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O Potter sabia que tinha muita sorte por ainda estar vivo e ter tanta comodidade, mas ele não podia deixar de querer compartilhar sua felicidade com as pessoas que ele considerava seus irmãos, ainda mais os Weasley mais velhos – que o ajudaram a fugir – e Luna, mas ele não iria pedir nada mais, todos já achavam que ele era apenas uma criança mimada.

— Harry, querido. – Narcisa o chamou, eles iriam no dia seguinte para França e a mulher estava o ajudando a preparar tudo. – Sou sua curandeira pessoal, e não posso apenas ignorar os resultados alarmantes que tive ao fazer uma revisão geral em sua saúde.

— Apenas alguns eventos normais para uma criança hiperativa. – deu a mesma desculpa que ouviu seu tio Vernon falar por anos.

— Ossos mal formados e diversas cicatrizes não são normais, além da sua desnutrição gritante e muito preocupante. – a mulher tentou, ela não faria ele falar se não quisesse, mas ainda precisava saber o básico. – Eu vou ouvir apenas o que quiser me contar, mas não quero que diga que é normal. – o garoto suspirou enquanto se sentava.

— Foram meus tios. – disse por fim. – Dumbledore me deixou na casa deles pois eram meus únicos parentes de sangue, vivos. – se mexeu de forma desconfortável após perceber as outras presenças, mas sabia que precisava falar para que todos entendessem. – Eles nunca gostaram de mim por causa da minha magia, sempre me chamando de aberração e me fazendo fazer as tarefas domésticas desde que consigo me lembrar, cozinho desde que consigo alcançar o fogão, estando em cima de um banquinho. – mostrou algumas marcas de queimadura. – Só descobri meu nome quando eles foram obrigados a me colocar na escola, meu primo e os amigos dele também gostavam de me atormentar. – riu secamente.

— Você não precisa continuar se não quiser. – a mulher instruiu, apertando a mão dele de forma reconfortante.

— Nah, eu preciso. – fechou os olhos enquanto respirava fundo. – Eles tinham um jogo chamado Harry's Hunting, sempre que me encontrava eu acabava sendo espancado, meus tios apenas incentivaram, os vizinhos não se metiam já que tia Petúnia dizia que eu era um delinquente juvenil e que era louco. – deu de ombros e pode sentir a magia dos que estavam ouvindo. – Só descobri sobre o mundo bruxo quando completei 11 anos, Hagrid me levou a carta e então me disse sobre o poderoso e abençoado Dumbledore, sobre os incríveis Gryffindor, a maldade Slytherin e toda essa baboseira, e a cada ano mais que eu voltava para meus parentes trouxas mais eu era espancado. – franziu o cenho enquanto pensava. – Nunca tive muito o que comer além de uma torrada e um copo de água, isso se eu acabasse as tarefas a tempo, a primeira vez que provei batatas, carne, chocolate e todas as comidas, foi quando cheguei em Hogwarts.

— Vou colocar você em um regime de poções. – a mulher falou se levantando, a raiva estava clara em seus olhos. – Única família de sangue, viva, aquele maldito disse. – começou. – E eu? Ou Andy, ambas poderíamos ter ficado com você, mas aquele desgraçado disse que não poderíamos já que éramos de uma família das Trevas.

— Eu poderia ter sido criado por você ou Andrômeda? – questionou confuso.

— Claro, sua avó era uma Black antes de se casar com Charlus Potter, e Sirius o adotou com uma adoção de sangue, você é tão Black quanto eu, Draco e Bella. – Narcisa respondeu.

**

O mais novo percebeu que todos estavam estranhos, mas não disse nada e apenas ficou quieto, ele apenas agradecia por ninguém estar o olhando com pena, Severus e Marvolo eram aqueles que o olhava com uma pontada de simpatia, os três tiveram infâncias difíceis.

— Seus Weasley enviaram isso. – Snape lhe entregou uma carta.

— Obrigado, senhor. – agradeceu e a abriu para ler enquanto comia um dos sanduíches que estava na mesa.

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