𝐇𝐎𝐖 𝐈𝐌𝐏𝐎𝐑𝐓𝐀𝐍𝐓 𝐂𝐀𝐍 𝐀 𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 𝐁𝐄?↬ⁿᵘᵐᵇᵉʳ ³

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"Um estranho pode significar muito, Eles podem entrar em sua vida inesperadamente, E causar um grande impacto, Eles podem ter algo a te ensinar, Ou eles podem apenas fazer você sorrir, Eles podem ser alguém com quem você passa a se importar, Eles são importantes porque Você nunca sabe como a história de alguém afetará a sua."

Shun'rey entra no quarto com a bandeja, ela a coloca em meu colo e retira a tampa

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Shun'rey entra no quarto com a bandeja, ela a coloca em meu colo e retira a tampa.

Shun'rey — Bom apetite, Kurenai! — Ela sorri ao me entregar os talheres, antes de se virar para sair.

Shu — Foi você que fez? — O cheiro e a aparência da comida estavam muito bons, eu não me importava com quem tinha feito, apenas perguntei para que ela não saísse.

Shun'rey — Eu fiz alguns pratos, esse... — Ela aponta para o meu prato. — Foi um deles, espero que esteja de seu agrado... Estou aberta a feedbacks — Ela diz se virando novamente para sair. — Irei buscar seus remédios!

Por algum motivo, a última frase dela antes de sair causou um certo impacto em mim, eu fiquei estranhamente aliviado apenas por saber que ela estaria de volta logo. Olho para a comida e começo a comer, realmente estava muito bom, ela é boa em cozinhar. Termino de comer e coloco o prato na escrivaninha, sentado na cama e olhando para a porta, tentando identificar se os passos que eu ouvi no corredor eram os dela, era o som dela vindo. A porta é aberta, comprovando minha teoria. Shun'rey vem até mim e me entrega os comprimidos com um sorriso empático. Eu me levanto e pego um copo de água, tomando todos os remédios antes de me deitar novamente.

Shun'rey — Você... teve problemas para dormir de novo? — Ela parecia receosa em dizer isso, como se estivesse com medo de me incomodar, como fazê-la parar de agir como se fosse um incomodo?

Shu — Eu não dormi...

Shun'rey — Não? Estranho... os remédios que você tomou normalmente dão muito sono, se você não dormisse provavelmente teria uma dor de cabeça... — Ela se aproxima novamente, dessa vez colocando a mão na minha testa. — Você está quente... — Ela lentamente afasta a mão, talvez eu apenas esteja corando com o toque da minha enfermeira... meu Deus isso soa tão errado. — Shu, você está me ouvindo?

Shu — O quê? Desculpa... eu não prestei atenção... — Que situação vergonhosa em que me meti, por que fui ficar tão concentrado em algo ao ponto de não ouvir o que ela disse?!

Shun'rey — Você está com febre! Precisa tomar soro na veia! — Eu nunca tive problemas com agulhas, então apenas afirmo com a cabeça, vendo-a mexer em alguns armários. — Prometo que isso não vai doer tanto... — Ela pensava que eu... tenho medo de agulhas?

Esse pensamento quase me fez rir, mas contenho tudo em apenas um sorriso pequeno. Ela segura meu braço, coloca uma fita, limpa com álcool e coloca a agulha, que estava ligada no saco de soro.

Shun'rey — Serão dois desses sacos, você consegue ficar consciente nesse tempo? Caso você dormir poderá se machucar com a agulha — Ela olha diretamente nos meus olhos e eu sinto-os fecharem, minhas pálpebras estão pesadas.

Shu — Acho que não consigo! — Tive que ser sincero, ela estava ali para cuidar de mim como enfermeira. O olhar dela parece apreensivo por um instante, antes dela suspirar e se sentar na poltrona.

Shun'rey — Pode dormir! Eu ficarei aqui para trocar o soro...

Shu — Seu turno acaba que horas?

Shun'rey — Acaba daqui 20 minutos

Shu — Mas o soro demora mais de horas para acabar!

Shun'rey — Não me importo de ficar aqui um tempo a mais, você precisa dormir e eu preciso trocar o soro, estou apenas... fazendo o meu trabalho... — Ela desvia o olhar, eu sabia que a última parte era algo que ela não tinha certeza, afinal de contas ela é uma péssima mentirosa deixa rastros a cada expressão facial.

Eu estou com muito sono, então apenas agradeço baixo antes de adormecer, eu durmo bem a noite inteira, sem nenhum pesadelo, sem nenhuma voz, apenas acordo no dia seguinte com uma enfermeira me chamando, mas essa enfermeira não é a Shun'rey. Eu me levanto e faço todos os últimos exames necessários, antes de ser liberado. Shun'rey não apareceu em nenhum momento, isso me incomoda de alguma forma, como uma pessoa que até anteontem era uma total desconhecida, pode estar mexendo tanto com a minha cabeça? Chego em casa, olho em volta e está tudo vazio, no caso, tem móveis, tem decorações, mas de sentimentos esse lugar é vazio. Me mudei para esse apartamento quando eu assumi o Reagin Bulls, porque é bem mais perto do clube, agora que eu tenho que chegar mais cedo que todos. Pego meu celular, estava 28%, mais de cem mensagens do Valt. Lembro-me do que Shun'rey tinha me falado.

Shun'rey  — Você não acha que deveria conversar com eles? Esse tal de Valt, parece ser alguém que se preocupa de verdade com você!

Ela não é psicóloga, mas devia ser, os conselhos dela estão fazendo mais sentido na minha cabeça do que muitos conselhos de psicólogas. Olho para o teto do quarto, eu já tomei banho, já respondi todas as mensagens falando a mesma coisa: "Eu estou bem!", de fato eu não estou, estou muitas coisas, menos bem. Tiro um cochilo e acordo apenas de noite, apenas então me lembro que tenho que pagar a conta do hospital, eu disse que pagaria, mas ainda não paguei. Me arrumo, pego minha carteira, e vou para o hospital. Eu quase não me lembrava do caminho, mas o GPS teve uma grande utilidade, eu queria vê-la, queria vê-la tanto que estava quase correndo ao invés de andar, eu a encontraria? Será que o turno dela acabou?

Shu — Vim pagar a minha conta, é... Shu Kurenai! — Estendo o cartão para a atendente, ela me olha de cima a baixo antes de olhar para o cartão preto na minha mão, eu parecia muito pobre da última vez que vim aqui, deve ser estranho para ela me ver totalmente diferente no dia seguinte.

— Ok... — Ela passa meu cartão.

Shu — A Shun'rey está aqui?

— Ela não trabalha mais aqui! — A recepcionista diz, me devolvendo meu cartão, então a enfermeira da última vez aparece.

— Shu, você parece melhor — Ela me olha com um sorriso simpático.

Shu — A Shun'rey foi embora?

— Foi sim, ela inclusive entrou no seu quarto para se despedir, mas você já tinha ido embora, ela foi transferida na escola, para outra cidade — Quando ela disse isso eu me senti mal, apenas me despedi e agradeci, antes de me virar e ir embora.

Eu me sentia muito mal, era como se eu estivesse com náuseas, isso era culpa? Culpa por não falar para ela o quanto ela me ajudou? Por não ter agradecido? Eu estava muito chateado, mas eu, ao menos, seguiria os conselhos que ela me deu antes de ir embora, quem sabe eu a encontre algum dia.

𝐁𝐎𝐋𝐇𝐀 - Sʜᴜ KᴜʀᴇɴᴀɪOnde histórias criam vida. Descubra agora