Capítulo 16

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Eu já sabia que te amava naquela época, mas você nunca saberia, porque me calei, quando estava com medo de te perder (James Arthur - Say won't let go)

Chegamos no hotel, o lugar me era familiar, e notei ser o da Sra Walter onde Lily trabalhava com aquele tal de Grey. O lugar era conhecido graças às fotos que tinha no meu mapa.

Entro no saguão silencioso e escuro, exceto por algumas luzes dos candelabros. A recepção estava vazia, não havia nenhum funcionário ou hóspede a vista, provavelmente pelo horário tão tarde.

Ele me guiou até o quarto em que estava e abriu a porta para que eu entrasse.

Acendeu as luzes e reparei no quarto totalmente limpo e arrumado, uma porta do lado esquerdo da cama — intocada — supôs ser o banheiro, as janelas enormes com cortinas cinzas, uma mesa redonda e uma mochila preta em cima.

Ele não estava ali a muito tempo, pelo menos não parecia.

O celular que notei em cima da cômoda me fez corar e lembrar da mensagem de voz que tinha enviado.

Ainda sentia que estava alcoolizada e isso me renderia uma dor de cabeça. Mas o efeito já não era tão forte.

Maldita bebida.

— Viu minha mensagem? — Perguntei, quando ele fechou a porta atrás de si. — Como sabia onde eu estava?

Jake caminhou até a mochila puxando seu notebook.

— Vi. — Com certeza meu rosto estava vermelho. Não é como se eu sentisse vergonha de admitir aquilo para ele — mesmo sabendo que já tinha dito — mas ainda parecia irreal o fato de que não estávamos mais conversando pela tela de um telefone, e sim presentes. Juntos. — Rastreie seu celular. — Disse acanhado. Suspirei e ele largou o notebook e se aproximou. — Isso te incomodou?

Franzi as sobrancelhas.

— Não. Já me acostumei. — Sorri, mas olhei por cima de seu ombro, para a mesa. — O que ia fazer?

— Procurar alguma forma de achar o Richy.

— Não faça isso. — Falei, e ele me olhou desconexo.

— O quê?

— Você está exausto, Jake. Consigo ver o quanto está cansado. Quando foi a última vez que você dormiu?

Ele me observou de soslaio.

— Isso não importa.

— Claro que importa. — Bufo.

Tinha certeza que se essa fosse uma conversa pelo o celular, esse era o momento que ele ficaria offline e faria o que tinha que ser feito. O que eu apelidei de efeito JR Jake robô.

Sua respiração saiu pesada e ele balançou a cabeça.

— Tudo bem. — Cedeu, foi em direção a mochila outra vez e puxou uma roupa, caminhou até o banheiro e falou: — Fique a vontade... Há um frigobar ali no canto, pode pegar algo se estiver com fome.

Havia aquela aura de formalidade nas palavras dele. E essa era a parte que eu sabia que teria que lidar. Aquela linha tênue entre o mundo virtual e a realidade. Aquele pequeno desconforto e estranheza.

Caminhei até a cama e sentei puxando o celular. 

Bate-papo com Dan

Dan

Onde você está?

Foda-se, desculpe pelo que disse

Duskwood - Não é o fimOnde histórias criam vida. Descubra agora