Assuntos não resolvidos

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Saí com Depp pelas ruas de Nova Iorque e era notável algumas pessoas olharem para nós. Ele não vestia nada muito chamativo, assim como eu que ainda vestia a roupa da academia, mas mesmo assim... era Johnny Depp.

Chegamos até um café próximo do meu apartamento e agradeci pelo meu irmão não estar ali. Eu não sabia onde ele havia ido, mas sabia que havia ido tomar café da manhã.

Fizemos nossos pedidos e nos sentamos em uma mesa mais ao fundo. Apesar da vergonha das pessoas em se aproximarem, uma garota chegou perto e pediu para tirar foto com Johnny. Sorri com a cena e achei fofo a forma como ele lidava com essas situações. Quem sabe um dia alguém não peça pra tirar foto comigo também...

Nós conversamos bastante sobre a minha peça, o trabalho de Johnny e seus filhos. Nos atualizamos de algumas questões e inevitavelmente, voltamos ao assunto Toni.

- Não consigo imaginar seu desespero. Minutos antes de entrar no palco e receber uma notícia dessas... – Depp diz enquanto termina de tomar seu café.

- Nem me fale! Eu fiquei com raiva. Tive que me concentrar 200% pra poder entrar no palco. – Enquanto eu respondo, percebo que seu celular toca em seu bolso, mas ele não atende.

- Acho que você deveria conversar melhor com ele depois.

- Eu sei... queria mesmo era deportar ele, mas vou manter a calma. – Termino de tomar meu suco. – Irmão é irmão né...

- Irmãos... sempre protetores. – Ele diz sorrindo e eu reviro os olhos.

Antes que eu responda, seu celular toca novamente e agora ele pede licença para atender. Acho que era do trabalho.

Ele respondia com respostas curtas como "sim", "eu sei", "vou ver", "nos falamos depois" e eu percebi que ele precisava de privacidade. Acho que ele não queria que eu percebesse o assunto da conversa.

- Vou ao banheiro. – Sussurrei e apontei a direção para Depp e me levantei da mesa.

Fiquei no banheiro por uns 5 minutos me olhando no espelho e tirando pequenos cravos do meu queixo para matar o tempo. Não sabia do que se tratava a ligação, mas eu estava curiosa para saber.

Quando percebi que já havia passado tempo suficiente, saio do banheiro e volto para mesa. Encontro um Depp com uma expressão séria e fechada.

- O que foi? Está tudo bem? – Não seguro minha língua e já pergunto.

- Não muito.

- Era do trabalho? – Pergunto tentando não parecer intrusa e enxerida.

- Minha gestora de imagem. – É só o que ele responde me deixando com mais dúvidas ainda.

- Precisamos ir né? – Pergunto e ele assente.

Saímos do café e fomos andando para o apartamento. O clima em si havia ficado levemente pesado e eu ao menos sabia o porquê. Não sabia se deveria perguntar mais, ou deixar ele se sentir à vontade para dizer... não sei.

Resolvo tocar em outros assuntos e logo chegamos ao apartamento. Toni ainda não havia voltado, o que me surpreende.

- Que horas você entra no trabalho? – Depp pergunta se sentando no sofá.

- Em uma hora eu tenho uma aula. O ensaio começa depois da aula, aí eu já fico direto no teatro pra apresentação de noite.

- Vou te levar pra aula e depois vou pra casa. Estou de carro.

- Okay. Obrigada. – Me sento ao seu lado e estico minha mão para cima da sua. – Quer falar sobre a ligação?

Ele suspira jogando a cabeça pra trás.

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