Na noite de Halloween, Harry e Draco foram para o banquete enquanto conversavam sobre as últimas aulas. Ao chegar no salão principal, Harry notou algo estranho.
"Hermione não está na mesa da Grifinória." Disse ele, se sentando com Draco em frente a Pansy.
"Ouvi dizer que Ronald Weasley a insultou na última aula e ela está chorando no banheiro." Contou Pansy.
"O que ele disse?" Perguntou Harry.
"Que ela era insuportável e por isso não tinha amigos. Tudo porque ela o corrigiu." Respondeu a garota.
Draco, que tinha um olhar quase assassino, levantou abruptamente e caminhou até a mesa da Grifinória. Harry, que queria impedi-lo de fazer uma besteira, foi atrás dele.
"Weasley!" Chamou Draco.
O garoto ruivo os olhou e franziu as sobrancelhas.
"O que quer, Malfoy?" Perguntou.
Com um tom frio e ameaçador, Draco disse:
"Insulte Hermione Granger novamente e eu te esmago como o inseto insignificante que você é."
Sem dar a Weasley a chance de responder, Draco deu meia volta e foi em direção à mesa da Sonserina novamente.
Harry apenas lançou a Weasley um olhar ameaçador antes de ir atrás de Draco.
Na mesa, Pansy os olhava com um sorriso zombeteiro no rosto.
"É raro se ver hoje em dia cavalheiros que defendem a honra de uma dama." Disse ela.
"Quer que a gente defenda a sua?" Perguntou Harry, erguendo as sobrancelhas.
"Posso me defender sozinha, obrigada." Disse Pansy cruzando os braços.
Antes que Harry pudesse retrucar, Quirrell irrompeu correndo no salão, parecendo desesperado.
"Trasgo!" Ele gritou. "Nas masmorras."
E desmaiou.
O caos irrompeu no salão, alunos desesperados e querendo sair, todos falando ao mesmo tempo.
"Silêncio!" Gritou Dumbledore, expandindo sua voz com um feitiço. "Monitores, levem os alunos de suas casas de volta ao dormitório."
Pansy fez uma cara de descrença e exclamou:
"Alguém avisa ao velho idiota que o dormitório da Sonserina é nas masmorras!"
"Sonserinos, permaneçam no salão principal." Acrescentou Dumbledore, como se tivesse ouvido Pansy.
"Hermione não sabe do trasgo." Sussurrou Harry.
"Vamos avisá-la." Disse Draco.
"Vão mesmo agir como dois grifinórios estúpidos e salvar a donzela em perigo?" Perguntou Pansy, erguendo as sobrancelhas.
"Eu avisaria para Snape, mas ele sumiu." Observou Harry.
"Vamos logo." Disse Draco.
"Meninos idiotas." Disse Pansy, mas os seguiu para fora do salão.
Eles correram o mais rápido que puderam em direção ao banheiro. Ao chegarem lá, encontraram Hermione secando as lágrimas em frente ao espelho.
"O que estão fazendo aqui? Isso é um banheiro feminino!"
"Tem um trasgo no castelo." Disse Pansy. "A última coisa que nos importamos é se isso é um banheiro feminino."
"E pare de chorar como uma garotinha boba, Granger." Disse Draco, puxando Hermione pelo braço. "Aquele idiota não merece suas lágrimas, você está dando importancia a ele quando chora. Ele te insulta porque sabe que nunca vai ter nem um quarto do seu poder e inteligência."
Antes que chegassem à porta do banheiro, uma criatura enorme e fedorenta surgiu. As crianças recuaram quando o trasgo entrou no banheiro e ergueu o bastão que tinha na mão. Todos gritaram quando o monstro tentou acertá-los, mas felizmente conseguiram desviar.
"Precisamos fazer alguma coisa!" Exclamou Pansy.
"O que?" Gritou Harry, desviando de um golpe do trasgo.
Draco ergueu sua varinha, apontando para o bastão da criatura e disse:
"Wingardium leviosa!"
Quando o trasgo ficou sem sua ferramenta, foi para cima dos quatro com os punhos cerrados. Hermione apontou a varinha para ele e gritou:
"Incendio!"
O jato de fogo não foi o suficiente para machucar o trasgo, mas foi suficiente para fazê-lo hesitar. Vendo isso, Harry, Draco e Pansy imitaram Hermione e fizeram o mesmo feitiço. Eles se agruparam e foram até a porta do banheiro, mantendo as chamas ativas para assustar a criatura.
A combinação das chamas produzidas pelos quatro, fez o trasgo recuar. Quando estavam passando cautelosamente pela porta, Dumbledore apareceu com os professores Snape, McGonagall e Flitwick. Imediatamente, o professor lançou feitiços no trasgo, um que o amarrou em cordas e outro que o fez cair no chão em um baque que fez as paredes tremerem.
"Posso saber, que parte de fiquem com os monitores vocês não entenderam?" Perguntou Snape com uma voz mortal.
"Hermione estava no banheiro e não sabia sobre o trasgo, senhor. Viemos avisá-la." Disse Harry.
"Vocês deram sorte." Disse Snape.
"Não acho que foi somente sorte." Disse o professor Flitwick. "Nunca vi alunos do primeiro ano conseguirem conjurar tanto fogo e ainda por cima segurar por tanto tempo."
"Vocês três, venham comigo." Disse Snape para Harry, Draco e Pansy, se recusando a deixá-los ouvir elogios.
"Minerva, acompanhe a Srta. Granger." Disse Dumbledore.
"Obrigada." Murmurou Hermione às três crianças.
Snape acompanhou os sonserinos pelo corredor em direção às masmorras.
"Vocês dois não me surpreendem, mas eu esperava que fosse mais prudente, Srta. Parkinson." Disse ele.
"Eu disse a eles que era má ideia." Disse Pansy.
"Mas foi atrás deles mesmo assim." Apontou Snape.
"Se não tivéssemos ido, Hermione poderia estar morta." Disse Draco.
"Se fossem de outra casa, eu tiraria pontos de vocês." Resmungou Snape.
"Sorte que não somos." Disse Harry, ganhando um olhar ameaçador do professor.
Enquanto caminhavam, Harry se perguntava quem tinha soltado um trasgo na escola, porque certamente alguém tinha. Poderia ter sido algum dos professores? Não, todos estavam no salão, exceto por Quirrell. Poderia ter sido Quirrell? Ele parecia inofensivo, mas e se fosse tudo um papel? Harry lembrou de seu primeiro dia em Hogwarts quando Quirrell o olhou e sua cicatriz doeu. Mas por quê ele soltaria um trasgo na escola? Não fazia sentido.
Talvez Harry estivesse sendo paranoico, mas valia a pena ficar atento. Algo lhe dizia que alguma coisa estava errada.
Quando os meninos voltaram ao dormitório masculino, Harry afastou as teorias malucas de sua cabeça e observou Draco disfarçadamente. Antes ele desconfiava que o garoto loiro era leal às crenças do pai, mas não mais. Harry sabia que Draco nunca admitiria, mas se importava muito com Hermione e, se estivesse tentando agradar ao pai, nunca teria se aproximado dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Trajeto Inesperado - Livro 1
FanfictionAo chegar em Hogwarts, Harry não é exatamente o que o Mundo Bruxo espera que ele seja. Não gosta da ideia de ser um um salvador, não é selecionado para a Grifinória e certamente não é uma réplica de James Potter. O que aconteceria se Harry seguisse...