Marília.
vejo uma menina entrar na sala, era ruiva da pele branquinha e um corpo bonito. acho que era a nova aluna que todo falaram que ia chegar. ela tinha uma cara amigável, mas eu não conseguiria trocar uma palavra com ela.
vejo ela se aproximando procurando algum lugar pra sentar,a maioria já estavam com bolsas e os únicos que restavam era um lugar ao meu lado e o lugar de Matheus que não viria hoje.
- oii,tem alguém sentado aqui? - ela aponta pra mesa ao meu lado
- não,esse lugar aí é vazio - dou um leve sorriso
ela da um sorriso e senta do meu lado,pegando seu material e colocando em cima da mesa. a ruiva vira pra mim e estende a mão
- me chamo Maiara
- prazer em conhecê-la, me chamo Marília - comprimento ela
o sinal bate e todos entram na sala,coloquei a touca do meu moletom e ali me isolei, eu sabia que os comentários iam começar e eu não estava afim de ouvir.
comecei fazer a lição que o professor passava, não faltava muito pro intervalo chegar e como todos os dias,eu ficaria na sala.
estavam todos em grupo,menos eu. ninguém nunca gostou de fazer trabalho comigo, na verdade nem chegam perto de mim direito, era como cê eu tivesse algum tipo de doença.
pra minha sorte o sinal tocou e todos foram pro pátio,me deixando ali sozinha. olhei ao redor e abaixei a cabeça olhando pra minhas mãos. não consigo entender em que momento da minha vida,eu virei essa garota, eu era uma criança tão sorridente,amava as coisas e principalmente as mais simples. eu ainda amo as coisas simples da vida,só não tenho o ânimo e a vontade de antes. meu coração começou acelerar e minhas mãos tremerem
por favor, de novo não,eu imploro.
o choro se instalou em minha garganta e meu ar começou a ir embora, eu tentei me acalmar,mas foi uma tentativa falha, com a última força que tinha me sentei no chão,atrás da minha carteira,caso alguém viesse,ninguém me veria ali. e naquele momento eu estava tendo uma das minhas piores crises e eu tinha poucos minutos pra se acalmar até todos voltarem.
eu não conseguia respirar de jeito nenhum,eu tremia sem parar e o choro descia pelo meu rosto, enquanto eu implorava a Deus pra isso passar.
ouço passos dentro da sala,mas eu não consegui pedir ajuda e muito menos consegui ver quem era. os passos começaram a se aproximar cada vez mais, então era alguém ali perto.
- Marília? - era Maiara.
não consegui responder, então a ruiva me abraçou e me apertou no abraço,fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu peito e me encolhesse ali.
- calma,vai ficar tudo bem. - ela começou a fazer carinho em meu cabelo - eu tô aqui tá? não vou sair daqui até você melhorar.
e naquele momento eu me senti confortável e segura no abraço dela. era como se tudo que sentia fosse embora por um momento e que só existia eu e ela no mundo.
eu fui me acalmando aos poucos e em nenhum momento Maiara me soltou,era como uma mãe querendo proteger seu bem mais precioso ( seu filho). eu estava encolhida ainda e a ruiva continuava com os carinhos.
- tá melhor meu amor? -concordo com a cabeça e ela deixa um beijo na mesma.
- obrigada. - falei com o pingo de voz que tinha
Maiara limpou as lágrimas com os seus polegares e deixou um beijo na pontinha do meu nariz e outro em minha testa.
por que todo esse cuidado comigo?
eu olhava pra ruiva e parecia que ali eu havia encontrado a felicidade,mas não sabia o certo o que eu enxergava nela.
Maiara se levantou e me ajudou a levantar,percebendo minha cara de dor quando colocou a mão no meu pulso pra me ajudar. me olhando confusa e eu já sabendo qual pergunta viria,eu suspirei.
- posso ver seu pulso?
concordo mesmo não querendo,não tava afim de perguntas e uma hora ela saberia pelos outros da escola. ergui a manga do moletom e mostrei meus braço, ela passou a mão bem de leve por cima dos cortes e me olhou,tentando procurar alguma explicação nos meus olhos,porém não conseguiu. cuidadosamente ela beijou meu pulso e desceu a manga da blusa e me abraçou.
- posso ser sua dupla nas aulas? - ela quebra o silêncio até que confortável ali
- ah..claro - dei um leve sorriso
- prometo não fazer a mesma coisa que os outros,tentarei ser diferente que eles. - ela disse puxando a mesa dela até a minha
então ela já sabia dos comentários..
me sentei no meu lugar e ali fiquei de cabeça baixa,tentando entender o que estava acontecendo, afinal, nunca ninguém me deu esse amor todo.
eu não sabia se poderia confiar nela,até o momento ela era apenas uma estranha que chegou na escola e que me ajudou por um momento.
será que ela está falando a verdade ou brincando com a minha cara?
(...)
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mi única salvación || mailila
FanfictionMarília dias Mendonça,uma adolescente cheia de problemas e a única coisa que passa em sua cabeça agora é desistir da sua vida. será que sua única salvação será essa?