Yoo Jimin é uma mulher de 23 anos, ela tem dificuldade em controlar sua raiva. Após ser demitida por conta de seus surtos, a mesma foi procurar ajuda psiquiatra.
Eu marquei uma consulta particular com um psicólogo, odeio admitir isso, eu aprendo as coisas quando eu me ferro por completo. Precisei perder a minha melhor amiga para procurar ajuda.
O barulho do relógio de parede me incomoda, esperar a "minha vez" nunca foi meu forte. Toda hora ouvia alguém saíndo da porta cheio de lágrimas. Então existe mais pessoas com problemas que nem eu.
— Levem ela até o banheiro! - Uma psicóloga abre a porta. Uma garota de cabelo curto corria até o corredor. Decidir ir atrás para ver o que estava acontecendo, nunca presenciei algo como aquilo.
Cheguei até o banheiro e senti um cheiro forte de vômito, sinceramente pensei que a garota ia morrer lá dentro.
Vejo a garota sair da cabine do banheiro, seu rosto estava péssimo e roxo, era como se ela tivesse sido sufocada. A mesma limpa seu rosto com água.
— Você está bem? - Me aproximo lentamente, não quero assusta-la. — Estou.. - A voz dela começa a falhar. - Você está aqui no banheiro há quanto tempo? - Ela pergunta enquanto seca seu rosto.
O que me assusta foi ela continuar "normal", é como se estivesse acostumada com aquilo. De alguma forma senti empatia, e ao mesmo tempo.. lembro das vezes que eu surtava dentro de banheiros.
— Você deveria voltar para recepção, você pode ser chamada a qualquer momento. - A jovem olhou nos meus olhos, eu só conseguia lembrar do som da força que ela colocou para vomitar tudo.
— Eu sei.. - Respondo educadamente. — A propósito, qual é o seu nome? - Eu pergunto.
— Kim Minjeong, e o seu? - Kim responde enquanto espera a minha resposta.
— Me chamo Yoo Jimin - Eu respondo. — Vou ter que ir, até depois.
Cheguei na recepção, a mesma psicóloga de Kim chama meu nome. Fico aliviada em chegar a tempo. Quando entrei na sala, senti frio e desconforto. O silêncio era aterrorizante.
— Senhorita Yoo, qual é a razão de você procurar um psicólogo? - A psicóloga pergunta, minhas mãos começaram a gelar.
— Eu.. quero curar o meu problema com a raiva.. - Acabei sendo direta.
— Poderia detalhar por gentileza? Preciso saber como você se sente quando está nesse estado. - A moça pergunta.
— Bom, acabo me sentindo ansiosa, e ao mesmo tempo me sinto irritada, é como se existisse outra "Jimin" dentro de mim, e.. acabo tendo comportamentos compulsivos... - Acabei ficando nervosa.
— Você tem um trauma que te atrapalha nos dias atuais? - A senhora Bae Joo-hyun pergunta novamente.
— Sim, o problema que não consigo lembrar claramente, só manifesta quando vejo pessoas que tem uma família "feliz" e pessoas com bastante amigos... - Eu respondo enquanto minha respiração ficava ofegante.
— Por que você se sente assim? - A senhora Bae pergunta novamente.
— Deve ser o fato de ter passado a minha vida inteira dentro se um orfanato bastante rígido. Ninguém queria adotar uma menina problemática. - Eu respondo, única coisa que eu queria era chorar.
— Vou te transferir para uma psiquiatra, ela vai poder te da um diagnóstico e passar remédios controlados, para diminuí suas crises até você controlar. - Bae me libera, eu não aguentava mais ficar naquele ambiente.
Depois de sair da sala, fui direto no banheiro, única coisa que eu queria era descontar o meu desconforto e frustração em não saber o que eu realmente tenho.
Meia hora se passava, sair do banheiro e fui direto para uma cafeteria, preciso urgentemente me distrair com algo. No meio do caminho, encontrei a Minjeong.
— Oi Jimin, como foi a sua consulta? - Kim pergunta, eu acho estranho o fato dela continuar sendo educada comigo.
— Pode me chamar de Karina se quiser.. e a consulta não foi tão ruim... - Respondi a Kim de maneira séria, eu acho que ela percebeu isso.
— Nosso dia foi ruim, é melhor nós entrarmos para nós não congelar aqui fora. - Minjeong sorri pra mim, como um ser gentil tem problemas psicológicos assim?
Kim Minjeong segura na minha mão, suas mãos eram geladas, igual o frio desse inverno. Me senti acolhida, porém.. tenho medo de acabar sendo rude com ela.. igual o que eu fiz com a Aeri...
Nós sentamos juntas, eu pedi um chocolate quente e ela um cappuccino médio. Enquanto nós esperava o nosso pedido, tomei coragem para fazer uma pergunta. - Como foi a consulta? Sinto muito me intrometer, é que.. aquela cena ainda martela na minha mente.
— Tudo bem, eu acabo tendo ânsia quando acabo chorando muito. - Kim responde. - Detesto ter ansiedade, qualquer coisa que não saia do jeito que eu quero, acabo entrando em desespero, eu sinto a sensação da minha língua querendo entrar na minha garganta. - Kim acaba desabafando.
Sou péssima em da concelhos, não sei como ela conseguiu desabafar com uma desconhecida. Nosso pedido chegou, ficamos em menos de dez minutos em um silêncio total.
— Você tem ansiedade igual a mim? Kim Minjeong pergunta, isso acaba com o clima constrangedor de minutos atrás.
— Não sei.. eu ainda tenho que ir para uma psiquiatra, não sei o que ela irá dizer sobre meus comportamentos compulsivos.
— Não se preocupe, com um tempo você vai conseguindo controlar. - Minjeong disse de uma positiva.
— Obrigada, e que você também consiga controlar! - Agradeci enquanto sorria. Nunca pensei que ia passar mais de meia hora sem me irritar. Será que a garota das mãos geladas é aquelas pessoas que aquecem o coração das pessoas?
Quando olho pra Minjeong, me faz querer lutar em relação a minha mente. Seria egoísmo da minha parte se eu falasse "ainda bem que não é apenas eu".
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