitaria com alguém tão jovem. – começou com as divagações.

— Por favor, Narcisa, sem divagações. – pediu, a cortando.

— O herdeiro Potter está carregando seu herdeiro. – foi o mais direta possível e a sala ficou ainda mais silenciosa do que antes.

E então um baque, todos olharam e viram Severus desmaiado.

**

Eles haviam transferido o garoto Potter para a ala Royal – apenas Narcisa e Fenrir sabendo que era a ala de seu senhor –, Marvolo estava se batendo internamente por ter simplesmente deixado aquela maldita poção na câmara secreta, mas também não era possível que ele pensasse que alguém a encontraria e beberia sem saber o que era.

O homem gemeu enquanto passava a mão pelo rosto – porque Potter não pode fazer as coisas de um jeito normal? – perguntou-se enquanto suspirava. Uma criança, a poção que Salazar inventou para que sua linhagem não morresse e para que seus herdeiros pudessem ter os mesmos genes que seu amado, aquele ao qual o recusou.

Marvolo havia deixado a poção na câmara pois precisava de pelo menos um ano de descanso para que pudesse fazer efeito, ele esperava dar aquela poção a alguém em algum momento para não perder a sua linhagem, mas o homem nunca conseguiu voltar para buscá-la, e ao mesmo tempo havia se esquecido completamente.

Olhos vermelhos finalmente se direcionaram para a cama e olharam o caroço que o corpo de Potter fazia embaixo dos cobertores. Ele queria aquela criança – queria muito –, mas nunca tiraria o direito do garoto escolher se gostaria ou não de ficar, ele quem estaria carregando o filho do homem que tentou o matar diversas vezes e ainda o privou de ter crescido com seus pais.